
Na justiça, o valor referente à dívida é de R$ 9 milhões, equivalente aos anos de 2013, 2014 e 2015. Entretanto, a quantia aumentou para cerca de R$ 20 milhões, com a utilização do Mineirão nas temporadas 2016 e 2017. O diretor comercial da Minas Arena, Samuel Lloyd, declarou que a relação entre as duas partes teve melhoras.
“Hoje, se a gente fizer um cálculo, fica na casa de uns R$ 20 milhões, somando desde 2013 até o final de 2017. Lembrando que, em 2018, o clube já remunera a concessionária, já reembolsa a concessionária, porque a gente paga esses custos adiantados e o Cruzeiro nos reembolsa. Estamos em um momento muito bom de diálogo e muito próximos de uma solução dessa questão”, disse Samuel Lloyd, em entrevista concedida nesta quinta-feira, no Mineirão.
Em março deste ano, o Cruzeiro adicionou uma nova estrutura em sua diretoria: a Gestão de Arena, chefiada pelo dirigente Aristóteles de Paula Loredo. A intenção era justamente renegociar a dívida com a concessionária e reaproximar o clube da Minas Arena. Também no mês passado, o Mineirão suspendeu por 30 dias a ação judicial que corre contra o Cruzeiro, a fim de deixar as duas partes conscientes da situação e que haja uma possível solução.
Como não houve tempo para um acordo entre Cruzeiro e Minas Arena, a suspensão foi estendida por mais 30 dias.
Como não houve tempo para um acordo entre Cruzeiro e Minas Arena, a suspensão foi estendida por mais 30 dias.
“Nós suspendemos por 30 dias a ação judicial, em comum acordo entre as partes, uma vez que nós estamos chegando a um acordo extrajudicial para que depois a questão seja resolvida na própria justiça. Então a ideia é que ambas as partes tomem pé da situação, o Cruzeiro hoje estuda todos os números, todos esses relatórios, e aí a gente vai chegar a um acordo sobre como vai ser feito esse pagamento. Hoje, 25% dos borderôs de jogo são retidos em uma conta judicial, o Cruzeiro então não vê esse dinheiro, e nem a Minas Arena, e está sendo acumulado para que, lá no final, o montante já tenha essa parte para o pagamento”, explicou Samuel.
Além das tratativas, o Cruzeiro tem depositado, em uma conta judicial, valores para futuramente, a depender da decisão da Justiça, abater na dívida com a Minas Arena.
Além das tratativas, o Cruzeiro tem depositado, em uma conta judicial, valores para futuramente, a depender da decisão da Justiça, abater na dívida com a Minas Arena.
Despesas além do borderô
O Cruzeiro não tem apenas as despesas relatadas nos borderôs das partidas. Segundo Samuel Lloyd, o clube arca com 70% dos custos referentes a "terceiros", que não estão contabilizados no extrato minuciado.
“Nos borderôs do Cruzeiro estão os custos de borderô, que são custos de federação, alguma segurança privada que o clube contrata para os próprios jogadores, equipe e diretoria e os custos médicos. como ambulância e serviços médicos da partida. O que não está no borderô, hoje, do Cruzeiro é o custo da partida em si, através dos terceiros, de segurança, limpeza, brigadistas, a iluminação do estádio, o ar condicionado, a operação do telão, então os custos operacionais de terceiros e, alguns deles, de insumos, como água e energia, eles não são contabilizados no borderô. Ele são enviados através de ofício para o Cruzeiro, antes de todas as partidas e após todas as partidas com os números finais. Desses números, o Cruzeiro precisa, por contrato, quitar 70% desses custos e despesas, o que o Cruzeiro já vem fazendo desde janeiro deste ano”, finalizou o diretor comercial da Minas Arena.