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Carlos Ferreira vê bom trabalho de Adilson Batista no Cruzeiro, mas evita previsões em longo prazo: 'Futebol é resultado'

Dirigente avaliou resultados da equipe nos primeiros meses da temporada

postado em 03/03/2020 07:00 / atualizado em 02/03/2020 21:23

(Foto: Gladyston Rodrigues/EM D.A Press)
Passados dois meses de temporada, Adilson Batista ainda divide opiniões entre torcedores do Cruzeiro. Uma parte acredita que é preciso dar ao técnico tempo para encaixar entrosamento ideal de um elenco repleto de jovens jogadores. Outra não confia na evolução e teme por eventuais dificuldades na Série B, principal objetivo do clube em 2020. Em entrevista ao Superesportes, Carlos Ferreira Rocha, interlocutor do Núcleo Dirigente Transitório com o departamento de futebol, avaliou de maneira positiva o trabalho do comandante, mas evitou fazer previsões em longo prazo.

Futebol é resultado. Não tem como prever. Ninguém iria prever que o Dudamel seria demitido no Atlético em curto espaço de tempo. Futebol é resultado. Até o presente momento, na opinião do conselho, ele está fazendo um bom trabalho. Esperamos que evolua”.

Adilson tem contrato com o Cruzeiro até dezembro. Ao Superesportes, em entrevista publicada no dia 8 de fevereiro, o treinador se posicionou sobre os jogadores que se recusaram a disputar a Série B em 2020. “Eu estava atrás de um jogador, e ele disse que não queria jogar a Série B. Você acha que vou atrás desse jogador no ano que vem? É uma passagem nossa. Então, decisões você toma. E erra”, disse, mostrando confiança de que terá o vínculo prorrogado para 2021.


No momento, o Cruzeiro tem no elenco 18 jogadores oriundos da base. Na vitória sobre o Uberlândia por 2 a 1, no último domingo, no Mineirão, Adilson escalou cinco garotos entre os titulares - o lateral-direito Valdir, o zagueiro Arthur, os volantes Jadsom e Pedro Bicalho e o meia Maurício. No decorrer do jogo, colocou Caio Rosa, Vinícius Popó e Welinton.

Os pratas da casa contam com o respaldo dos experientes, casos do goleiro Fábio, do lateral-direito Edilson, do zagueiro Leo e do atacante Marcelo Moreno. Em busca do entrosamento ideal e de um padrão de jogo, a equipe oscila bons e maus momentos nas partidas.

Para Carlos Ferreira, é preciso ter cuidado ao comparar a situação do Cruzeiro às dos rivais. Na opinião dele, Lisca, técnico do líder América, herdou uma base sólida de Felipe Conceição, enquanto o Atlético, que trocou Rafael Dudamel por Jorge Sampaoli, investiu alto em contratações de peso.

“Entendo que as situações do Cruzeiro e do Adilson são atípicas. O Lisca pegou o América formado, o Atlético também está formado. No Cruzeiro é tudo novidade. Os garotos com muita vontade de performar. É atípico. Não tem como comparar um plantel de jogadores que acabaram de subir da base com um plantel que já performou. A avaliação tem que ser gradativa, dia a dia”.

Desde o rebaixamento à Série B, o elenco celeste passou por grande reformulação. Vários jogadores entraram na Justiça contra o clube em função de salários atrasados, como o zagueiro Fabrício Bruno, o volante Éderson, o meia Thiago Neves e os atacantes David e Fred. Outros acabaram emprestados: o lateral-direito Orejuela (Grêmio), o zagueiro Manoel (Trabzonspor, da Turquia), o volante Henrique (Fluminense) e o meia Marquinhos Gabriel (Athletico-PR). As mudanças abruptas levam a diretoria cruzeirense a ter uma compreensão com os percalços de Adilson Batista.

“Como é um momento atípico, não tem como fazer uma avaliação precisa sobre a capacidade dos treinos, se o Adilson está fazendo um bom trabalho. Ao meu ver, ele está. O Cruzeiro é o quarto colocado, está na frente do Atlético. Eu acredito que, até o momento, diante das circunstâncias, o trabalho está sendo bem feito”, afirmou Carlos Ferreira.


Escolhas

Uma das reclamações dos cruzeirenses contra Adilson Batista é nas escolhas para a equipe. Enquanto os torcedores fizeram coro por oportunidades ao atacante Vinícius Popó, o treinador insistiu em Roberson, que passou em branco em cinco jogos. Ele também tirou o lateral-esquerdo Rafael Santos para colocar João Lucas, com quem trabalhou no Ceará. No último domingo, o camisa 6 foi vaiado pelo público no Mineirão após atuação ruim diante do Uberlândia. Ainda assim, recebeu apoio de Adilson, que garantiu mantê-lo entre os titulares.

Carlos Ferreira Rocha reconheceu o rendimento abaixo do esperado de João Lucas, porém ressaltou que uma única partida não deve ser levada em conta para avaliação completa. “Cada um tem sua opinião. João Lucas fez um jogo ruim contra o Uberlândia, vinha de jogos razoáveis, não vinha comprometendo tanto, e todos os jogadores já tiveram jogos ruins. Tem que ter cautela, não pode por um jogo também destruir a carreira do jogador”.

O dirigente garantiu também que o Cruzeiro vai reforçar os setores do elenco considerados de maior carência por Adilson Batista. “Estamos trabalhando em algumas posições pontuais, que são necessárias contratações. Nós faremos. Nosso foco é realmente o acesso à Série A em 2021 e não vamos perder a oportunidade de contratar jogadores que podem nos ajudar”.

Ocimar Bolicenho

Desde o início do ano, Carlos Ferreira tem o diretor de futebol Ocimar Bolicenho como aliado nas decisões administrativas do time. O trabalho do profissional é bem-avaliado pelo Núcleo Dirigente Transitório.

“A avaliação é positiva. Ocimar está no futebol há muitos anos, já foi presidente do Paraná, trabalhou com relação ao momento que vivemos, trabalhou 17 anos no Tribunal de Contas do Paraná. Está prestando um grande serviço para o Cruzeiro neste momento”.

Uma das ações da atual direção foi enxugar o gasto mensal com futebol para pouco mais de R$ 2 milhões. Até a Série B, o clube cogita aumentar a folha para entre R$ 3 e R$ 3,5 milhões. Mesmo com as reduções, a despesa será superior às dos demais participantes da segunda divisão nacional.

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