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SUBORNO

Platini é liberado após depor sobre possível corrupção envolvendo escolha do Catar

Além de Platini, ex-conselheira de Esportes do governo Sarkozy, Sophie Dion, também foi detida

postado em 19/06/2019 00:53

<i>(Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP)</i>
 
O ex-presidente da Uefa, Michel Platini, foi liberado na noite desta terça-feira após ter sido detido e interrogado horas antes sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo a escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022.

O advogado do ex-astro francês, William Bourdon, lamentou que se faça “muito barulho por nada”. “Esta detenção de Michel [Platini] foi injusta e desproporcional. De nenhuma maneira Michel Platini pode ser considerado suspeito de qualquer coisa. Para nós este é um caso encerrado”, acrescentou.

Na saída do Escritório anticorrupção da Polícia Judiciária, em Nanterre, Platini disse que se manteve “sempre sereno” e “completamente alheio a qualquer negócio. No entanto, embora eu devesse me apresentar livremente, fui colocado imediatamente sob custódia. Isso foi doloroso”, afirmou.
 
Além de Platini, de 63 anos e que ocupou o cargo de vice-presidente da Fifa até 2015, também foi detida a ex-conselheira de Esportes do governo Sarkozy, Sophie Dion, segundo uma fonte judicial.
 
A Procuradoria Nacional de Finanças (PNF) iniciou as investigações em 2016 por suspeita de corrupção nas escolhas das sedes de 2018 e 2022. Em 2017, Platini admitiu que votou no país do Oriente Médio para receber a Copa do Mundo de 2022.

Neste processo, a justiça francesa voltou suas atenções para uma “reunião secreta” que teria acontecido no Palácio do Eliseu em 23 de novembro de 2010. Nela teriam participado o ex-presidente da França Nicolas Sarkozy, o príncipe do Catar Tamim bin Hamad al-Thani e Michel Platini, que era presidente da Uefa e vice-presidente da Fifa.

Em 2015, a Fifa passou por uma grave crise. A escolha do Catar como sede da Copa de 2022 teria sido o estopim. No mês de outubro daquele ano, o ex-presidente da entidade acusou a França. Joseph Blatter falou que existia um “acordo diplomático” para as Copas de 2018 e 2022 serem na Rússia e nos Estados Unidos, respectivamente. No entanto, o plano teria fracassado após “a interferência governamental de Sarkozy”. O ex-presidente francês nega as acusações.

Platini foi presidente da Uefa de 207 a 2015, quando foi banido do futebol por oito anos. Ele foi considerado culpado por receber pagamentos indevidos de Joseph Blatter. Após recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS), a pena foi reduzida e se encerra em outubro deste ano. 

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