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COPA LIBERTADORES

Jogadores de Copa, revelação, ídolo e Ábila: conheça o time do Boca, rival do Cruzeiro

Boca Juniors é o atual bicampeão argentino e tem elenco experiente

postado em 31/08/2018 06:00 / atualizado em 31/08/2018 13:53

AFP

Depois de 10 anos, o Cruzeiro voltará a enfrentar o Boca Juniors em uma competição internacional. A última vez que os clubes se encontraram ocorreu na Copa Libertadores de 2008. O time argentino levou a melhor nos dois jogos das oitavas de final (2 a 1 tanto em Buenos Aires, quanto em Belo Horizonte) e eliminou a Raposa.

Mas qual Boca Juniors o Cruzeiro vai enfrentar? Certamente não se trata do clube avassalador dos anos 2000, que faturou quatro Libertadores (2000, 2001, 2003 e 2007) e dois Mundiais de Clubes (2000 e 2003). Apesar de não ter a mesma força do passado, o Boca é o atual bicampeão do futebol argentino e conta com jogadores experientes, revelações e um ex-cruzeirense no elenco. O técnico é um jovem promissor.

Na janela de meio do ano, o Boca Juniors trouxe dois reforços importantes: o goleiro Andrada, vice-campeão da Libertadores de 2017 com o Lanús, e o atacante Mauro Zárate, que deixou o Vélez provocando uma reação enfurecida nos torcedores do clube.

Desde que Zárate chegou ao Boca, Tévez foi encostado no banco de reservas, o que estremeceu a relação do atacante com o técnico Guillermo Barros Schelotto. O curioso é que os dois chegaram a jogar juntos no início dos anos 2000, vencendo, inclusive, a Copa Libertadores de 2003.

Na última partida do Boca Juniors pelo Campeonato Argentino, contra o Huracán (0 a 0), Tévez nem no banco ficou. Acompanhou o confronto dos camarotes do estádio Adolfo Ducó. “Não houve briga, nem com ele nem com ninguém. Ocorreu simplesmente uma decisão futebolística do que consideramos ser a melhor", disse o treinador, na ocasião.

No jogo dessa quinta-feira, entretanto, o atacante entrou no início do segundo tempo e marcou um dos gols da vitória por 4 a 2 sobre o Libertad. O Boca jogou no esquema 4-3-3, com Andrada; Jara, Goltz, Magallán, Más; Gago (Nández), Barrios, Pablo Pérez; Pavón, Benedetto (Cardona) e Zárate (Tévez).

Jogadores de Copa do Mundo

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O Boca conta com muitos jogadores experientes no elenco. Alguns deles já participaram de Copas do Mundo, como o meia uruguaio Nández, o volante argentino Gago, o volante colombiano Barrios e, claro, o atacante Tévez.

Nández, de apenas 22 anos, formou o setor de meio-campo da Seleção Uruguaia na Copa do Mundo da Rússia ao lado de Arrascaeta. O cruzeirense, contudo, perdeu a titularidade após a estreia. Nández, que não é titular do Boca, participou dos cinco jogos do Mundial.

O colombiano Barrios também participou da Copa do Mundo deste ano. Ele atuou em três jogos: derrota para o Japão (2 a 1), vitória sobre a Polônia (3 a 0) e empate com a Inglaterra (1 a 1), com eliminação nos pênaltis. Ele é titular do técnico Schelotto.

Gago é outro jogador de meio-campo com participação em Copa do Mundo. Foi convocado para o Mundial do Brasil, em 2014. Provavelmente, estaria na lista para o Mundial de 2018, mas se contundiu. As lesões, aliás, minaram a carreira do volante, que já passou por Real Madrid, Roma e Valencia.
   

Ex-Cruzeiro no time

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O Cruzeiro vai encontrar um ex-jogador do clube. O atacante Ramón Ábila ficou pouco mais de um ano em Belo Horizonte, entre junho de 2016 e julho de 2017, conquistando o carinho de muitos torcedores.

Na negociação de transferência, o Boca Juniors assumiu a dívida de US$ 1,5 milhão do Cruzeiro com o Huracán, relativa à segunda parcela da compra de 50% dos direitos econômicos de Ábila. O clube xeneize aceitou a cláusula de adquirir a outra metade do "passe", mas com prazo estendido para dezembro de 2020.

Na passagem pelo Cruzeiro, Ábila marcou 26 gols em 61 apresentações. Sem muitas oportunidades com Mano Menezes, o atacante aceitou a proposta para se transferir para o Boca Juniors em definitivo. Era um sonho dele defender o clube da capital Buenos Aires.

Ábila marcou um dos gols da vitória do Boca Juniors sobre o Libertad (2 a 0), no jogo da ida das oitavas de final da Copa Libertadores, na Bomboneira. O ex-atacante celeste não foi escalado na partida dessa quinta porque estava febril e o Boca ficou com receio de uma possível suspensão do jogador, que não foi muito bem esclarecida.

Ábila disputa posição com Benedetto, que voltou de lesão.

Revelação argentina

Juan Mabromata/AFP


O jovem Cristian Pavón, de 22 anos, é uma das grandes promessas do futebol argentino. Ele foi convocado e participou da Copa do Mundo deste ano. Atuou em quatro jogos: empate com a Islândia (1 a 1), derrota para a Croácia (3 a 0), vitória sobre a Nigéria (2 a 1) e derrota e eliminação para a França (4 a 3).

Pavón foi considerado o melhor jogador do último Campeonato Argentino. As boas atuações chamaram a atenção do futebol europeu. A imprensa argentina especulou que clubes da Itália e Inglaterra queriam a contratação do jogador. Roma e Arsenal eram os interessados, mas a negociação não foi concretizada.

Técnico ídolo do clube


REPRODUÇÃO
O treinador do Boca é o ex-jogador Guillermo Barros Schelotto. Jovem comandante, de apenas 45 anos, Schelotto é considerado um dos maiores ídolos da história do clube. Ele conquistou tudo com a camisa azul e ouro: dois Mundiais de Clubes (2000 e 2003), quatro Copa Libertadores da América (2000, 2001, 2003 e 2007), duas Sul-Americanas (2005 e 2006), duas Recopas (2005 e 2006) e seis Argentinos (Apertura 1998, Clausura 1999, Apertura 2000, Apertura 2003, Apertura 2005, Clausura 2006).

Depois de se aposentar, começou a carreira de treinador. Em 2012, assumiu o Lanús, sua primeira experiência no banco de reservas. O trabalho foi longo, durou até 2015, e gerou frutos. Schelotto ajudou o time da região metropolitana de Buenos Aires a conquistar a Copa Sul-Americana de 2013. Enfrentou o Atlético, campeão da Libertadores da América, na final da Recopa de 2014. Em duelos disputados, o Galo venceu o primeiro jogo na Argentina (1 a 0) e perdeu no tempo normal no Mineirão por 2 a 3, mas fez o resultado na prorrogação e levou o título: 4 a 3.

Schelotto assumiu o comando do Boca Juniors em 2016. Em pouco tempo, já conquistou dois Campeonatos Argentinos: 2016/17 e 2017/18. O objetivo dele, agora, é conseguir voos mais altos nas competições internacionais. O Boca enfrenta um jejum em torneios sul-americanos e viu seus maiores rivais levantarem troféus importantes no continente nos últimos anos: o Independiente ergueu a Copa Sul-Americana em 2017 e o River Plate, duas Sul-Americanas (2015 e 2016) e uma Copa Libertadores (2015). A última vez que o Boca faturou um troféu da Conmebol ocorreu em 2008 (Sul-Americana).  

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