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Relação com atletas experientes minou Rogério Ceni no Cruzeiro; relembre as polêmicas

Treinador está ameaçado no cargo e deve ser demitido

postado em 26/09/2019 14:00 / atualizado em 26/09/2019 18:45

<i>(Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)</i>

O Cruzeiro anunciou a contratação de Rogério Ceni no dia 11 de agosto. Em pouco tempo no comando do clube, o treinador enfrentou algumas polêmicas com jogadores experientes. O desentendimento mais grave ocorreu nessa quarta-feira. Sem clima, o comandante deixou a equipe estrelada.

Após o empate entre Cruzeiro e Ceará (0 a 0), no Castelão, Dedé falou no vestiário sobre a importância de Thiago Neves, questionando a ausência do meia no time. O posicionamento do defensor teve o apoio de outros atletas. Na partida, TN10 foi preterido e não entrou em campo. Rogério Ceni não gostou do que ouviu e saiu do vestiário.

Havia insatisfação de muitos atletas com o técnico. Além de Dedé, Thiago Neves e Edilson são outros que claramente tinham restrições ao comandante da equipe.

Thiago Neves


O treinador já teve outras polêmicas. A mais forte delas ocorreu com o meia Thiago Neves. Após a eliminação para o Internacional da Copa do Brasil, no dia 4 de setembro, o armador disparou contra as mudanças promovidas pelo técnico Rogério Ceni na escalação do time.

Ceni improvisou Jadson na lateral direita, preterindo Edilson, substituto imediato de Orejuela, que estava com a Seleção Colombiana. Ainda na linha de defesa, optou por manter Fabrício Bruno, deixando Leo no banco de reservas. Na etapa final, ao perder Dedé, por lesão, o treinador chamou Ariel Cabral e deslocou Henrique para a defesa.

“É um jogo diferente, a gente precisou se adaptar. Na minha opinião, você mudar três ou quatro jogadores em uma decisão fora de casa é muita coisa, em um time que já vem formado. Improvisar jogadores é difícil, ainda mais jogadores que não vêm jogando. Ficou um pouco complicado, mas mesmo assim a gente conseguiu fazer um bom primeiro tempo. E aí o primeiro gol complicou”, disse o meia.

Thiago Neves também criticou a revelação da escalação para o elenco poucas horas antes da partida decisiva. “A gente ficou sabendo na preleção, sei lá, duas ou três horas antes do jogo. Na minha opinião, achei muito em cima da hora. Você improvisar três ou quatro jogadores numa linha que já vinha formada há dois anos. Nada contra, óbvio que queremos ganhar, jogadores que entraram jogaram bem, mas é muita coisa para um segundo jogo de semifinal”, complementou.

Resposta de Ceni


Ceni respondeu Thiago Neves na entrevista após a goleada sofrida pelo Grêmio, por 4  a 1, no Independência, no dia 8 de setembro.
Na opinião do treinador, o meia usou aquelas palavras pelo fato de Edilson, um de seus grandes amigos no elenco, ter ficado no banco de reservas.

“Não estamos aqui para crucificar o Thiago, algo assim. Muito pelo contrário, é um jogador que tem uma história no clube. Dentro de suas melhores condições e com a cabeça boa, é um jogador importante para a gente. Acredito muito que a declaração do Thiago foi porque viu um amigo no banco de reservas, que, no caso, foi o Edilson. Houve a improvisação do Jadson na lateral direita. De resto, se você pegar o time que jogou contra o Internacional, é o mesmo que jogou contra Vasco e CSA, todos conhecedores de sua posição”.

Na sequência da entrevista, Rogério foi categórico ao dizer que os jogadores já tinham conhecimento da opção por Jadson, diferentemente do alegado por Thiago Neves. O comandante cruzeirense esclareceu também a tomada de decisões por questões profissionais, e não baseado em amizades. Segundo ele, se não for desse jeito, precisa “passar a vez” a outro profissional.

A escalação nunca é divulgada só três horas antes do jogo. Quero deixar isso bem claro. Mas tenho o maior respeito. E mais do que amigo ou emocional, sou profissional. Entendo o nervosismo na saída do jogo, é um momento difícil, você quer tentar uma explicação. Mas não temos um ou outro jogador culpado. Só tenho que, de alguma maneira como treinador, se for para ficar no Cruzeiro, preciso fazer alguma coisa diferente. Se não, preciso passar a vez a outra pessoa que tenha uma mentalidade diferente para continuar no Cruzeiro”.

Edilson barrado

O técnico disse que pensava em escalar Edilson contra o Inter, mas mudou de ideia depois da entrevista concedida pelo lateral-direito na zona mista do Mineirão, depois da vitória do Cruzeiro por 1 a 0 sobre o Vasco. Na ocasião, o camisa 2 afirmou que “achava importante uma rodagem para chegar no jogo decisivo um pouco melhor”.

“Na minha cabeça, o Edilson jogaria. Na declaração que eu vi que ele deu ao Globo.com, se não me engano, ele disse que gostaria de ter mais minutos, que não se sentia extremamente pronto. Eu achei que era um jogo muito importante para correr o risco”, disse o treinador. Essa declaração não foi bem aceita pelos jogadores.

Dedé cobrou confiança em veteranos


Em entrevista no dia 23 de setembro, Dedé destacou a história dos jogadores do elenco. Disse que muitos, como ele, Fábio, Rafael, Henrique, Leo e Egídio, foram bicampeões pelo clube em 2013 e 2014. Justamente por isso, o zagueiro afirmou que o clube precisava reerguer os veteranos mentalmente. Ele chegou a citar Edilson, um dos atletas preteridos por Rogério Ceni, como um dos melhores da posição no Brasil.

“O ruim é que a gente viveu muitos momentos lá em cima da tabela, e está vivendo esse momento, mas tem que lembrar que esse elenco tem grandes jogadores, jogadores campeões, não só em competições de mata-mata, mas pontos corridos. Me refiro a Fred, Thiago Neves, eu, Leo, Henrique, Fábio, Rafael, Robinho, Edilson. Temos um elenco farto de grandes jogadores, que são vencedores. Uma das coisas que acho que o nosso time precisa é ganhar essa confiança, e para ganhar a confiança a gente tem que fazer cada jogador lembrar do potencial, da capacidade de vencer”, alertou.

“Não posso perder um Thiago Neves, que deu um título para o Cruzeiro, um título não, que foi importante nos dois títulos da Copa do Brasil, fora os dois Mineiros. Não posso perder o Edilson, que, pra mim, é um dos melhores da posição. Não vive boa fase hoje, como ninguém no Cruzeiro vive boa fase. Mas, do grupo do Cruzeiro, da instituição, foi o cara mais próximo de ter ganhado a Libertadores, também foi campeão da Copa do Brasil e do Mineiro com a gente. (...) Não posso deixar de citar esses jogadores que são muito importantes, como Sassá”, acrescentou Dedé.

Rogério Ceni no Cruzeiro


O Cruzeiro anunciou a contratação de Rogério Ceni no dia 11 de agosto. Substituto do técnico Mano Menezes, ele comandou o clube em oito partidas, com quatro derrotas, duas vitórias e dois empates. Ceni começou bem, com duas vitórias e um empate. Depois, o time perdeu quatro vezes seguidas, sendo, inclusive, eliminado da Copa do Brasil com direito a goleada do Internacional por 3 a 0. Nessa quarta, a equipe interrompeu a sequência negativa com um empate com o Ceará (0 a 0).

Jogos de Ceni no Cruzeiro


Cruzeiro 2 x 0 Santos – Campeonato Brasileiro
CSA 1 x 1 Cruzeiro – Campeonato Brasileiro
Cruzeiro 1 x 0 Vasco – Campeonato Brasileiro
Internacional 3 x 0 Cruzeiro – Copa do Brasil
Cruzeiro 1 x 4 Grêmio – Campeonato Brasileiro
Palmeiras 1 x 0 Cruzeiro – Campeonato Brasileiro
Cruzeiro 1 x 2 Flamengo – Campeonato Brasileiro
Ceará 0 x 0 Cruzeiro – Campeonato Brasileiro

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