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Atlético: busca por Tchê Tchê simboliza mudança de rota na carreira de Cuca

Últimos bons trabalhos do técnico no futebol brasileiro tinham volantes de forte marcação como peças fundamentais; em 2021, não deve contar com esse jogador

postado em 06/04/2021 05:00 / atualizado em 05/04/2021 13:11

(Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
Os três últimos grandes trabalhos do técnico Cuca no futebol brasileiro foram em times com perfis de elenco e estilos de jogo distintos. Porém, há ao menos um ponto em comum entre o Atlético de 2013, o Palmeiras de 2016 e o Santos da temporada 2020: a presença de um volante caracterizado pela forte marcação. Em 2021, o treinador demonstra uma mudança de rota na carreira, simbolizada pela contratação do meio-campista Tchê Tchê.

O grupo de jogadores do Atlético não possui um volante “cão de guarda”. No elenco atual, dois atletas têm mais familiaridade com a posição de primeiro homem do meio-campo: Allan e Jair. Matías Zaracho e Dylan Borrero também exerceram a função, mas com menos frequência. Nenhum deles tem como características principais a forte marcação e a proteção da zaga.

Nome de confiança de Cuca, Tchê Tchê também não é esse jogador. O atleta de 28 anos ganhou destaque no cenário nacional pelo bom passe, a facilidade para ocupar vários setores do campo e a polivalência. Pode atuar como lateral-direito e em todos os setores do meio-campo. Sob o comando do treinador alvinegro, jogou como primeiro e segundo volante.

“Você não precisa ser um exímio marcador para ser o primeiro volante. Não existe mais aquele primeiro volante que só marque. Ele tem que dar início a toda jogada. O Allan faz isso, o Zaracho faz isso, o Tchê Tchê faz isso. E dão qualidade para o jogo. Os que menos marcam são os meias adversários. Se você tiver um volante que jogue, de repente, é onde você pode ter a vantagem no jogo”, analisou Cuca.

Histórico


No Atlético campeão da Copa Libertadores de 2013, Cuca apostava em dois fortes marcadores no meio-campo: Pierre e Leandro Donizete. Com eles, o quarteto ofensivo - formado por Ronaldinho Gaúcho, Bernard, Diego Tardelli e Jô - se sentia mais livre para atacar.

Em 2016, o Palmeiras ganhou elogios pelo bom desempenho dos polivalentes Tchê Tchê e Moisés. Nos jogos em casa, Cuca escalava o criativo Cleiton Xavier ao lado dos dois, para ter maior capacidade ofensiva. Fora do Allianz Parque, apostava no “cão de guarda” Thiago Santos para fortalecer a marcação. Dessa forma, pôs fim ao jejum de 22 anos sem títulos brasileiros.

Na última temporada, o surpreendente Santos chegou à final da Libertadores com grande poderio ofensivo, especialmente por conta dos atacantes Marinho e Soteldo. O volante de marcação foi Alison, presente em todos os jogos da equipe na fase mata-mata da competição.

De volta ao Atlético, Cuca não deve ter outros reforços para o meio-campo neste início de temporada. Tchê Tchê chega por empréstimo até dezembro. É a aposta do treinador por um modelo diferente e uma mudança de rota na carreira para, quem sabe, voltar a ganhar títulos.

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