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Integrantes da chapa Força Azul tomam posse no Conselho Fiscal do Cruzeiro

Conselheiros compareceram à sede administrativa do clube nesta quarta

postado em 03/07/2019 20:30 / atualizado em 03/07/2019 20:46

<i>(Foto: Igor Sales/Cruzeiro)</i>
Os integrantes da chapa Força Azul, eleita na segunda-feira para o Conselho Fiscal do Cruzeiro, foram empossados em seus respectivos cargos nesta quarta. Eles compareceram à sede administrativa do clube, no Barro Preto, para assinar a ata. O mandato durará até dezembro de 2020.

Compõem o Conselho Fiscal os titulares Nagib Geraldo Simões, Paulo César Pedrosa, Wander Gonçalves dos Santos e Tarcísio Dionísio Vítor, assim como os suplentes João Luiz Silva e Afrânio Greco.

Em entrevista ao site oficial do Cruzeiro, o vice-presidente Hermínio Lemos comentou o que espera do órgão fiscalizador. “O Conselho Deliberativo e a comissão fiscal são órgãos completamente independentes do clube e são de muita relevância para o Cruzeiro como um todo. Nós da diretoria somos fiscalizados por eles e esperamos que tenham o máximo de lisura possível, sempre visando o bem do clube”.

Por sua vez, Paulo César Pedrosa garantiu isenção ao avaliar o balanço patrimonial do Cruzeiro do exercício de 2018. “Será um trabalho árduo, mas que será feito com muita cautela e responsabilidade, sem pressa, em que analisaremos as contas dos últimos anos do clube. O Conselho Fiscal agora empossado está muito tranquilo quanto à verificação de todos os documentos. E vamos trabalhar unidos, conferindo os contratos, notas fiscais e todos os documentos necessários”

Expectativa semelhante teve José Dalai Rocha, vice-presidente do Conselho Deliberativo. “O Conselho Fiscal é composto de pessoas de total confiabilidade. A expectativa, não só minha, mas dos mais de nove milhões de cruzeirenses, é que tudo se esclareça, seja passado a limpo, e que o Cruzeiro possa continuar o seu caminho. São pessoas idôneas, honestas e que sabem da responsabilidade que eles assumiram hoje voluntariamente”.

Reestruturação


O Conselho Fiscal eleito terá a missão de analisar as contas da atual administração do Cruzeiro, que aumentou a dívida geral de R$ 384 milhões, em 2017, para R$ 520 milhões, no exercício de 2018. Esse trabalho será realizado sob pressão, pois o clube convive com grave crise institucional e tem a diretoria como alvo de investigações da Polícia Civil e do Ministério Público de Minas Gerais.

As denúncias de irregularidades, aliás, foram motivos para as renúncias dos integrantes da composição anterior, sob a alegação de falta de transparência na gestão do presidente Wagner Pires de Sá.

Em 8 de maio, os titulares Celso Luiz Chimbida, Geraldo Luiz Brinat e Ubirajara Pires Glória apresentaram pedido formal de desligamento em função da limitação de dados fiscais repassados pela diretoria administrativa do Cruzeiro. Uma normativa criada pela atual gestão criou impedimentos para que o Conselho Fiscal recebesse, por exemplo, informações sobre salários de dirigentes, jogadores e comissões.

Já em 28 de maio, os suplentes Valter Batista e Daniel Faria, que assumiriam como efetivos, também oficializaram suas saídas em carta encaminhada ao Conselho Deliberativo.

Então, o presidente do Conselho, Zezé Perrella, viu-se obrigado a convocar nova eleição para reestruturar o órgão. Por 191 votos a 150, a Força Azul superou a chapa Transparência, que tinha os titulares Aristóteles de Paula Lorêdo, Giovanni Baroni e Robert de Freitas, e os suplentes Carlos Ferreira Rocha, Ricardo Moreira de Souza e Robson Lucas da Silva.

Denúncias


Os escândalos no Cruzeiro apurados pela Polícia Civil e pelo MPMG envolvem suspeitas de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica, além de possíveis quebras de regra da Fifa, da Confederação Brasileira de Futebol e do Governo Federal.

As denúncias foram exibidas no programa Fantástico, da TV Globo, em 26 de maio. À época, vieram à tona irregularidades em transações e valores superfaturados pagos a empresas prestadoras de serviço. A PCMG já havia ouvido 15 pessoas que mantinham alguma relação com o clube, entre elas funcionários, ex-empregados, dirigentes e agentes esportivos.

O fato mais grave era sobre um empréstimo de R$ 2 milhões contraído pelo Cruzeiro com o empresário Cristiano Richard dos Santos Machado, sócio de firmas que atuam na locação de veículos e de equipamentos de proteção.

Para abater o débito, o clube, segundo inquérito da Polícia Civil, incluiu parte dos direitos de jogadores do profissional, como David (20%), Raniel (5%), Murilo (7%), Cacá (20%), e de outros que passaram pela base e foram negociados, casos de Gabriel Brazão (20%) e Vitinho (20%).

O Cruzeiro ainda inseriu participação em uma possível venda do promissor Estevão William, de apenas 12 anos, que, pelas leis trabalhistas, só poderá assinar vínculo laboral a partir dos 16.

Outras operações apuradas pela Polícia Civil são os aumentos substanciais nos salários de dirigentes, a contratação de conselheiros para prestação de serviços e o pagamento a torcidas organizadas.

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