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Por dívida de imposto de renda, Cruzeiro tem R$ 10,6 milhões da venda de Arrascaeta bloqueados na Justiça

Divulgação dos detalhes da negociação, a pedido do Supermercados BH, despertou a atenção de credores da Raposa

postado em 19/09/2019 12:00 / atualizado em 19/09/2019 12:26

<i>(Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)</i>
A venda de Arrascaeta para o Flamengo, em janeiro deste ano, poderia significar um alívio para as contas do Cruzeiro. Entretanto, o clube celeste está impedido de colocar as mãos no dinheiro da segunda parcela (R$ 10.642.500,00) da negociação do uruguaio. Isso por causa de um bloqueio judicial realizado em um processo no qual a Fazenda Nacional cobra da Raposa uma dívida de imposto de renda.

Em contato com o Superesportes, o Cruzeiro confirmou a existência do bloqueio e disse que trabalha para a liberação do dinheiro.

Tudo começou com um pedido realizado pelo Supermercados BH em outro processo movido contra o clube celeste no qual a empresa cobrava o pagamento de 25% do total da venda de Arrascaeta. Nessa ação, o Supermercados BH conseguiu que o Flamengo fosse intimado a apresentar os documentos relativos à negociação do jogador.

A divulgação dos detalhes do negócio fez com que outro credor do Cruzeiro - a Fazenda Nacional - voltasse os olhos para o dinheiro que a Raposa receberia do Rubro-Negro e requeresse judicialmente o bloqueio do pagamento.

O pedido foi acatado pela Justiça, e o clube celeste ficou impedido de receber os R$ 10.642.500,00, referente à segunda parcela da venda do uruguaio. 

Cruzeiro tentou impedir o bloqueio oferecendo um bem imóvel a penhora: a Toca da Raposa II, seu centro de treinamento. Entretanto, de acordo com o art. 835 do Código de Processo Civil, a penhora de dinheiro tem preferência sobre a de bens imóveis. Assim, a utilização do CT como meio de pagamento da dívida foi recusada pela Justiça por duas vezes.

Segundo o juiz Bruno Oliveira de Vasconcelos, da 27ª Vara Federal de Belo Horizonte, "a nomeação do imóvel denominado Toca da Raposa II (...) já foi recusada (...) não havendo mudança em relação às circunstâncias que justificaram o indeferimento do pedido".

Outros bloqueios judiciais


Em janeiro deste ano, o Cruzeiro vendeu Arrascaeta por 18 milhões de euros (R$ 79,5 milhões na cotação da época). Desse valor, o clube ficou com 13 milhões de euros (R$ 55,25 milhões), pois detinha 50% dos direitos econômicos do jogador.

Dos 13 milhões de euros, a Raposa recebeu a primeira prestação, de 7 milhões de euros (R$ 29,7 milhões), à vista. A segunda, de 3 milhões de euros, foi bloqueada, sendo depositada em juízo pelo Flamengo nos autos do processo 0001701-13.2019.4.01.3800, que tramita na 27ª Vara Federal de BH. A terceira parcela, também de 3 milhões de euros, vence em dezembro.

A negociação não foi pacífica, mas acabou sendo bem sucedida, e o uruguaio é um dos destaques no clube carioca. Contudo, o Cruzeiro vem tendo dificuldades para usufruir do dinheiro decorrente da negociação.

Em janeiro deste ano, o empresário Giuliano Bertolucci pediu o bloqueio de parte da venda de Arrascaeta. O agente cobra da Raposa uma dívida de R$ 1.901.612,26 referente à transferência do lateral-esquerdo Bryan para o clube estrelado em 2016. Foram cedidos 30% dos direitos que pertenciam ao Coelho e outros 45% que eram do empresário, mas apenas duas (de dez) parcelas foram pagas pela Raposa.

Em agosto, quem pediu a retenção de parte do dinheiro da venda do jogador foi o Supermercados BH, que ajudou o Cruzeiro a comprar Arrascaeta do Defensor-URU. Pedro Lourenço, o Pedrinho, emprestou ao clube cerca de R$ 6 milhões e cobrava na Justiça o pagamento da dívida.

Cruzeiro e Supermercados BH chegaram a um acordo, e o processo judicial em que a empresa cobrava valores da venda de Arrascaeta foi encerrado. Na mesma negociação foi encerrado um processo em que o empresário cobrava do clube valores referentes à negociação do lateral Mayke, vendido ao Palmeiras no fim de 2018.
 
 

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