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Cruzeiro tenta comprovar gestão temerária de Wagner para receber seguro de R$ 20 milhões

Dinheiro amenizaria as dificuldades financeiras vividas pelo clube

postado em 26/04/2020 19:00 / atualizado em 26/04/2020 19:47

(Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)
O Cruzeiro tentará comprovar a gestão temerária do ex-presidente Wagner Pires de Sá para receber R$ 20 milhões de uma companhia de seguros. É o que revelou Saulo Fróes, integrante do Núcleo Dirigente Transitório, em entrevista à Rádio Itatiaia no sábado (25). Para ter acesso à quantia, o clube depende da conclusão dos relatórios da Kroll, consultoria especializada em investigações corporativas.

“Existe um seguro no valor de R$ 20 milhões que cobre gestão temerária por parte dos diretores. Com base nesta documentação, nós também tentaremos receber, diante das provas, esses R$ 20 milhões. Caso a gente consiga, será muito importante para o fluxo de caixa para este ano diante da situação que enfrentamos”.

Fróes acrescentou que o levantamento da Kroll ajudará tanto no ressarcimento de R$ 20 milhões quanto nas apurações da Polícia Civil e do Ministério Público sobre possíveis irregularidades na administração de Wagner Pires. O trabalho deve ser finalizado até o fim de maio.

“Esse levantamento que a Kroll está fazendo, quanto à documentação em provas, será de suma importância não só para apresentar no processo que corre junto ao Ministério Público, mas também para que a gente possa solicitar o simples ressarcimento. Porque pode não ser considerado crime, mas existe a responsabilidade civil por gestão temerária”.

Caso tenha direito aos R$ 20 milhões, o Cruzeiro aplicará no fluxo de caixa para deixar os salários em dia. Recentemente, houve atraso no pagamento da folha de março, com vencimento no quinto dia útil de abril. A diretoria também anunciou a suspensão de contratos de trabalho por 60 dias devido à crise do novo coronavírus.

O mandato de Wagner Pires no Cruzeiro ficou marcado pelo aumento exponencial da dívida total, que saltou de R$ 383 para mais de R$ 800 milhões em dois anos. Como forma de compensação ao apoio político que recebeu na eleição de 2017, o ex-presidente contratou conselheiros aliados à sua chapa, denominada Família União, e inflou as despesas com pessoal. O ex-diretor-geral Sérgio Nonato, por exemplo, chegou a faturar R$ 125 mil mensais. Wagner empregou até o próprio filho, Humberto Pires de Sá, nas categorias de base do clube.

Em maio de 2019, o programa Fantástico, da TV Globo, denunciou supostos casos de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica no Cruzeiro. A crise institucional se refletiu dentro de campo, e o time foi rebaixado à Série B ao terminar o Campeonato Brasileiro em 17º lugar, com 36 pontos. Com receitas escassas e despesas acumuladas, o clube prevê déficit de R$ 143 milhões em 2020, ano em que disputará a segunda divisão pela primeira vez na história.

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