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Política de prazos e situações de Manoel, Dedé, Ezequiel e outros três: novo diretor médico do Cruzeiro passa DM a limpo

Fernando Lopes atendeu reportagem do Superesportes na Toca da Raposa II

postado em 30/08/2017 08:00 / atualizado em 30/08/2017 10:00

Glaydston Rodrigues/EM/D.A. Press
Novo diretor médico do Cruzeiro, contratado há pouco mais de 20 dias, Fernando Lopes chegou à Toca da Raposa II para reforçar um departamento que sofreu com críticas e desconfiança do torcedor ao longo da temporada. Coordenador do serviço de residência médica em ortopedia e traumatologia do Hospital Mater Dei há 30 anos, o profissional concedeu entrevista ao Superesportes para detalhar a situação dos jogadores que estão em processo de recuperação de lesões – casos de Manoel, Dedé, Rafael Galhardo, Ariel Cabral e Judivan. 

Além disso, comentou a situação de Ezequiel. Diagnosticado com uma pubalgia em 7 de julho, o lateral-direito ficaria afastado de algumas partidas, aventou-se a possibilidade de atuar em um jogo por semana, mas a boa resposta ao tratamento lhe permitiu atuar nos últimos cinco jogos do Cruzeiro. De acordo com Lopes, o jogador não tem uma pubalgia típica e o que foi detectado é uma hérnia inguinal. “Não está sentindo nada nos jogos, ficando cada vez mais confiante”, garantiu.

A reportagem ainda questionou o médico sobre a política do Cruzeiro de colocar prazos nas recuperações de seus jogadores. Depois de quatro anos sem precisar datas para o retorno dos jogadores, a prática de ‘transparência’ passou a ser adotada pelo clube em julho de 2016, quando o departamento era supervisionado por Daniel Baumfeld. Fernando Lopes indicou que trabalhará de forma diferente. “A prática clínica é assim, você não pode estabelecer prazos, porque a evolução é absolutamente assimétrica. Você tem quadros que evoluem rapidamente e outros que não”, pontuou.

Veja o que Fernando Lopes comentou sobre a situação de cada atleta e a opinião completa sobre a política de prazos:

PRAZOS ESTABELECIDOS PELO DM

Essa não é uma questão decidida para o Cruzeiro. Eu trabalhei a vida inteira com a medicina assistencial, tratando e operando os pacientes. A prática clínica é assim, você não pode estabelecer prazos, porque a evolução é absolutamente assimétrica. Você tem quadros que evoluem rapidamente e outros que não. No caso de uma cirurgia de LCA, por exemplo, você tem uma parcela de 70% de joga antes de um ano, 20% depois de um ano e por aí vai. É uma situação que varia. Pelo o que eu considero correto e a maneira como estamos fazendo aqui no Cruzeiro - e continuaremos fazendo -, é não ficar criando suposições em coisas que não temos nenhuma condição de dar certeza que vai ocorrer. O importante é que os jogadores estejam em tratamento.          

MANOEL

EM/D.A. Press
O Manoel foi operado no final de abril. Ele teve uma fratura por estresse, que é causada por sobrecarga [de exercício], na região do quinto metatarso. Depois que faz essa cirurgia de fixação, tem um período de consolidação, no qual o tempo de recuperação é variado. Quando eu cheguei aqui, ele já estava na fase de três meses de pós-operatório, sem sentir dor e com os exames de imagem mostrando a consolidação da fratura. 

No entanto, quando ele voltou ao campo, sentiu dores. Nós continuamos fazendo os exames de imagem e vimos que a fratura não está completamente consolidada. Essa consolidação pode acontecer entre três e seis meses [após a cirurgia], e ele está com quatro meses. Está dentro do esperado, dentro da margem de tolerância.

Não temos uma previsão [para o retorno]. A gente tem que continuar tratando. Ele está fazendo uma fisioterapia complementar à cirurgia e não tem sintomas. Vamos completar as três sessões solicitadas [de fisioterapia] para, após um mês da primeira, a gente fazer um exame de imagem e acompanhar. Não temos um tempo programado.

DEDÉ

EM/D.A. Press
O que eu observei desde que eu cheguei, é que o quadro dele é de sobrecarga no joelho esquerdo. A lesão dele foi no direito, então, temos que considerar que durante todo o tempo em que esteve em tratamento, ele sobrecarregou o lado esquerdo. Isso pode acontecer com todos nós.

Essa sobrecarga que ele foi tendo, fez com que ele evoluísse um edema ósseo no joelho esquerdo. Preciso aguardar que esse edema seja revertido. Na semana que vem ele vai fazer uma ressonância magnética para a gente acompanhar a situação.

ARIEL CABRAL

EM/D.A. Press
A cirurgia foi muito boa, dentro do que era previsível. A lesão foi corrigida e ele tem um tempo de pós-operatório regular. Está na segunda semana de pós-operatório, completando 11 dias hoje e está muito bem definido o prazo para retirada dos pontos.

O prazo de imobilização é de seis semanas, para depois iniciar a fisioterapia e seguir para o campo. A expectativa é de que ele possa ir da fisioterapia para a transição após três meses da cirurgia. Ou seja, lá para dezembro. Mas precisamos aguardar para ver a evolução do jogador.

EZEQUIEL

EM/D.A. Press
A dor do Ezequiel não é de uma pubalgia típica. Ele sente dores mais à direita. Mais recentemente, já depois que cheguei ao clube, avaliamos com o Cirurgião Geral, porque nesses casos temos o diagnóstico diferencial de algumas patologias que podem dar sintomas absolutamente similares. Foi o que aconteceu com ele. Não foi uma pubalgia, mas uma dor crônica no púbis à direita, e a gente suspeitou de uma hérnia inguinal. Ele fez os exames, foi ao cirurgião geral, que também achou a hérnia. Ele está praticamente assintomático. Não está sentindo nada nos jogos, ficando cada vez mais confiante. De qualquer maneira, precisamos  ter cautela e ir liberando progressivamente. Não há nenhuma previsão de cirurgia de pubalgia. Pode ser que mais adiante a gente precise fazer alguma cirurgia para retirada da hérnia. 

A pubalgia existe, mas não é uma pubalgia típica. A gente não cogita uma cirurgia para pubalgia crônica. Ele tem uma dor à direita, com menos tempo de evolução, mas coincide com uma hérnia inguinal, que pode ter uma influência nessa dor que ele sente.

RAFAEL GALHARDO

Reprodução/Instagram
Ele saiu preparação física e iniciou, nesta semana, a parte de campo. Ele está evoluindo muito bem clinicamente. O joelho dele é estável, não tem nenhum sintoma, derrame e nem dor. Agora, precisamos acompanhar o comportamento e evolução dele no campo. E é isso que faremos ao longo desse próximo mês inteiro, ver o que vai acontecer em setembro e outubro. Considerando que é um jogador jovem, saudável e fez uma cirurgia de LCA (Ligamento Cruzado Anterior) que evoluiu bem, e já está no sétimo mês de pós-operatório. A tendência é que e à medida que o condicionamento dele evoluir e ele tiver condições em campo, ele possa jogar. Mas não temos data prevista.

JUDIVAN

É um tempo muito longo [que ele está fora]. O Judivan não tem sintomas e não sente dor absolutamente nenhuma. Está com os dois joelhos em condição estável. Ele está nessa fase de preparação física, já iniciando a transição. Agora, vai depender de como ele vai evoluir do ponto de vista funcional, como atleta. Ele tem que ganhar muito ainda em termos de preparação, desempenho, de recuperação e reabilitação para o esporte. Do ponto de vista clínico ele está bem.

Glaydston Rodrigues/EM/D.A. Press

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