Cruzeiro
None

CRUZEIRO

Em fim de mandato, Gilvan exalta conquistas no Cruzeiro e rebate críticas à sua gestão

Presidente falou aos conselheiros durante posse de Wagner Pires de Sá

postado em 18/12/2017 22:57 / atualizado em 18/12/2017 23:31

Marcos Vieira/EM/D.A. Press
Gilvan de Pinho Tavares participou nesta segunda-feira de seu último evento oficial como presidente do Cruzeiro. Ele passou o bastão ao seu sucessor, Wagner Pires de Sá, em evento de posse no Cine Theatro Brasil, na região Central de Belo Horizonte. Em seu pronunciamento, o mandatário falou ao Conselho Deliberativo, disse deixar o cargo com a consciência tranquila de que não decepcionou e se dedicou ao máximo durante seu mandato. Ele ainda comentou as dívidas que deixa para a futura gestão e exaltou as conquistas do Cruzeiro nos últimos dois triênios. 

O que se viu durante o evento foi o retrato de um Cruzeiro politicamente rachado. Em sua chegada, Gilvan não parou para saudar Wagner Pires de Sá e Zezé Perrella, que recebiam cumprimentos dos conselheiros do clube. Cerca de 20 minutos depois, Wagner foi até Gilvan e fez um breve cumprimento. Quando chamado ao palco, Gilvan passou por Perrella e também fez uma fria saudação. Gilvan passou quase a totalidade da solenidade de posse com olhar concentrado, vezes para frente, vezes para o chão, sem sequer olhar para os seus pares que também compunham a mesa.

Veja os principais pontos do pronunciamento de Gilvan de Pinho Tavares na solenidade que empossou Wagner Pires de Sá como novo presidente do Cruzeiro:

Agradecimento aos conselheiros

A minha primeira palavra nesta noite não poderia deixar de ser de agradecimento ao Conselho Deliberativo que, por duas vezes, me honrou com a eleição para esse espinhoso e difícil, mas um dos maiores cargos que se pode almejar um cruzeirense de tantas datas como eu. Sei que esta tem sido uma missão que pouca gente hoje tem coragem de enfrentar. Tem vontade de ser, mas não tem coragem de enfrentar. Não é difícil saber que a vontade de todo conselheiro, torcedor, é um dia poder ter a honra que estou acabando de ter, de ter essa missão. Como se tornou uma missão tão espinhosa, tão difícil, a gente sabe que não é fácil achar pessoas abnegadas que querem se afastar de seus interesses, pois ele exige muito trabalho. Exige, ainda, o que o Zezé Perrella falou, que você só ganhe. Passei por isso também. 

Consciência tranquila no fim do mandato e títulos conquistados

Tenho certeza e a consciência tranquila de que não os decepcionei. Me dediquei ao máximo e consegui, durante dois mandatos, seis anos à frente do Cruzeiro, trazer para nossa galeria de troféus dois Brasileiros seguidos. Coisa quase impossível de conseguir. E ainda em 2014 conseguimos o Mineiro e fomos vices da Copa do Brasil. Agora, ao encerrar nosso mandato, tivemos a felicidade de conquistar a Copa do Brasil, que trouxe para a nossa galeria um troféu tantas vezes ganho pelo clube. Não ficou só nisso. Nós, que havíamos em 2012 ganhado o Brasileiro sub-20, em 2017 fomos agraciados com o Brasileiro dessa categoria mais uma vez. Agora no fim do ano, a Supercopa dessa categoria que vai dar direito ao Cruzeiro de disputar a Libertadores sub-20 em 2018. 

Dívidas do Cruzeiro

Saio com a consciência tranquila de ter deixado o Cruzeiro eleito o melhor ranqueado no futebol brasileiro. Em 2018 o Cruzeiro vai ocupar essa posição. Saio honrado de que, embora esteja seja criticado pelas finanças do clube, não existe no Brasil nenhum clube, exceção do Palmeiras, que não tenha passado por dificuldades. Eu sei e minha família sabe, nosso pessoal do setor financeiro, das noites indormidas que a gente passa no período de pagar jogadores. A crise que atingiu o país atingiu muito mais o futebol do que quase tudo no país. As empresas deixam de investir em patrocínio, em atletas, o torcedor desempregado deixa de contribuir no sócio, mas a direção do clube é obrigada a manter um clube da tradição do Cruzeiro, com tudo em dia. Deus nos honrou para isso. Nos deu funcionários leais que sempre estiveram ao nosso lado.

Tem levado muita gente a me questionar, me indagar, sobre a administração do Cruzeiro que está muito endividada. Falou há algum tempo em 500 milhões, depois abaixou para 200 milhões. Existe a dívida, ela está equacionada em 149 milhões. Ela está equacionada. A dívida do Cruzeiro, para tranquilidade dos senhores, está equacionada. Vale, apenas, 600 mil reais. É o que o Cruzeiro paga de toda dívida.

Agradecimento final

Gostaria de agradecer aos meus familiares por ter tolerado que o presidente do Cruzeiro tivesse que dedicar mais tempo ao clube do que aos familiares. Quem assume esse encargo de presidir o Cruzeiro, se afasta da família. Cruzeiro exige da gente. Ao fazer esse agradecimento aos familiares, disse a eles que vou descansar. Mas vou continuar sendo aquele cruzeirense que tem o lugar demarcado no Mineirão, sou sócio-torcedor e toda minha família é. Sentamos na mesma fileira de cadeiras no Mineirão. Saio tranquilo, sabendo que estamos deixando o Cruzeiro nas mãos de pessoas sábias. Que vão saber conduzir o clube na área administrativa.


Tags: Gilvan de Pinho Tavares cruzeiro posse interiormg