Futebol Internacional
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ELIMINATÓRIAS ASIÁTICAS

Sem torcida e sem TV, Coreias empatam sob olhar de presidente da Fifa

Com estádio vazio, jogo histórico não teve cobertura da mídia estrangeira

postado em 16/10/2019 00:47

<i>(Foto: AFP)</i>
As Coreias do Norte e do Sul empataram sem gol em um histórico, porém surreal jogo pelas eliminatórias para a Copa do Mundo-2022 disputado diante do presidente da Fifa, Gianni Infantino, mas sema presença de torcida, imprensa estrangeira e sem transmissão da televisão.

No Estádio Kim Il Sung não havia nem torcedores nem jornalistas estrangeiros para presenciar esta partida entre duas nações tecnicamente em guerra.

O único eco que se tornou público da partida – o primeiro confronto na Coreia do Norte em uma competição masculina de futebol – veio do site da Fifa e da Confederação Asiática (AFC), com permissão para divulgar uma breve informação.

Dessa forma, os torcedores sul-coreanos terão que esperar vários dias para poder, talvez, assistir a esse jogo que a AFC apresentou como “uma das partidas mais esperadas” há anos. “A Coreia do Norte prometeu dar a nossa delegação antes de ir embora um DVD com todas as imagens do jogo”, anunciou em um comunicado o Ministério sul-coreano da Unificação, responsável pela diplomacia entre as duas Coreias.

A bandeira sul-coreana


Enquanto isso, a imprensa esportiva destaca que a Coreia do Sul fez suas três substituições contra duas de seus vizinhos do norte e que as duas seleções receberam dois cartões amarelos cada. Mas a imagem da partida será sem dúvida, pelo ineditismo em Pyongyang, da bandeira da Coreia do Sul tremulando no estádio, segundo as fotos divulgadas na internet pela Federação Sul-Coreana (KFA).

Nessas imagens é possível ver como os potentes refletores iluminavam as arquibancadas coloridas, mas vazias. Entre os raros espectadores, estava o presidente da Fifa Gianni Infantino, que chegou no mesmo dia a Pyongyang. “É um grande prazer estar aqui”, afirmou ele em sua chegada ao aeroporto, onde foi recebido pelo presidente da Federação Norte-Coreana, Kim Jang San.

A seleção sul-coreana desembarcou na segunda-feira, acompanhada apenas por seu treinador, o português Paulo Bento (que já dirigiu o Cruzeiro), pela comissão técnica e dirigentes. Antes de voar para Pyongyang, os sul-coreanos tiveram que deixar seus celulares na embaixada de seu país em Pequim, na China.

<i>(Foto: AFP)</i>


Comunicações limitadas


A coletiva de imprensa de Paulo Bento na véspera da partida no estádio Kim Il Sung, ocorreu com a presença de cinco jornalistas norte-coreanos e de dois membros da KFA. Estes últimos tiveram que voltar ao hotel onde se hospedaram para se conectar à internet e poder enviar um resumo do jogo a sua federação.

A partida ocorreu em meio a um aumento dos testes de mísseis por parte da Coreia do Norte, que além disso se levantou no início do mês da mesa de negociações com os Estados Unidos na Suécia. Pyongyang descarta no momento que as conversas sejam retomadas.

Ficou mais distante o entusiasmo de 2018, quando o presidente sul-coreano Moon Jae-in aproveitou os Jogos Olímpicos de Pyeongchang para romper o gelo e se reunir em três ocasiões com o líder norte-coreano Kim Jong Un.

Durante décadas, a Coreia do Norte se recusou a sediar partidas internacionais com a vizinha, optando por transferi-las para a China. O primeiro foi um amistoso em 1990 com o objetivo de promover a reunificação. As duas equipes carregaram na ocasião uma mesma bandeira, na qual figurava a silhueta da península.  Mas a primeira partida de competição na Coreia do Norte não aconteceu até 2017, entre as seleções femininas.

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