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Após derrota, Mano cobra mais atenção para Cruzeiro atingir regularidade nos jogos

Técnico diz que time precisa saber se defender quando estiver sem a bola

postado em 02/07/2017 20:10 / atualizado em 02/07/2017 21:10

Ramon Lisboa/EM D.A Press
Quem assistiu somente aos 25 primeiros minutos do clássico entre Atlético e Cruzeiro, neste domingo, certamente aprovou a postura da equipe celeste. Eficiente na marcação e com boa movimentação, o time fez 1 a 0 aos 5min, em chute de Thiago Neves, e poderia ter ampliado o placar, pois criou outras oportunidades. Na sequência do jogo, porém, o alvinegro cresceu de produção e conseguiu a virada ainda na etapa inicial graças aos gols de Cazares, em cobrança de falta, e Fred. No segundo tempo, Fred voltou a marcar e fechou o placar em 3 a 1 no Independência. 



Basicamente, o Cruzeiro foi bem no primeiro terço e teve dificuldade durante 60 minutos. A queda brusca de rendimento no decorrer do clássico incomodou Mano Menezes, que chamou atenção para vários pontos em sua entrevista coletiva. Na primeira resposta, ele fez um resumo da quinta derrota cruzeirense em 11 rodadas no Campeonato Brasileiro.

“O Cruzeiro fez, como todos viram, 25 minutos muito bons, muito bem jogados. O time fez seu gol e saiu na frente novamente num jogo grande, criou dificuldades para o Atlético armar as jogadas, acho que a gente tinha uma ideia boa de como o jogo seria. Mas, a partir de um determinado momento, teve dificuldades. O Atlético fez alterações, saiu com volante pelo lado esquerdo, puxou o Cazares entre Ezequiel e Robinho, e aí não encaixamos mais e sofremos no nosso lado esquerdo – o direito o Atlético – algumas jogadas de qualidade. Depois a gente fez uma troca, passamos o Sobis para o lado e deixamos o Robinho por dentro para ganhar esse jogador e fazer um encaixe melhor. No finalzinho, numa falta, um gol, e logo depois um descuido que não pode acontecer. Você não pode tomar dois gols num minuto num jogo como esse. Se sofrer um gol na hora de não sofrer já era ruim, sofrer dois então nem pensar. Aí tivemos que correr atrás no segundo tempo. Retomamos o jogo novamente, voltamos a jogar, tivemos volume, mas com poucas oportunidades de chegar à frente e converter. Aí o Atlético, numa delas, puxou o contra-ataque, fez o gol e liquidou o jogo”.

Mano também se mostrou preocupado com o fato de o Cruzeiro ter levado três gols na mesma partida pela terceira vez em curto espaço de tempo. O time havia sido vazado nos empates com Grêmio (19 de junho, no Mineirão, pela oitava rodada da Série A) e Palmeiras (28 de junho, no Allianz Parque, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil). Ao analisar as falhas, o técnico rejeitou o termo "apagão".

“Apagão é simplificar as coisas. É deixar para o imponderável as coisas que acontecem e que não pertencem a isso. Você sabe que as características de minhas equipes, se há algo que possa ser dito sobre elas, é que elas sofrem poucos gols. Nós temos um fato diferente do que é, um fato que foge da lógica das coisas. Temos que achar o que está acontecendo”, opinou o comandante, que evitou tecer culpa à dupla de zaga formada por Caicedo e Leo. “Não se deve apenas aos dois centrais, seria uma injustiça para com os dois centrais e dizer que eles são culpados. Sei que o gol passa ali, mas nós perdemos o padrão de nos defender. A equipe tem que ter um padrão de como ela quer fazer quando o adversário propõe uma situação diferente de entrada de um meia entre seus laterais e centrais, como faz a cobertura com os volantes, e a gente começou a fazer ora de um jeito, ora de outro jeito. Teremos uma semana cheia para corrigir e certamente isso não acontecerá mais”.

O comandante elogiou o nível da equipe com a bola nos pés, porém criticou a falta de maturidade para atuar quando o adversário estiver propondo o jogo. “Com a bola estamos jogando bem. Temos que manter isso e melhorar nossa produção quando nós tivermos que correr atrás do adversário. Temos que marcar melhor e oferecer menos espaços para que eles não tenham tantas oportunidades de fazer gols como estão tendo”, Mano ainda chamou a atenção para os dois gols sofridos nos acréscimos e disse que o time deveria ter se segurado antes mesmo de levar o empate. “Não deu tempo de sentir abalo. Tomamos dois gols em um minuto. Não tem abalo. É maturidade. Você acaba de sofrer um gol, naquele momento o jogo tinha que encerrar o primeiro tempo. Não teve nem sentimento de abatimento. Foram dois gols em um minuto”.

Derrotado pela quinta vez no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro caiu do 10º para o 13º lugar, com 14 pontos em 11 jogos. Na rodada seguinte, o time receberá o Palmeiras, às 16h do próximo domingo, no Mineirão. 

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