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Por meio de nota divulgada pelo Cruzeiro, ex-vice de finanças reitera divergências, mas diz que desligamento não foi motivado por 'negócios obscuros'

Divino Alves se posicionou um dia após confirmar saída do clube celeste

postado em 16/03/2018 18:38 / atualizado em 16/03/2018 19:16

Reprodução
Em nota divulgada pelo Cruzeiro na noite desta sexta-feira, o ex-vice-presidente de finanças, Divino Alves Lima, justificou seu desligamento do clube, anunciado nessa quinta-feira. Ele reiterou as divergências com a gestão do presidente Wagner Pires de Sá, disse que elas são ‘normais e salutares ao ambiente corporativo’, mas rechaçou que a saída foi motivada por ‘negócios indevidos ou obscuros’.

O jornal O Tempo divulgou, também nesta sexta-feira, que valores pagos pelo Cruzeiro ao atacante Fred seriam o principal motivo do pedido de desligamento feito por Divino. Conselheiros ouvidos pela reportagem daquele veículo teriam afirmado que o camisa 9 custará aos cofres da Raposa cerca de R$83 milhões – R$43,2 milhões em salários, R$30 milhões em luvas (R$ 10 milhões por ano), além da multa supostamente devida ao Atlético, de R$ 10 milhões. Na nota, Divino descarta essa hipótese.

“Os valores referentes à contração de atletas, como mencionado falaciosamente e maldosamente por jornal desta capital, são falsos e não correspondem com a realidade. Trata-se de contrato, como os outros, do qual tive amplo acesso e conhecimento, desde o início das tratativas. Não convém aqui informar os valores corretos, que muito divergem daqueles divulgados, por se tratar de questão que envolve a privacidade dos contratantes”, diz o comunicado, assinado apenas pelo ex-vice-presidente financeiro.

Nessa quinta-feira, o Superesportes informou que investimentos feitos pela atual diretoria desagradaram ao ex-vice-presidente de finanças. Ele estava irritado com a pouca responsabilidade do departamento de futebol. Divino chegou a desabafar nas últimas semanas com amigos dirigentes de outros clubes sobre a situação do Cruzeiro. A reportagem reitera a notícia que publicou nessa quinta. 

O ex-executivo do Banco BMG revelou ainda que continuará prestando serviços ao Cruzeiro e que parte de sua equipe permanecerá no clube em cargos de confiança. Seu principal assessor, José Osvaldo Cardoso Sobrinho, deverá assumir o cargo deixado pelo antigo chefe. Ele já serviu grandes corporações, como a Vale, do ramo de mineração, e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Veja na íntegra a nota divulgada pelo Cruzeiro e assinada por Divino Alves Lima:

Após o meu desligamento do Cruzeiro Esporte Clube no dia 14/13/2018, fui surpreendido por sua grande repercussão nas redes sociais e na imprensa, principalmente por se tratar de fato absolutamente normal e corriqueiro no ambiente corporativo, ou seja, a alteração dos seus quadros.
 
Atribuo esta repercussão, entretanto, apenas à grandiosidade do Cruzeiro.
 
Porém, diante de algumas notícias falaciosas e mentirosas divulgadas na imprensa, das quais, ao que percebo, pretendem apenas atrapalhar o ótimo clima que hoje prevalece no Cruzeiro Esporte Clube, sinto-me na obrigação moral de esclarecer, de vez por todas, alguns fatos.
 
1. Em momento algum, meu desligamento teve como motivação a existência, ou mesmo sequer a desconfiança, de ter havido negócios indevidos ou obscuros feitos pela gestão atual. Ao contrário, sempre participei e tive acesso a todos os documentos inerentes às obrigações financeiras do Clube assumidas pela atual gestão. Prova disso é que continuarei prestando serviços em parceria com o Cruzeiro EC, e que parte da minha equipe inclusive permaneceu no clube e em cargo de confiança. Portanto, não há o menor sentido nas ilações feitas por parte da imprensa;
 
2. Os valores referentes à contração de atletas, como mencionado falaciosamente e maldosamente por jornal desta capital, são falsos e não correspondem com a realidade. Trata-se de contrato, como os outros, do qual tive amplo acesso e conhecimento, desde o início das tratativas. Não convém aqui informar os valores corretos, que muito divergem daqueles divulgados, por se tratar de questão que envolve a privacidade dos contratantes;
 
3. Divergências a respeito da organização e gestão de qualquer entidade, além de necessárias, são normais e salutares no ambiente corporativo, como evidentemente houve durante o meu tempo como gestor. Entretanto, nenhuma destas divergências tem relação direta ou indireta com questionamentos sobre supostas condutas ilícitas ou obscuras. Ao contrário, foi a transparência da minha forma de me expressar, em algumas oportunidades, é que talvez tenha causado algumas arestas que serão oportunamente superadas.
 
Enfim, me retirei do clube por vontade própria e por motivos de foro íntimo, e com a relação de amizade e respeito mantidos com todos aquele que convivi.
 
Espero, com esses esclarecimentos, que seja sanada de vez por todas eventuais dúvidas sobre minha saída, e que a imprensa possa agora se ocupar única e exclusivamente daquilo que mais importa e merece ser retratado: a ótima fase vivida pelo nosso Cruzeiro Esporte Clube.
 
Atenciosamente,
 
Divino Alves Lima 

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