Futebol Nacional
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SUPERCOPA SUB-20

Com decisão entre Atlético e Cruzeiro, Supercopa Sub-20 é vitrine de luxo

Galo ganhou a Copa do Brasil na categoria, enquanto Raposa o Brasileiro

postado em 12/11/2017 12:12 / atualizado em 12/11/2017 17:14

Divulgação/Atlético e Cruzeiro
Minas Gerais dominou em grande estilo as competições de base em 2017 no futebol brasileiro. Se o Atlético conseguiu desbancar o Flamengo, nos pênaltis, em junho, para vencer a Copa do Brasil Sub-20, o Cruzeiro não fez por menos: conquistou o Campeonato Brasileiro da categoria no mês passado, também nas penalidades, em dois jogos muito equilibrados contra o Coritiba. Agora, Galo e Cruzeiro se preparam para dois clássicos no Independência que prometem agitar o estado, valendo o título da Supercopa e a vaga inédita para a Copa Libertadores de 2018. O primeiro duelo será sábado. O segundo, na terça-feira, dia 21, com horários ainda a serem confirmados (dependem da detentora dos direitos de transmissão). Não haverá critério do gol qualificado para definição do campeão. Se houver empate, a decisão será nos pênaltis. Além de buscar o título, jogadores das duas equipes aproveitam a grande final para mostrar serviço aos treinadores das equipes profissionais, de olho na próxima temporada.

Algoz do rival em 2017


Campeão da Copa do Brasil Sub-20, o Atlético espera concluir a temporada de 2017 com a conquista da Supercopa diante do Cruzeiro, valendo vaga inédita à Copa Libertadores da categoria em 2018. A possibilidade de disputar um torneio internacional é algo que anima os jogadores, que esperam também ser futuramente aproveitados pelo técnico Oswaldo de Oliveira no time profissional. Ontem, a equipe gleou o Araxá por 4 a 0 e conquistou o Campeonato Mineiro 2017.

Um aspecto que anima os atletas é o ótimo retrospecto recente contra a Raposa em jogos pelo Campeonato Mineiro deste ano: o Galo venceu os três confrontos – um pela primeira fase (3 a 1) e dois pelo hexagonal final (3 a 0 e 2 a 0). Em todos os jogos, mostrou comprometimento, vontade e êxito nas finalizações.

O técnico Ricardo Resende demonstra confiança em mais um título de expressão, agora sobre o maior rival: “Os meninos estão concentrados. Fizemos uma ótima preparação. Sabemos da grandeza da Supercopa, que vale vaga na Libertadores, uma competição importante. É uma grande chance para os atletas pegarem essa experiência. Quando estiverem no profissional, eles estarão acostumados a jogar contra escolas diferentes. Vamos estar mobilizados para representar o Atlético na Supercopa. O primeiro objetivo da base é o processo de formação, revelando talentos para o profissional. Mas, se conseguirmos alinhar a formação com títulos é importante”.

O treinador acredita que os jogos contra o Cruzeiro serão muito equilibrados, definido em detalhes: “O clássico na base não vai fugir muito do que é o profissional. Também há grande rivalidade. Respeitamos a equipe do Cruzeiro, que tem qualidade. Fazemos uma grande preparação, estudando a equipe adversária e seus pontos fracos e fortes. Vamos nos concentrar bastante para tentar este título inédito para o Atlético”.

Como os treinos da base e do profissional ocorrem no mesmo espaço, Ricardo tem feito reuniões frequentes com Oswaldo de Oliveira, que dirige a equipe profissional, e com Caio Zanardi, técnico do sub-23. No dia a dia, é comum ver os atletas transitando de uma equipe mais jovem para outra mais experiente, e vice-versa. Existe a ideia de que vários atletas da base possam subir de categoria no ano que vem, até para rejuvenescer o time principal, que hoje tem média de idade superior a 30 anos. Titular do Sub-20, o goleiro Cleiton tem sido relacionado para os últimos jogos do Brasileiro devido às lesões de Giovanni e Uilson.

Outro atleta observado com atenção é o armador Marco Túlio, de 19 anos. Ele teve breve período treinando com os mais experientes e até disputou uma partida oficial pelo Galo no Campeonato Mineiro – contra a Caldense, ainda sob o comando de Roger Machado. Em 2017, ele jogou simultaneamente pelos times Sub-23 e Sub-20, sendo muito elogiado. “O pensamento é o mesmo: ajudar o Atlético, independentemente da categoria. Espero estar no profissional em breve. É um excelente ano. Se não tiver chance, vou trabalhar da mesma forma para buscar meus objetivos”.

Capitão da equipe que enfrentará o Cruzeiro, o zagueiro Nathan, de 20, espera encerrar com grande estilo seu último ano de júnior – no ano que vem, deve fazer parte do time de Oswaldo: “É um clássico com duas grandes equipes. É o nosso maior rival. Temos de encarar como fizemos no Campeonato Mineiro, como fizemos na Copa do Brasil, buscando o equilíbrio. Temos de trabalhar bem e fazer grandes jogos, para que no ano que vem possamos estar numa pré-temporada com a equipe profissional”.

Acompanhamento


Oswaldo de Oliveira admite não acompanhar de perto a base, mas diz estar atento às características dos atletas para posteriormente encaixá-los, de acordo com as necessidades da equipe no ano que vem: “O Caio, o Baiano (auxiliar da base) e o Ricardo estão sempre aqui comigo. Falamos dos valores e como eles se comportam quando jogam as competições. Estou com muito foco no profissional e não tenho saído para ver os jogos, mas meus auxiliares sempre acompanham esses atletas. Estamos trabalhando num segundo patamar, mas damos ênfase a isso também”. (RD)

Tudo na hora certa


O Cruzeiro chega à decisão da Supercopa Sub-20 animado pela conquista do título do Campeonato Brasileiro da categoria e também com a possibilidade de alguns jogadores serem aproveitados por Mano Menezes na equipe profissional. A diretoria, tanto a atual quando a que assumirá no mês que vem, tem procurado ter cuidado especial para que a transição seja tranquila e que as joias cheguem ao profissional em plenas condições de mostrar todo o talento.

O próprio técnico da equipe sub-20, Emerson Ávila, que também comanda o recém-criado sub-23, acredita que a final da Supercopa Sub-20 será mais um passo na longa caminhada para que os pratas da casa consigam se tornar profissionais. “É bom que o jogador atue em clássico, valendo título, em estádio cheio. Tudo isso contribui para a formação dele”, afirma.

Ele alerta, porém, para a necessidade de a torcida entender que se trata de atletas ainda em maturação. “O torcedor tem de enxergar um jogador sub-20 como sub-20, não como profissional. A exigência é outra. Os erros vão acontecer, seja por nervosismo, ansiedade ou mesmo pela questão técnica. Esperamos que entendam isso”, declara Ávila.

Para o treinador, o período de transição é mesmo sensível e, se malfeito, pode prejudicar a carreira, mesmo que as revelações tenham qualidade. “Temos de estar atentos, controlar os atletas, saber a hora certa de eles subirem. Quando um sobe não quer dizer que vai se firmar como profissional. É preciso calma, entender que, às vezes, vai voltar para a base a pedido do próprio treinador do time profissional. É preciso trabalhar a parte psicológica. Como digo a eles, estar bem às vezes é fácil. Difícil é estar bem sempre, que é o objetivo.”

No caso dos atletas celestes, as palavras do comandante parecem ter sido bem assimiladas. “A gente sabe que o trabalho está sendo benfeito, que tudo tem sua hora. Eu mesmo ainda tenho mais um ano na base, não tenho pressa”, afirma o volante Vander, um dos jogadores mais promissores da atual equipe sub-20.

Alguns atletas já tiveram a chance de treinar entre os profissionais e gostaram bastante. Agora, acreditam que a decisão de um título nacional contra o maior rival é uma grande chance de crescer profissionalmente.

“Trata-se de um jogo bom de se jogar, clássico, em estádio cheio. Para jogar no Cruzeiro, você tem de estar acostumado a esse tipo de pressão. É uma situação que nos prepara ainda mais para subir para o profissional”, argumenta o armador Thonny Anderson, outro que também deve ter chance no time principal no ano que vem.

AGENDA CHEIA O único problema do time celeste é o calendário apertado, depois da criação do Campeonato Brasileiro de Aspirantes. Como disputa a competição com a base do sub-20, Émerson Ávila terá de poupar jogadores no confronto com o São Paulo, quinta-feira, na capital paulista, para prepará-los para o jogos decisivos da Supercopa.

Para completar, alguns jogadores também têm compromissos pelo profissional. É o caso do atacante Jonata, que, se for relacionado pelo técnico Mano Menezes para o jogo com o Vitória, pelo Brasileiro, vai desfalcar o sub-20 ao menos no primeiro jogo com o Atlético.

Olhos do chefe Para o técnico Mano Menezes, “estar numa final é importante para quem está na fase de formação. Os jogadores já começam a viver o que é a disputa de um título. Isso também faz parte da formação.” Mas ele não vê como o principal para o desenvolvimento de um atleta.

Em relação ao aproveitamento de jogadores das categorias inferiores, Mano conta que o clube tem duas pessoas na transição da base para o profissional. “O James Freitas é o elo de contato. O outro é o Emerson Ávila. Além disso, trazemos os jogadores para jogos-treinos aqui na Toca. Aí, posso observar melhor, mas quando esses jogadores vêm, é porque já estão indicados.” (PG)

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