Edilson jogou pela última vez em 4 de março, na vitória por 1 a 0 sobre o Atlético, no Independência, pela nona rodada da primeira fase do Estadual. Curiosamente, o lance no qual camisa 22 machucou o joelho direito foi o mesmo que ocasionou sua expulsão ao cometer falta no venezuelano Otero. O fato é que o departamento médico do Cruzeiro está bem mais vazio do que na decisão do ano passado, o que dá confiança ao treinador.
“Tranquilidade não é exatamente a palavra, porque uma decisão nunca é tranquila. Mas nos dá mais confiança, mais opções para escolher e é sempre importante em uma reta final você ter quase todos os jogadores à disposição como nós teremos, talvez para esse jogo ainda com exceção de Edilson e Fred, pela gravidade da lesão que teve”, disse Mano.
Quem aguarda para estrear no Cruzeiro é David. O jogador se recuperou de lesão no músculo bíceps femoral da coxa direita. Mas, perguntado se o atleta seria relacionado para o clássico, Mano Menezes foi enfático: “Ainda não”.
A campanha impecável do Cruzeiro na primeira fase, na qual terminou como líder isolado, com 29 pontos, com nove vitórias e dois empates, não convence Mano Menezes sobre favoritismo. E não existe pressão na Toca da Raposa II. Mesmo com o jejum de títulos estaduais do time celeste vigente desde 2014, o técnico garantiu que os jogadores estão tranquilos para a final.
“Nós não estávamos aqui em todas essas edições. Eu sempre falo que para você ganhar o título você tem que chegar à final. Nós chegamos ano passado e não ganhamos, e estamos aqui no mesmo ponto novamente neste ano. Queremos escrever a final de maneira diferente do ano passado. E vai depender da nossa competência. Já ouvi muito sobre favoritismo. E o que define um percentual maior ou menor de favoritismo? É o que foi feito até aqui. Mas nós sabemos que o que vai decidir o título não vai ser o que foi feito até aqui. Vai ser o que vamos construir nestes 180 minutos. É nestes 180 minutos é que temos que ser melhores. É o que vamos tentar ser”, garantiu.
O favoritismo do Cruzeiro vem sendo discutido nesta semana na Cidade do Galo. Mano Menezes analisou todos os discursos dos jogadores. Na visão do treinador, algumas falas são estratégicas para jogar a pressão no time celeste, enquanto outras são mais bem fundamentadas. O fato é que o técnico está cauteloso, e citou o exemplo do Campeonato Carioca, com a derrota do Fluminense para o Vasco, nessa quinta, por 3 a 2, na semifinal da Taça Rio (segundo turno do Estadual).
“Ontem estava vendo a semifinal do Campeonato Carioca (Fluminense x Vasco) e a equipe do Abel tinha tomado dois ou três gols em toda a competição [nota da redação: o Flu sofreu apenas três gols na Taça Rio]. E tomaram três gols em um jogo errado e perderam a vaga. Então futebol não tem isso. As opiniões a gente respeita. Algumas delas são estratégias, outras são mais conscientes. Já vi opiniões de um lado para o outro nos dois times”, concluiu.
Líder da primeira fase do Estadual, com 29 pontos, o Cruzeiro terá a vantagem de jogar por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols para ser campeão mineiro. O time não ganha a competição desde 2014, quando usou o benefício conquistado na etapa classificatória e levou a melhor sobre o Atlético. Houve empates por 0 a 0 nos duelos de ida, no Independência, e volta, no Mineirão.