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Thiago Neves é ovacionado pela torcida do Cruzeiro em mais uma noite decisiva

Torcida mostrou apoio ao camisa 10 antes e durante o jogo; no fim, foi recompensada com dois gols e penalidade que selou classificação

postado em 06/06/2019 00:02 / atualizado em 06/06/2019 00:26

<i>(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)</i>
O meia Thiago Neves foi o grande xodó da torcida do Cruzeiro na classificação às quartas de final da Copa do Brasil. O time celeste avançou ao bater o Tricolor por 3 a 1, nos pênaltis, depois de empate por 2 a 2 no tempo normal. Além de marcar os dois gols da Raposa nos 90 minutos, o camisa 10 converteu a penalidade decisiva. Os 40.056 pagantes (47.460 presentes) proporcionaram renda bruta de R$ 546.960,50 na noite desta quarta-feira, no Mineirão.



Como de costume nos jogos marcados para 19h15, horário em que o fluxo de veículos em Belo Horizonte é intenso, os torcedores do Cruzeiro demoraram a chegar ao estádio. O telão da arena informava que pouco mais de 15 mil torcedores haviam passado pelas catracas às 18h45, 30 minutos antes de a bola rolar.

Paulatinamente, as dependências do Gigante da Pampulha foram tomadas. Até mesmo a torcida do Fluminense compareceu em bom número ao setor de visitantes, posicionado ao lado esquerdo da tribuna de imprensa. Entre trocas de provocações, os cruzeirenses gritaram “aõ, ão, ão, segunda divisão!”, em referência ao fato de o tricolor já ter sido rebaixado à Série B do Brasileiro.

Autor de um belo gol de falta no domingo, no empate por 1 a 1 com o São Paulo pela Série A, Thiago Neves foi o jogador mais exaltado quando a locutora do estádio informou as escalações. Contudo, o ânimo inicial deu lugar à tensão assim que o Fluminense colocou em prática o estilo de jogo predileto do técnico Fernando Diniz: troca constante de passes e supremacia na posse de bola. O índice chegou a 90% nos cinco primeiros minutos.

Induzido a pressionar o adversário, o Cruzeiro conseguiu uma roubada de bola aos 6min, com Robinho, que soltou a bomba da entrada da área e obrigou Agenor a espalmar. O lance poderia inflamar o time, mas a ducha de água fria veio aos 9min, quando o árbitro Rafael Traci assinalou pênalti de Dedé em Brenner após consulta ao árbitro de vídeo. Na cobrança, Fábio defendeu o chute de Paulo Henrique Ganso, porém Luciano marcou de cabeça no rebote. Os jogadores celestes se queixaram de invasão do atacante tricolor. Traci ouviu instruções dos auxiliares na sala do VAR e mandou voltar a penalidade. Dessa vez, Ganso rolou a bola no canto direito, e Fábio caiu para o esquerdo.

Com vantagem de 1 a 0, a torcida do Fluminense fez a festa. E aos 30 minutos, com a saída de Fred por causa de lesão, os visitantes não perdoaram: “O Fred vai te pegar! O Fred vai te pegar!”. O camisa 9 é ídolo do Flu, pelo qual jogou entre 2009 e 2016 e marcou 172 gols em 288 partidas. Por sua vez, o Cruzeiro mal conseguia trabalhar a bola no campo de ataque. Tão logo a perdia, via o adversário com frieza e qualidade “esfriar” o jogo. Em dado momento, a multidão de azul pediu “raça, raça, raça!”. O Cruzeiro tentou adiantar a marcação e até emplacou algumas roubadas de bola, o que diminuiu o descontentamento do público.

A entrada de Pedro Rocha no lugar de Marquinhos Gabriel no intervalo fez o Cruzeiro atacar com mais intensidade. Logo aos 6min, um chute cruzado de Thiago Neves, após assistência de Sassá, levantou a galera, que cantou bem alto no Mineirão: “Vamos, vamos Cruzeiro! Cruzeiro guerreiro! Cruzeiro meu amor!”. Aos 11 minutos, enfim o grito ensurdecedor de gol. Thiago Neves, o mais exaltado no pré-jogo, finalizou para o fundo da rede após jogada de escanteio.

Depois do gol de empate, os cruzeirenses aumentaram o tom nas arquibancadas. Aos 18 minutos, Pedro Rocha recebeu lançamento de Thiago Neves e foi derrubado por Gilberto. Pênalti. Sassá teve o nome gritado ao pegar a bola, mas parou no goleiro Agenor. Foi a vez da torcida do Fluminense se exaltar: “explode coração, na maior felicidade, é lindo o meu Fluzão, contagiando e sacudindo essa cidade!”.

<i>(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)</i>

A torcida do Cruzeiro, no entanto, seguiu confiante. Aos 32 minutos, Lucas Romero levou um pisão de Caio Henrique na grande área e caiu pedindo pênalti. Rafael Traci revisou a jogada no VAR e confirmou a marcação. O Mineirão inteiro pediu para Thiago Neves bater. Ele não decepcionou os fãs, chutou forte e fez 2 a 1. O estádio quase foi à loucura aos 43 minutos, em ótima jogada individual de Pedro Rocha. Agenor defendeu bem. Fábio também teve status de herói, ao espalmar os cabeceios de Nino e Ganso. No último lance, porém, não teve jeito: João Pedro virou uma linda e inacreditável bicicleta, digna de placa. Silêncio dos cruzeirenses. Euforia tricolor. O 2 a 2 levaria as oitavas de final para os pênaltis.

O sorteio da arbitragem definiu que as penalidades seriam cobradas no gol à esquerda das cabines de transmissão de TV, onde Fábio brilhou nas quartas de final da Copa do Brasil de 2018, defendendo os três chutes do Santos. Quem começou chutando foi o Cruzeiro. E mal. Lucas Silva errou o alvo. Mandou para fora. Ganso, que havia convertido no tempo normal, também desperdiçou. Bola no travessão. A Raposa teve a chance de abrir o placar com Lucas Romero, mas o gringo carimbou a barra.

<i>(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)</i>

Caio Henrique inaugurou a contagem para o Flu ao chutar rasteiro no centro da meta. Pedro Rocha empatou para o Cruzeiro, que, então, passou a depender do sucesso de Fábio contra o jovem João Pedro. Melhor para o veterano de 38 anos, que defendeu a batida à meia-altura do garoto de 17. Responsável pelo quarto pênalti cruzeirense, Sassá se redimiu do erro no tempo normal e fez 2 a 1. O Mineirão quase desceu abaixo assim que Gilberto, lateral-direito tricolor, carimbou a trave direita. Só dependia do acerto de Thiago Neves para a Raposa avançar. Decisivo como em outros mata-matas, o camisa 10 converteu a penalidade, colocou o time celeste nas quartas de final da Copa do Brasil e deixou o gramado ovacionado. “Thiago Neves! Thiago Neves! Thiago Neves!”.

<i>(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)</i>

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