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Perrella questiona comissões milionárias no Cruzeiro, aumento de 900% para Gaúcho e suposta compra de votos

Presidente do Conselho Deliberativo fez revelações que comprometem ainda mais a gestão do presidente Wagner Pires de Sá

postado em 10/10/2019 17:12 / atualizado em 10/10/2019 17:29

<i>(Foto: TV Alterosa)</i>
Opositor da atual gestão do Cruzeiro e disposto a tirar o presidente Wagner Pires de Sá do poder em Reunião Extraordinária no próximo dia 21, Zezé Perrella, presidente do Conselho Deliberativo, decidiu expor ainda mais abusos que estariam sendo praticados no clube. Em entrevista ao programa Alterosa Esporte, da TV Alterosa, ele questionou comissões milionárias pagas a empresários em intermediações de jogadores feitas pela atual diretoria de futebol, chefiada por Itair Machado; um aumento de salário na ordem de 900% para um funcionário; e ainda denunciou uma suposta compra de votos de conselheiros em 2017, ano em que Wagner foi eleito presidente.

Várias das revelações de Perrella foram feitas com base no relatório feito pela Comissão de Sindicância montada pelo Conselho Deliberativo para vasculhar as contas da gestão de Wagner Pires de Sá.


Comissões milionárias, salários abusivos e aliciamento

De acordo com Zezé Perrella, a atual gestão elevou o número de comissões pagas a empresários em negociações de jogadores. Além disso, diretores e funcionários com cargos de coordenação passaram a receber salários abusivos. Um exemplo citado foi Alexandre Comoretto, o Gaúcho, da equipe de bocha e um dos diretores da Sede Campestre. No dia a dia do clube, ele atua como captador de apoio para a gestão de Wagner.

“O clube pagou R$ 24 milhões de intermediação de jogadores e outras coisas mais durante esse um ano apenas (2018), e o Cruzeiro contratou diretores com salários absolutamente fora da realidade de qualquer empresa brasileira. Para se ter uma ideia, tem funcionário do Cruzeiro, o Gaúcho (Alexandre Comoretto, um dos diretores da Sede Campestre), esse conselheiro que fica buzinando na cabeça dos outros, ganhava R$ 2,5 mil e passou a ter o seu salário aumentado para R$ 25 mil por mês (reajuste de 900%). Qual a função que esse cara tem dentro do Cruzeiro? Ficar ligando para conselheiros, aliciando conselheiros?”


Compra de votos

Zezé ainda denunciou uma suposta compra de votos de conselheiros pela chapa de Wagner Pires de Sá na eleição presidencial de 2017. À época, o candidato Sérgio Santos Rodrigues, apoiado por Perrella, perdeu o pleito por 235 votos a 200.

Segundo o presidente do Conselho Deliberativo, a diferença de votos a favor de Wagner pode ter sido influenciada por vantagem financeira.

“Quando das eleições, 51 conselheiros do Cruzeiro tiveram suas mensalidades pagas por esse grupo que venceu as eleições. Eu não posso afirmar que foram todos os 51, mas essas mensalidades foram quitadas, de conselheiros que deviam dois, três anos. Pra mim, isso caracteriza compra de votos. Nós temos um Conselho Deliberativo onde sua grande maioria são homens e mulheres cruzeirenses, que gostam do Cruzeiro, mas temos aqueles, que, infelizmente, ficou pra mim comprovado, que trocaram seus votos pela quitação dos seus condomínios, vários deles. Não posso afirmar que são 51, mas vários tiveram. É só verificar aqueles que pagaram as suas contribuições nos últimos dias para poder votar. E rodou, dentro do Cruzeiro, que esse tipo de ação, por intermédio do pessoal que ganhou a eleições, aconteceu. Pessoas deles mesmos comentavam abertamente isso lá dentro. Não quero nominar quais conselheiros participavam disso, até porque não se tem provas. Mas ficou evidenciado, ficou evidenciado, e a eleição foi decidida por 30 e poucos votos (35)”, concluiu.

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