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No Cruzeiro, Ney Franco ajudou na formação de jogadores e foi interino em 2002 e 2004

Depois de 16 anos, técnico volta ao clube com o desafio de subir à Série A

postado em 09/09/2020 11:55 / atualizado em 11/09/2020 21:20

(Foto: Euler Junior/Estado de Minas)


Escolhido pela diretoria para substituir Enderson Moreira, Ney Franco tem longa trajetória a serviço do Cruzeiro. Entre a década de 1990 e o início dos anos 2000, ele foi técnico das categorias de base do clube. Em 2002 e 2004, dirigiu a equipe principal na condição de interino. Quase 16 anos depois, recebe a missão de tirar o time da zona de rebaixamento da Série B e conduzir até a elite nacional de 2021. Em oito rodadas, a Raposa aparece em 17º lugar, com cinco pontos - a dez do quarto, Cuiabá, e a 12 do líder, Paraná.

Na base estrelada, Ney Franco contribuiu para a formação de jogadores que vieram a se destacar no profissional. Talvez o grande momento tenha sido em 2002, quando o Cruzeiro foi vice-campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior (perdeu para a Portuguesa na final, por 1 a 0). Naquela época, a competição permita a inscrição de atletas sub-21, como era o caso do goleiro Gomes, um dos grandes nomes do elenco que conquistou a Tríplice Coroa em 2003 (Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro).

Outro jogador que disputou a Copinha com Ney Franco e depois foi aproveitado no profissional é Wendel, notabilizado pela versatilidade para atuar tanto no meio-campo quanto na lateral esquerda. Em 2003, ele se tornou titular com a camisa 7 depois que Martinez sofreu grave lesão no joelho direito. Sobrinho de Geovanni, herói do título da Copa do Brasil de 2000 (fez gol de falta aos 44min do segundo tempo), Wendel disputou 149 jogos e marcou nove gols pelo clube. 

Alguns nomes da geração da Copinha de 2002 também se tornaram conhecidos da torcida do Cruzeiro: os zagueiros Emerson e Irineu, o volante Jardel e o atacante Diego Clementino. O meia Walter Minhoca e o atacante Kanu foram se destacar pelo Ipatinga e no futebol português, enquanto o centroavante Eraldo virou figurinha carimbada de equipes do interior de Minas Gerais: Tupi, Villa Nova, Democrata de Governador Valadares, URT, Uberlândia, etc.

Interino


A contribuição para a base proporcionou a Ney Franco oportunidades de ser técnico interino do Cruzeiro. Em 2002, ele esteve à beira de campo contra o Palmeiras, no Mineirão, no dia 14 de agosto, pelo Campeonato Brasileiro. A vitória parecia certa com o gol de pênalti de Fábio Júnior, aos 26min do primeiro tempo, mas Itamar, aos 42min da etapa final, empatou para o Verdão. Na ocasião, a diretoria celeste havia acertado a contratação de Vanderlei Luxemburgo para substituir Marco Aurélio, demitido no revés por 5 a 1 para o Fluminense, no Rio.

Em 2004, Ney Franco comandou a Raposa em duas partidas do Brasileirão após a saída de Emerson Leão. No dia 31 de julho, o time empatou por 0 a 0 com o Fluminense, no Maracanã, pela 20ª rodada. Em 5 de agosto, venceu o Internacional por 2 a 0, no Mineirão, pela 21ª rodada. Nessa partida, o treinador promoveu a estreia do atacante Fred, ex-América. Ele entrou no lugar de Wendel e marcou o segundo gol cruzeirense ao driblar dois adversários e chutar duas vezes em direção à meta de Clemer.

Ney Franco voltou ao sub-20 com a chegada de Marco Aurélio, que durou pouco mais de três meses no cargo, com um aproveitamento de 36,11% em 24 jogos - sete vitórias, cinco empates e 12 derrotas. Em 16 de novembro de 2004, o técnico campeão da Copa do Brasil de 2000 foi despedido ao sofrer goleada para o São Caetano, fora de casa, por 4 a 1, pela 41ª rodada do Brasileirão.

Assim, o clube acionou novamente Ney Franco, que, nas cinco últimas partidas, obteve aproveitamento de apenas 20%: perdeu para Corinthians (1 a 0), Fluminense (3 a 2) e Internacional (2 a 0), bateu o Vitória (4 a 0), e foi goleado pelo Flamengo (6 a 2). A Raposa encerrou a Série A em 13º lugar entre 24 participantes, com 56 pontos (16 vitórias, 8 empates e 22 derrotas).


Sequência da carreira


Em 2005, Ney Franco assumiu o Ipatinga, uma espécie de “time B” do Cruzeiro. De maneira surpreendente, a “filial” superou a “matriz” na final do Campeonato Mineiro, ao vencer por 2 a 1 em pleno Mineirão com mais de 50 mil torcedores. Na Série C, o Tigre fez brilhante campanha e chegou ao quadrangular final dependendo de vitória em casa sobre o América de Natal. Contudo, o time potiguar segurou o empate por 0 a 0 e subiu à Série B juntamente com o campeão Remo. Os mineiros encerraram a terceira divisão com campanha de oito vitórias, sete empates e três derrotas em 18 jogos.

No ano seguinte, ainda no Ipatinga, Ney Franco foi vice-campeão mineiro e conduziu o clube a uma grande participação na Copa do Brasil, superando os tradicionais Botafogo (segunda fase) e Santos (quartas de final). Nas semifinais, a equipe do Vale do Aço mediu forças com o Flamengo: empatou na ida por 1 a 1, em Ipatinga, e perdeu de virada na volta, no Rio, por 2 a 1. Franco viria a ser “premiado” após a diretoria rubro-negra convidá-lo para o lugar de Waldemar Lemos, dispensado em 22 de maio. O treinador aceitou o desafio e ganhou a Copa do Brasil com duas vitórias sobre o Vasco na decisão: 2 a 0 e 1 a 0.

Ney Franco também fez trabalhos de destaque no Coritiba, onde conquistou o Campeonato Paranaense e a Série B de 2010; no São Paulo, pelo qual foi campeão da Copa Sul-Americana de 2012; no Vitória, quinto colocado no Campeonato Brasileiro de 2013; e no Goiás, promovido da Série B para a A, em 2018. Na Seleção Brasileira Sub-20, o técnico ganhou o Sul-Americano e o Mundial, em 2011, comandando jogadores como Neymar, Oscar, Philippe Coutinho, Casemiro, Danilo e Lucas Moura.

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