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Presidente compara Cruzeiro a 'bagaço', diz estar ficando pobre e que antecessores enriqueceram no cargo

Wagner Pires de Sá usou música 'Bagaço da laranja' para fazer metáfora com momento de crise e penúria financeira vivido pelo Cruzeiro

postado em 29/09/2019 19:28 / atualizado em 29/09/2019 20:51

<i>(Foto: Reprodução/Internet)</i>
Nesse sábado, durante o evento ‘2ª Feijoada do Cruzeiro’, realizado no Parque Esportivo do Barro Preto, em Belo Horizonte, o presidente cruzeirense Wagner Pires de Sá comparou o clube a um ‘bagaço de laranja’. Em vídeo que circula na internet, o mandatário diz que alguns antecessores enriqueceram no cargo. Já ele, que já 'era rico', estaria ficando 'pobre'. Wagner ainda alega que assumiu o clube sem recursos.

Durante interpretação da música ‘Bagaço da laranja’, de Zeca Pagodinho, pela banda ‘5 Elementos’, Wagner Pires de Sá se dirigiu ao palco, pediu o microfone ao cantor e declarou: “Essa música, essa música é efetivamente essa situação do Cruzeiro. Eu fiquei com a mamucha (bagaço) da laranja. Sobrou pra mim”.

Em seguida, o cantor insistiu com o dirigente: ‘Bagaço da laranja sobrou procê, presidente?”.

Wagner então disparou a polêmica afirmação de que antecessores ficaram ricos no cargo, diferentemente dele, que estaria empobrecendo. O mandatário ainda insinuou que outros presidentes deixaram o Cruzeiro sem recursos.

Só eu. A maioria dos que vieram aqui vieram para ficar ricos. Eu já era rico, tô ficando pobre. A maioria deixou a mamucha (bagaço) da laranja. Sobrou pra mim”, declarou.

Tão logo Wagner saiu, o vice-presidente do Cruzeiro, Hermínio Lemos, também se dirigiu ao palco e, de forma desesperada, também pediu o microfone, inicialmente sem ser notado pelo cantor. Instantes depois, Lemos tomou a palavra, mas o vídeo foi cortado.

No mesmo evento, Wagner aparece em uma foto ao lado do presidente do Conselho Fiscal, Paulo Pedrosa; do diretor executivo social do Cruzeiro, Alexandre Comoretto, o Gaúcho; do vice-presidente, Hermínio Lemos; e do diretor-geral, Sérgio Nonato.

Momento de atrito com antecessores

Wagner assumiu a presidência do Cruzeiro em janeiro de 2018. Com ele no cargo, o clube vive sua maior crise institucional da história, com atrasos de salários constantes para funcionários e atletas, aumento das dívidas e denúncias de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica. O Cruzeiro é alvo de investigações da Polícia Civil e do Ministério Público de Minas Gerais.

Em relação ao futebol, o clube também é suspeito de desrespeitar regras da Fifa e da Confederação Brasileira de Futebol na transferência de jogadores e, supostamente, manter empresas como sócias em direitos econômicos de atletas, o que é proibido desde 2015.

Wagner sucedeu no clube Gilvan de Pinho Tavares, que presidiu o Cruzeiro entre 2012 e 2017. Antes, os irmãos Zezé Perrella (1995-2002, 2009-2011) e Alvimar de Oliveira Costa (2003-2008) se alternaram no poder. Coincidência ou não, Perrella e Gilvan são, no momento, os principais opositores de Wagner na política cruzeirense e já até articulam uma chapa única, de consenso, para concorrer à próxima eleição, no fim de 2020.

Zezé Perrella, inclusive, concedeu entrevista ao Superesportes na última semana e dirigiu fortes críticas à gestão de Wagner Pires de Sá. O presidente do Conselho Deliberativo disse que "montaram um esquema de poder para ficar 20 anos no Cruzeiro", classificou a gestão atual como "temerária" e afirmou que espera ação da Polícia Civil para "dar uma solução em tudo isso". 

Wagner rebateu as afirmações de Perrella, disse que o presidente do Conselho está com “dor de cotovelo” por ter perdido a última eleição (como apoiador de Sérgio Santos Rodrigues) e que vai “fazer um estágio com o Perrella para ver como se faz para ficar 20 anos como ele ficou”.

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