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Remanescente de último encontro do Cruzeiro com o Boca, Henrique comenta pressão e força de rival na Bombonera

Hoje capitão do time celeste, volante tinha apenas 22 anos à época dos duelos válidos pelas oitavas de final da Libertadores de 2008, na Argentina e em BH

postado em 17/09/2018 19:10 / atualizado em 18/09/2018 01:06

AFP PHOTO / DANIEL GARCIA
O goleiro Fábio e o volante Henrique são os remanescentes do time do Cruzeiro que enfrentou o Boca Juniors pelas oitavas de final da Copa Libertadores de 2008. O time celeste acabou derrotado nas duas partidas pelo mesmo placar: 2 a 1. Em La Bombonera, no duelo de ida (30 de abril), a diferença foi até aceitável diante da ampla superioridade dos argentinos. Riquelme e Dátolo fizeram 2 a 0 para o Boca. Fabrício, em chute de fora da área, descontou aos 33min do segundo tempo. No Mineirão, em 7 de maio, a Raposa precisava de uma simples vitória por 1 a 0 para se classificar, porém levou dois gols ainda no primeiro tempo, dos atacantes Palacio e Palermo. Na etapa complementar, Wagner fez bonito gol de voleio, mas já era tarde para tentar a difícil reação.


Dez anos depois, Cruzeiro e Boca voltam a duelar, desta vez pelas quartas de final da competição continental. Assim como ocorreu em 2008, o primeiro confronto acontece na Bombonera, em Buenos Aires (às 21h45 desta quarta-feira), e o segundo no Mineirão, em Belo Horizonte (quinta-feira, 4 de outubro, às 21h45). Há uma década, Henrique tinha 22 anos, estava em sua primeira temporada na Toca da Raposa II e fazia apenas o sétimo jogo a serviço do clube. Em 2018, na condição de capitão, caminha para a 449ª partida, com 27 gols marcados e oito títulos: cinco edições do Campeonato Mineiro, em 2008, 2009, 2011, 2014 e 2018; duas do Campeonato Brasileiro, em 2013 e 2014; e uma da Copa do Brasil, em 2017.

Vem então a pergunta: qual a lição do revés de 10 anos atrás? “Faz 10 anos. E em 10 anos, o futebol evoluiu muito. Naquela maneira, jogamos de uma forma para neutralizarmos, para tentar jogar no contra-ataque, mas eles foram superiores. Hoje em dia é dinâmico e se muda muito. O Boca tinha Riquelme e outros jogadores de seleção. É como falei e falo, cada jogo é uma nova história a ser contada, e essa vai ser uma nova, pois aquele ficou para trás e não dá para mudar mais. Claro que aprendizado a gente tira, mas é ter paciência para jogar, saber jogar nos momentos difíceis e quando tiver os bons aproveitar”, responde Henrique.

 AFP PHOTO/Juan Mabromata
Adilson Batista, então técnico do Cruzeiro, escalou os volantes Charles e Marquinhos Paraná nas laterais, com o propósito de fortalecer o poder de marcação nos setores. Henrique jogou no meio-campo, ao lado de Ramires e Fabrício. Com isso, Wagner ficou isolado na armação, enquanto os atacantes Marcelo Moreno e Guilherme foram bem marcados pelos adversários A postura defensiva só chamou o Boca para cima. O placar de 2 a 1 foi pouco. Palermo poderia ter feito o terceiro, mas acertou a trave direita de Fábio quando recebeu ótimo passe de Riquelme. Na sobra, González chutou mal, para fora. O tento cruzeirense ocorreu em lance fortuito: Fabrício chutou de fora da área, a redonda desviou na defesa do Boca e enganou o goleiro Caranta.

Em 2018, o Boca é bastante diferente. Não tem um craque como Riquelme e nem um goleador feito Palermo. O time foi segundo colocado no Grupo 8, com nove pontos (duas vitórias, três empates e uma derrota), abaixo do líder Palmeiras, que somou 16 e ‘sobrou’ na chave. O Verdão, aliás, bateu o time xeneize na Bombonera por 2 a 0, gols de Keno e Lucas Lima. Ainda assim existe a mística do estádio, grande na capacidade (49 mil espectadores) e acanhado na distância até o campo (menos de dois metros na parte mais próxima à linha lateral). Existe temor por parte dos atletas que jogam num dos maiores palcos? Henrique avalia: “Depende da forma como encaramos esses estádios. A gente sabe também que são grandes palcos, de muita história e jogos. Claro que como é mais apertado e a torcida faz barulho, isso acaba sendo temido. Mas nós já enfrentamos vários estádios também. O Mineirão é um palco muito temido, o Maracanã também tem muita história. A gente já vivenciou ambientes de vários estádios, então é mais um estádio onde todos os jogadores gostam e sonham em jogar. Vamos para fazer nosso futebol. Isso fica só antes do jogo. Entrou no campo, as coisas acontecem da melhor forma, pois a gente faz o que sabe de melhor”.


Eliminações para argentinos

Quatro das últimas seis eliminações do Cruzeiro na Copa Libertadores foram para times argentinos: Boca Juniors, nas oitavas de final (2008); Estudiantes, na final (2009); San Lorenzo, nas quartas de final (2014); e River Plate, também nas quartas de final (2015). De acordo com Henrique, chegou o momento de quebrar esse jejum e celebrar triunfo sobre os hermanos em duelos de mata-mata.

“A gente sabe da escola argentina, de como é. Não à toa que River e Boca são os times que mais títulos têm nessa competição (na verdade, o recordista é o também argentino Independiente, com sete taças. O Boca ganhou seis, enquanto o River levantou três troféus). Mas é uma nova história hoje do Cruzeiro. Um time totalmente  diferente, uma hora também temos que vencê-los e vamos em busca disso, da vitória. Claro que tem todo esse retrospecto para quebrar, mas vamos para quebrá-los”.

Leandro Couri/EM D.A Press




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