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Embora tenha feito de Perrella o novo homem forte do futebol do Cruzeiro, Wagner não vinha de boa relação com o ex-senador, que também é presidente do Conselho Deliberativo. Em entrevista ao Superesportes, em 26 de setembro, Zezé disparou contra a gestão do então desafeto político e chegou a dizer que Pires de Sá havia instalado um esquema de poder na Raposa.
Como resposta, também naquela oportunidade, o presidente do Cruzeiro rebateu que faria um estágio com Perrella, que passou pelo clube em dois mandatos como mandatário (1995 a 2002 e 2009 a 2011), para saber quais os segredos para se manter por tanto tempo como administrador maior da equipe.
Apesar da troca de farpas tão recente, Wagner minimizou. “Perrella e eu nos damos bem há cerca de 40 anos. Mais do que isso, talvez. Isso é uma jogada política, faz parte da política do futebol. Normalmente, tratamos lá dentro”, afirmou.
Rescisões de Itair e Serginho
Nas últimas semanas, Wagner Pires de Sá perdeu seus principais aliados na gestão do Cruzeiro. Em 4 de outubro, pregando pacificação no clube, Sérgio Nonato renunciou ao cargo de diretor-geral. Há seis dias, em 10 de outubro, foi a vez de Itair Machado, então vice-presidente de futebol, ser desligado do posto mais importante do departamento.
Wagner explicou que as rescisões já foram realizadas e deu o primeiro depoimento sobre a saída de Itair Machado. Ele afirmou que o ex-dirigente estava muito pressionado pelos resultados recentes - o Cruzeiro está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
“A (rescisão) do Serginho um pouco antes, pouco tempo atrás, dois ou três meses, e o Itair agora saiu. Ele mesmo concordou que precisava de dar um descanso. Ele estava sendo muito pressionado, de certa forma foi bom para ele e vamos seguir em frente”, projetou.
Vale lembrar que a diretoria do Cruzeiro, encabeçada por Pires de Sá, é investigada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público por suspeitas de falsificação de documentos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Além disso, o departamento jurídico do clube está na mira da Polícia Federal. Indícios apontam desvio de valores pelo diretor do departamento, Fabiano de Oliveira Costa.