Talvez na tentativa de acalmar os ânimos da torcida do Cruzeiro após o revés para o Atlético, por 3 a 1, no clássico 500, o técnico Mano Menezes adotou uma postura perigosa e prometeu publicamente uma vitória sobre o Palmeiras no próximo domingo, às 16h, no Mineirão, em jogo válido pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro.
A promessa 'escapou' no discurso do treinador logo após ele assegurar que o Cruzeiro será mais seguro defensivamente contra os paulistas. Com a semana de trabalhos na Toca da Raposa II, Mano priorizará os ajustes na marcação. Tudo por conta de dez gols sofridos nas últimas cinco partidas. Nesse período, em três jogos o time levou três gols: 3 a 3 com o Grêmio (Série A); 3 a 3 com o Palmeiras (Copa do Brasil), e derrota por 3 a 1 no clássico.
Contra o Palmeiras, próximo adversário, o Cruzeiro chegou a abrir 3 a 0 no primeiro tempo do duelo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. Na etapa final, cedeu o empate.
”Só tem jeito de resolver (erros defensivos), é trabalhando. Temos essa possibilidade novamente (pela semana livre) e eu prometo ao torcedor do Cruzeiro que no próximo jogo o Cruzeiro não leva três gols não”. Indagado o que poderia acontecer se essa primeira promessa não fosse cumprida, o técnico ousou ainda mais e mostrou certa arrogância. “Se estou dizendo que não vai tomar, é porque não vai tomar. Não vai, baseado no que vai acontecer na prática nessa semana. Eu garanto para vocês, pode ter certeza que nós vamos estar falando no final do jogo do Palmeiras, o Cruzeiro não vai ter levado gols nessa quantidade (3), e vai ter vencido o jogo”.
Com essa postura, Mano aumenta a pressão não apenas para si, mas também para o time, que tem oscilado muito na temporada e no decorrer das partidas. A última série de vitórias foi há três meses, com triunfos sobre Atlético (Mineiro), Nacional-PAR (Sul-Americana), Democrata-GV (Mineiro) e São Paulo (Copa do Brasil). Desde então, o Cruzeiro não consegue sequer vencer dois compromissos consecutivos. Nos jogos, falta regularidade nos 90 minutos. Ora a equipe se destaca no primeiro tempo, ora no segundo. Nas etapas ruins, costuma sofrer gols que põem tudo a perder.
Mano preferiu não tratar esses momentos de instabilidade de “apagões”. “Apagão é simplificar as coisas, é deixar pro imponderável coisas que acontecem e que não pertencem a isso. Você sabe que a característica das minhas equipes, algo que se pode dizer sobre elas, que é marcante, é que elas sofrem poucos gols. Temos um fato diferente do que é e que está fugindo à lógica das coisas, e nós temos que achar o porquê de isso estar acontecendo. Não se deve só aos dois centrais, seria uma injustiça para com os dois centrais dizer que a culpa é dos dois zagueiros. Sei que o gol passa ali no último momento, mas a gente perdeu um pouco o padrão de se defender. Vamos ter que retomar isso, teremos uma semana cheia agora, e certamente isso não vai acontecer mais”.
