No momento, o Newell's é considerado o melhor da Argentina. Na última quarta-feira, conquistou o sexto título nacional, com uma rodada de antecedência. Em 18 partidas, foram 12 vitórias, dois empates e quatro derrotas. Teve o ataque mais positivo, com 40 gols.
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Na Copa Libertadores, o Newell's enfrentou um caminho tortuoso. Na primeira fase, sofreu com a irregularidade. Venceu três partidas e perdeu outras três. Classificou-se em segundo, atrás do Olímpia, em uma chave que contava também com o Universidad de Chile e o Deportivo Lara.
Nas oitavas, eliminou o Vélez - depois de perder o primeiro jogo em casa por 1 a 0, venceu o segundo, por 2 a 1. Encarou outra pedreira nas quartas. Nada mais, nada menos que o temível Boca Juniors, dono de seis canecos do torneio. A vitória épica só veio depois de 26 cobranças de pênaltis.
"No meu modo de ver é o melhor futebol da Libertadores ao lado do nosso. Joga e deixa jogar. Tem três atacantes rápidos e laterais que apóiam. Um adversário que é um espelho nosso. Serão grandes jogos", disse Cuca, após o empate contra o Tijuana, no Independência.
Já na Copa da Argentina, com time mesclado, foi eliminado pelo Talleres, ao ser derrotado fora de casa por 1 a 0, nessa quarta.
O elenco do Newell's conta com jogadores experientes, com passagem pela Seleção Argentina, e historiacamente ligados ao clube. Na defesa, Heinze é um dos homens de confiança do técnico Gerardo Martino. Revelado pelo clube em 1996, Heinze já disputou duas Copas do Mundo (2006 e 2010) e defendeu grandes clubes na Europa, como Real Madrid e Manchester United.
Maxi Rodríguez é outro destaque. O meia marcou o gol do pênalti que classificou o Newell's contra o Boca. Assim como Heinze, cresceu frequentando o Estádio Colosso del Parque. "Um título com o Newell's não se compara a nada. Sair campeão com o clube do coração não tem preço, é muito especial. Só quem é Leproso sabe o que estou falando. Coroar minha carreira com esse título era algo que sempre desejei", frisou Rodríguez, ao site oficial do clube.
No ataque, Ignacio Scocco é a grande esperança de gols. Outro criado na base do clube, ele foi o artilheiro dos últimos dois Campeonatos Argentinos e já marcou cinco vezes nesta Libertadores.
Entretanto, Scocco e Heinze, além de outros três jogadores (Santiago Vergini, Rinaldo Cruzado e Horacio Orzán) estão em final de contrato e ameaçados de não jogarem a semifinal contra o Atlético. A direção do Newell’s tenta um acordo para contar com os atletas contra o Galo.
Comandante
O Newell's é comandado pelo técnico Gerardo Martino, histórico jogador do clube. Das três vezes em que o time de Rosário chegou à semifinal da Libertadores, ele estava em todas elas (duas como jogador e uma como treinador).
Martino ficou conhecido internacionalmente pela ótima campanha do Paraguai na Copa do Mundo de 2010, quando foi eliminado pela Espanha nas quartas de final.
Depois de se desligar da Seleção Paraguaia em julho de 2011, Martino foi sondado pela Seleção Colombiana, mas acabou acertando sua volta ao Newell's em 2012.
"Martino chegou e em um ano e meio transformou o Newell's, que passou de uma equipe que olhava para baixo, como o Independiente, para uma equipe admirada não só na Argentina como no mundo", avaliou Mariano Dayan.
Com o contrato no fim, Martino já recebeu uma proposta do Real Sociedad e foi sondado pelo Real Madrid, segundo a imprensa argentina.
Torcida
Em casa, um grande trunfo do time é a torcida, que lota as dependências do Colosso del Parque (Estádio Marcelo Bielsa), com capacidade para 42 mil pessoas. O estádio foi construído em 1911 e sofreu várias reformas ao longo dos tempos. Como um alçapão, as arquibancadas deixam os torcedores mais próximos do campo, pressionando os adversários.
História
Fundado em 3 de novembro de 1903, o Newell's Old Boys recebeu esse nome do fundador Claudio Newell's em homenagem ao seu pai, o inglês Isaac Newell's, um dos pioneiros do esporte bretão na Argentina.
Curiosamente, os torcedores do clube são conhecidos como Leprosos. Isso porque o Newell's, assim como seu rival local, o Rosario Central, foi convidado a participar de um evento beneficente para pacientes com hanseníase de um hospital de Rosário. Apenas o Newell's aceitou o convite. O apelido é um orgulho para a torcida. Por não ter participado, os fãs do Rosario são chamados de Canallas.
Os Leprosos foram campeões argentinos seis vezes (1974, 1987/88, 1990/91, 1992, 2004 e 2013). Já chegaram em duas finais da Copa Libertadores: em 1988, foi derrotado pelo Nacional, e em 1992, vencido pelo São Paulo.