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Cruzeiro não sai do lugar na Série B e vê recuperação de times como CSA, Confiança, Brasil e Sampaio Corrêa

Raposa foi ultrapassada por times que até pouco tempo brigavam contra Z4

postado em 13/10/2020 06:00 / atualizado em 13/10/2020 09:16

(Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Em pouco mais de dois meses, o Cruzeiro foi de favorito ao título na Série B à briga contra o rebaixamento. Na penúltima posição, com 12 pontos em 15 jogos, o time caminha para o terceiro técnico na competição, visto que Enderson Moreira e Ney Franco acabaram demitidos após acumularem resultados abaixo das expectativas de dirigentes e torcedores.

O profissional a ser anunciado ainda esta semana deve estrear pela Raposa na sexta-feira, às 21h30, contra o Juventude, pela 16ª rodada da Série B, no Mineirão. Embora o presidente Sérgio Santos Rodrigues tenha negado publicamente, houve procura a dois treinadores: Lisca, do América, e Luiz Felipe Scolari, sem clube desde que saiu do Palmeiras, em setembro de 2019. Ambos recusaram os convites.

A matemática pode ser cruel, mas mostra a realidade de uma equipe que não conseguiu sequer fazer gol no Oeste, lanterna da Série B, com sete pontos, e dono da defesa mais vazada, com 26 gols sofridos. Hoje, segundo o Departamento de Futebol da UFMG, o Cruzeiro tem apenas 1,1% de probabilidade de subir à primeira divisão de 2021, ano de seu centenário de fundação. Cálculo semelhante faz o site Chance de Gol: 1%.

Para retornar à Série A, o time precisa de aproveitamento de campeão, de 72,46%, nos 23 jogos restantes (50 pontos em 69). Se conseguir a façanha, chegará 62, pontuação idêntica à do quarto colocado de 2019, Atlético-GO. Como comparação, o atual líder da Segundona, Cuiabá, apresenta índice de 71,11% (32 pontos em 45). São nove vitórias, cinco empates e apenas uma derrota.

O Cruzeiro iniciou a Série B com seis pontos a menos por causa de uma punição na Fifa. Nas três primeiras rodadas, minimizou o prejuízo ao vencer Botafogo-SP (2 a 1), Guarani (3 a 2) e Figueirense (1 a 0). Posteriormente, amargou mais fracassos que êxitos, com duas vitórias, três empates e sete derrotas em 12 jogos (25%). Em meio a isso, concorrentes que estavam fadados ao insucesso arrancaram no campeonato e se afastaram do Z4.

O CSA começou a Série B superando o Guarani por 1 a 0. Depois, perdeu seis jogos em sete, ficando em último lugar na nona rodada, com apenas quatro pontos. A reação do Azulão veio justamente em cima do Cruzeiro: vitória por 3 a 1, no Rei Pelé, em Maceió. Nos cinco confrontos seguintes, o time de Alagoas ganhou quatro e foi derrotado em apenas um, saltando ao 10º lugar, com 19 pontos.

(Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

O Confiança também lidou com percalços na Série B, já que só foi triunfar na sétima rodada, ao fazer 1 a 0 sobre o Vitória. Oriundo da terceira divisão ao lado de Náutico, Sampaio Corrêa e Juventude, o clube de Sergipe (11º) não perde há quatro rodadas (duas vitórias e dois empates) e tem os mesmos 19 pontos do CSA (ocupa o 11º posto), porém com uma partida a mais e desvantagem nos critérios de desempate.

Já o Brasil de Pelotas venceu o primeiro confronto na Segundona exatamente contra o Cruzeiro, por 1 a 0, em 2 de setembro, no estádio Bento Freitas, no Rio Grande do Sul. Em seguida, apresentou retrospecto de três vitórias, três empates e duas derrotas em oito jogos (50%), estabelecendo-se em 13º lugar, com 18 pontos.

Por fim, o Sampaio Corrêa acumula cinco duelos de invencibilidade na Série B - quatro vitórias e um empate - e aparece em 14º, com 17 pontos. Derrotado nas quatro primeiras rodadas, o time maranhense se recuperou com propriedade no campeonato e pode agora dar um salto na classificação, pois tem três jogos a menos que boa parte das equipes. No último dia 8, o Sampaio superou o Cruzeiro por 2 a 1, no Mineirão, gols de Roney e Caio Dantas.

Enquanto os concorrentes mostram que não estão entregues na Série B, o Cruzeiro enfrenta dificuldades para criar jogadas e finalizar. Quando tem a posse de bola, roda de um lado para o outro tentando achar espaço, mas se complica diante de adversários que se fecham. Em contrapartida, dá liberdade para a chegada do oponente à sua área.

O segundo gol do Sampaio Corrêa na última quinta-feira exemplificou bem a apatia cruzeirense. O time visitante recuperou a bola ainda no meio-campo, com o volante André Luiz, e deu sequência pela ponta direita com o ágil Pimentinha, que teve tempo para avançar e erguer a cabeça antes de dar a assistência.

Caio Dantas acelerou o passo no percurso de 50 metros até a entrada da grande área e, livre de marcação, bateu com categoria no canto esquerdo de Fábio. O volante celeste Henrique, que deveria acompanhar o camisa 9 rival, parou no meio do caminho em meio aos berros de “vamo, vamo, Henrique!” de Ney Franco à beira do gramado.

A exceção do Cruzeiro na Série B foi na vitória sobre a Ponte Preta, por 3 a 0, em 30 de setembro, no Mineirão. Além dos gols de Filipe Machado, Arthur Caíke e Manoel, o time exigiu quatro defesas do goleiro Ivan e acertou duas finalizações na trave. Mas a atuação que deveria servir de modelo não passou de lampejo entre tantas partidas ruins no campeonato.

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