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SÉRIE A

Abalado após caso de racismo, Aranha tem desafio pelo Santos contra Botafogo no Maracanã

Arqueiro afirmou que não conseguiu conciliar sono após episódio em Porto Alegre

postado em 31/08/2014 09:13 / atualizado em 31/08/2014 09:24

Agência Estado

Ivan Storti/Santos FC

Aranha não conseguiu conciliar o sono de quinta para sexta-feira e nas últimas horas tentou deixar no passado o inferno que passou na noite de quinta na Arena Grêmio, em Porto Alegre, para não pôr em risco o seu desempenho frente ao Botafogo, neste domingo, às 16 horas, no estádio do Maracanã, no Rio, pela 18.ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Insultado criminosamente por um grupo de torcedores que estava atrás do seu gol no segundo tempo do jogo contra o Grêmio, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, o goleiro santista inicialmente tentou se manter indiferente às ofensas, mas ao ser chamado de "macaco" e negro fedido ficou transtornado. A revolta aumentou ao perceber que a polícia nada fazia e quando o árbitro do jogo, o goiano Wilton Pereira Sampaio, que é do quadro da Fifa, o acusou de ter provocado os racistas.

Há expectativa sobre o Aranha que vai defender o gol do Santos contra o Botafogo. O goleiro que costuma se tornar intransponível na maioria dos jogos, principalmente quando o restante do time está mal, ou o Aranha abalado moralmente e que sentiu demais a humilhação que sofreu no Sul? O risco dele ficar fora do jogo é quase zero. Só mesmo se o técnico Oswaldo de Oliveira perceber que o seu goleiro de confiança ainda não superou da humilhação a que submetido na noite em que o Santos ganhou com inteligência por 2 a 0 do Grêmio e que deveria ser só de alegria. Habituado a desafios, o mais provável é que Aranha reúna forças para jogar e dar a sua resposta no campo.

Além de quase garantir o time nas quartas de final da Copa do Brasil, a vitória de Porto Alegre pode ter sido o ponto de partida para a reação do Santos na outra competição: o Brasileirão. O resultado só não foi surpresa para Oswaldo de OLiveira. O treinador vinha repetindo que a sua equipe já havia jogado o bastante para vencer como visitante diante de Fluminense, em Volta Redonda (RJ), Internacional, em Porto Alegre, e do favorito ao título Cruzeiro, em Belo Horizonte.

"Em todas essas partidas, como também contra o Corinthians, quando ficamos com um jogador a menos, tivemos mais volume, criamos as melhores oportunidades, mas não vencemos em razão da infelicidade nas finalizações. E os adversários aproveitaram as poucas chances que tiveram", disse. Para o treinador, agora mais confiante, a tendência é que o Santos deslanche na competição. Nas 17 rodadas do Brasileirão, os santistas só venceram duas vezes fora da Vila Belmiro, ambas por 2 a 0.

Gabriel, que recebeu o terceiro cartão amarelo no clássico contra o São Paulo, será o desfalque. Oswaldo de Oliveira vai aproveitar para dar mais uma oportunidade a Leandro Damião, que foi bem ao entrar no segundo tempo contra o Grêmio, deixando o velocista Rildo no banco, como arma para o segundo tempo.

No jogo deste domingo, Oswaldo de Oliveira disse que vai passar por uma situação estranha, enfrentando jogadores que lançou no Botafogo e que se tornaram amigos dele. "É indigesto se defrontar com essa turma. São meninos que a gente ajudou bastante, de quem gostamos e sabemos que há reciprocidade. É preciso saber conviver com isso. Em outras praças isso acontece menos porque o treinador não troca tanto de lado e jogadores também ficam mais tempo nos clubes", afirmou.

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