Com 'marcação pressão' e casa cheia, River Plate quer asfixiar Cruzeiro no Monumental de Núñez

Os números não mentem mas podem enganar em uma leitura superficial. O River Plate, por exemplo, teve o pior rendimento na primeira fase da Copa Libertadores (apenas sete pontos) em um grupo sem grandes forças - Juan Aurich, San José e Tigres. A despeito dessa irregularidade, eliminou, nas oitavas, o rival Boca Juniors, dono da melhor campanha da história da fase de grupos, com atuações mais convincentes. Mesmo ainda distante de seu melhor rendimento, ganhou corpo e confiança para a sequência do torneio. Agora, nas quartas de final, o desafio é bater o Cruzeiro.

O técnico Marcelo Gallardo já tem em mente seu plano de jogo. A ideia é sufocar a Raposa e conseguir abrir o placar logo no início. “Gallardo busca alta pressão na metade do campo para recuperar rápido a bola, asfixiar a saída do rival e buscar os atacantes. Além disso, os laterais avançam permanentemente ao ataque”, explica Nahuel Trasmonte, repórter do Olé. “De qualquer maneira, o River não mostra seu melhor nível, como quando ganhou a Sul-Americana no ano passado”, acrescentou.

O River Plate deve ser escalado com praticamente a mesma equipe que enfrentou o Boca Juniors, no Monumental. As novidades são as voltas do lateral-direito Mercado e do atacante Gutiérrez. Por outro lado, o atacante Driussi, o mais afetado pelo gás de pimenta, está fora. Mora sente dores no joelho, não treinou nos últimos dias, mas deve ir para o jogo.

“Seguramente Gallardo manterá a dupla de volantes com Ponzio y Kranevitter, um para desarmar e outro para dar ritmo na faixa central do campo. Jogará com quatro defensores e dois atacantes: Teo e Mora. A única dúvida é o ponta esquerda: Pity Martínez ou Rojas”, observa Trasmonte.

Gallardo mandará a campo Barovero; Mercado, Maidana, Funes Mori e Vangioni; Sánchez, Ponzio, Kranevitter e Pity Martínez (Rojas); Mora e Teo Gutiérrez. Os destaques do time são o meio-campista Carlos Sánchez e o atacante Mora. O primeiro cresceu nos clássicos contra o Boca Juniors e o segundo foi o melhor da equipe na primeira fase.

“Esta equipe do River se sente mais cômoda com times que jogam e deixam jogar, como a maioria dos brasileiros”, afirma Trasmonte. Frágil longe de casa, o Cruzeiro terá que se superar para voltar com um bom resultado da Argentina. Como visitante, a Raposa teve muitas dificuldades até agora na Libertadores: derrotas para São Paulo e Huracán; empate contra Universitario Sucre e vitória diante do Mineros.

O River Plate terá apoio maciço nas arquibancadas. Quase 60 mil torcedores estarão cantando e fazendo uma bela festa no Monumental de Núñez. River e Cruzeiro se enfrentam nesta quinta-feira, às 22h, no Monumental, pelas quartas de final da Copa Libertadores.