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Itair revela dificuldades financeiras do Cruzeiro, mas diz que não pretende vender atletas

Vice de futebol afirmou que clube chegou a dever seis meses de salários

postado em 26/06/2018 10:43 / atualizado em 26/06/2018 16:26

O Cruzeiro precisou recorrer a um empréstimo bancário de R$ 50 milhões no início da temporada para tentar arrumar a casa. Segundo o vice de futebol, Itair Machado, na virada de 2017 para 2018, o clube estava com seis meses de direitos de imagem e três meses de salários atrasados. O dinheiro emprestado ajudou a pagar os jogadores e funcionários. A atual diretoria não releva o custo dos juros nem como se deu a negociação com o banco, mas garante que o dinheiro será pago até o fim do ano. Os direitos de transmissão serão a fonte de receita para pagar o empréstimo. Mesmo ainda com situação financeira delicada, Itair garante que a intenção é manter os principais jogadores.

“O Cruzeiro fez sim empréstimo e deu como garantia o crédito da Globo (cota de televisão). Quando chegar em dezembro, o Cruzeiro não deverá esse empréstimo. É bom lembrar que, muitos de vocês não sabem, que alguns jogadores cogitaram nem se reapresentar aqui em janeiro, quando eu assumi, por conta de salários. Você trabalhar com três meses de carteira atrasados e seis de imagem... Se você olhar, alguns jogadores estavam com seis meses e 100% estavam com três meses atrasados. Então era preciso fazer um empréstimo, pois a gente não fabrica dinheiro. O Cruzeiro teve sim que fazer um empréstimo e graças a essa parceria com a Globo conseguiu quitar e alavancar as coisas”, disse Itair Machado, em coletiva de imprensa.

O ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares foi ouvido pelo Superesportes sobre as afirmações de Itair Machado e deu sua posição. “O que não foi pago na nossa gestão foi o prêmio da Copa do Brasil. Isso, normalmente, a gente chama os jogadores e negocia depois. Eles [atual diretoria] acharam um absurdo, queria que a gente pagasse. Mas agora parcelaram e estão pagando essa dívida. Mas não deixamos nenhum direito de direito de imagem atrasado, já que pouca coisa é direito de imagem. A maioria da folha do Cruzeiro é na carteira. Não estava atrasado”.

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Já o ex-diretor financeiro do Cruzeiro, José Ramos, também se pronunciou. Ele negou que houvesse jogadores com três meses de salários atrasados na carteira e seis de direitos de imagem. Segundo ele, a folha de dezembro, que vence em janeiro, e o 13º salário ficaram para pagamento da diretoria que assumiu no início de 2018. Ainda de acordo com ele, a gestão Gilvan adiantou 12% da receita de televisão no ano passado para fechar as contas. Sobraram 18% para antecipação – legislação permite 30% de adiantamento da TV -, que foram feitos pela atual diretoria para pagar parte dos salários no início do ano. 

Vendas?

Apesar do momento financeiro conturbado e dívida crescente, o vice de futebol do Cruzeiro diz que não pretende vender jogadores. Ele deu essa declaração após as várias especulações envolvendo o zagueiro Dedé, na lista de observados pelo Lyon da França, e do meia Arrascaeta, camisa 10 da Seleção Uruguaia na Copa do Mundo e no radar de clubes como Monaco-FRA e Napoli-ITA.

“O interesse do Cruzeiro, quero deixar bem claro para o torcedor, é só comprar, não é vender. O Cruzeiro não é banco. O Cruzeiro quer só comprar e fazer time forte. Se um jogador ou outro sair, vai depender do atleta. O caso do Arrascaeta, o Cruzeiro só vende pela multa. Só se o Arrascaeta chegar e ficar encostado no canto, coisa que eu não acredito, pois tenho conversado com ele, que está empolgado na volta ao Cruzeiro agora. O Cruzeiro não tem esse interesse em vender. Estamos sim passando por dificuldade financeira. Quando for divulgado o balanço da BDO, acho que está atrasado até demais, vocês terão noção exata do que é a situação do Cruzeiro. A gente sabe que muitos clubes passam por isso, mas é a primeira vez que o Cruzeiro está enfrentando dificuldade financeira. Então estamos trabalhando muito para manter uma equipe forte e ao mesmo tempo ir quitando essas dívidas”, acrescentou Itar Machado.



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