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Dedé revela espanto até dos jogadores do Boca com expulsão e espera que Conmebol anule suspensão: 'Estou revoltado'

Zagueiro pensou que o árbitro marcaria pênalti em lance da expulsão

postado em 20/09/2018 02:20 / atualizado em 20/09/2018 03:06

AFP

O zagueiro Dedé foi protagonista do principal lance de discussão do jogo entre Boca Juniors e Cruzeiro (2 a 0), na noite dessa quarta-feira, em Buenos Aires, ao ser expulso por dividir uma bola com o goleiro Andrada. O defensor se diz revoltado e espera que a Conmebol anule o cartão vermelho e, automaticamente, a suspensão. Esta foi a primeira expulsão de Dedé com a camisa celeste.

“Estou revoltado, difícil de falar. Um jogo que eu não me lembro de ter feito falta, mas a gente sabe que foi prejudicado, o árbitro reviu o lance, mas comprometeu a gente. Vamos ver como eles (Conmebol) vão entender o lance, tomara que dê para jogar o segundo jogo em casa”, afirmou.

A entidade que organiza o futebol na América do Sul não se pronunciou até a madrugada desta quarta-feira. O Cruzeiro disse que já contratou um advogado para entrar com uma representação na Conmebol.

O paraguaio Eber Aquino, responsável pelo apito, expulsou Dedé injustamente em função de um lance acidental envolvendo o defensor cruzeirense e o goleiro argentino Andrada. Curiosamente, o juiz consultou o recurso de vídeo (VAR) para confirmar a decisão, tomada aos 29 minutos do segundo tempo, depois de o camisa 1 do Boca receber atendimento médico. Mesmo com as imagens mostrando que Dedé visava apenas a bola quando atingiu o rosto de Andrada, Aquino não titubeou ao dar vermelho, respaldado pelo árbitro de vídeo Mario Diaz de Vivar.  

Dedé relembrou a jogada. “Muito (injustiçado). Lance forte, mas de jogo, quem me conhece sabe que eu não sou maldoso, até então não tinha feito uma falta no jogo. Foi um lance de muita gente na área, subi para cabecear, nem olhei, nem vi que eu tinha saltado com o goleiro, na hora que cai vi que ele estava com olho virado, fora do lugar, e tentei socorrer, tentei parar o jogo, nem me preocupei com o lance de contra-ataque. Fiquei preocupado com o goleiro. No lance, eu nem senti dor na cabeça nem nada, por ter batido de baixo para cima no goleiro. Então, a gente fica preocupado, com tanta tecnologia, com tantos recursos, e no futebol, tantos lances de cabeça que acontecem, o juiz expulsar, deixar o nosso time comprometido em um campeonato tão difícil, é um sonho para a gente”, disse.

“Na hora, ele falou que eu dei uma cabeçada no cara. Eu achei, para você ter noção, que eu tinha dado uma cotovelada. Eu pensei: 'será que eu dei uma cotovelada?'. Fiquei na dúvida comigo mesmo, só que eu estava com o braço fechado, como que vou ter maldade com o jogador adversário com a cabeça? Isso não existe. Eu acho que o árbitro comprometeu muito, errou gravemente, prejudicou demais a nossa equipe que estava fazendo um bom jogo no segundo tempo. Não tiro os méritos do Boca, mas a gente estava crescendo, e ele facilitou a vitória para o Boca. A gente sabe que o Cruzeiro tem profissionais capacitados para rever a situação. Tomara que de tudo certo, que eles analisem o lance, vendo que eu não fui com maldade, fico triste de ter saído, e um lance improvável. Peço desculpas ao goleiro, de coração, fiquei sabendo que, acho, ele perdeu o dente, tentei ali na hora falar com ele, mas ele estava atordoado, mas expressar minha solidariedade pelo fato de eu não ser maldoso. E eu não fiz na maldade. O árbitro tem que rever, pela tecnologia ele fica comprometido em um alcance desse”.

Dedé disse que essa foi a primeira expulsão dele com a camisa do Cruzeiro. No último vermelho, ele ainda era jogador do Vasco, em outubro de 2010.  “O Cruzeiro vai correr atrás dessa situação. Desde 2010, não tinha tido uma expulsão em campo, sou um jogador da posição que menos faz falta no futebol, ele me arrebentou, me deixou muito triste”, afirmou.

Segundo Dedé, nem os jogadores do Boca Juniors entenderam a expulsão. A primeira impressão dos atletas do Cruzeiro foi a de que o árbitro pudesse marcar um pênalti para o time celeste. “Todo mundo do nosso time achou que ele daria pênalti, eu falei: 'cara, se for dar o pênalti, eu não senti empurrão nem nada'. Achei que fosse ver o VAR a favor, mas ele me expulsou. É brincadeira. Se fosse na maldade, os jogadores do Boca iriam se juntar em mim, mas eles me agradeceram pelo fato de ter pedido socorro. Assim que eu fui expulso, eles me perguntaram o que aconteceu, eles ficaram chocados, até os jogadores do Boca não entenderam a expulsão”, observou.

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