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Cruzeiro: 5 motivos que impediram o acesso à Série A do Brasileiro

Time celeste não tem mais chances matemáticas de jogar a Primeira Divisão

postado em 17/01/2021 06:00 / atualizado em 17/01/2021 00:30

(Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
A derrota por 1 a 0 para o Juventude, nesse sábado, em Caxias do Sul, tirou do Cruzeiro qualquer chance matemática do acesso à Série A nesta temporada. Embora já esperada pelos resultados recentes, a permanência do clube na Segunda Divisão - desde que garanta pontos suficientes para não ser rebaixado - foi construída a partir de uma série de erros em 2020. Nos tópicos abaixo, o Superesportes elenca cinco deles:

Perda de seis pontos (e outras punições)


Em 19 de maio de 2020, quando o Cruzeiro ainda era administrado por um Conselho Gestor, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) recebeu um comunicado da Fifa, determinando que o clube teria de iniciar a Série B do Campeonato Brasileiro com menos seis pontos na tabela. A punição se deu em função de um débito de R$ 5 milhões com o Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, pela compra dos direitos econômicos do volante Denilson, em 2016. 

Pressionado pelo acesso à Série A, o Cruzeiro viu a responsabilidade aumentar ainda mais com a punição. Mesmo assim, o presidente do clube, Sérgio Rodrigues, que assumiu o clube em junho, afirmou que a equipe “subiria bem”. Em boa parte de 2020, no entanto, o que se viu foi a utilização desta punição - que evidentemente contribuiu para o fracasso - como muleta para justificar uma série de erros. 

Outras punições ainda colaboraram para o fracasso. Também por negociações realizadas durante a gestão do ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares, envolvendo o atacante Willian e o zagueiro Bruno Viana, o Cruzeiro acabou impedido de registrar reforços entre setembro e outubro de 2020. O clube teve autorização até novembro, quando voltou a ter de lidar com o 'transfer ban'. 

Erros de avaliação sobre a Série B


As declarações e projeções feitas pelo Cruzeiro antes da Série B comprovam que o clube, de forma geral, minimizou as dificuldades da competição. Além de Sérgio dizer que o time ‘subiria bem’, o então superintendente de relações institucionais, Leo Portela, apostou, em 9 de julho de 2020, que o time celeste já estaria com o acesso garantido em 2 de janeiro de 2021, quando a Raposa completou 100 anos.

Quatro dias antes da publicação de Portela, o então executivo de futebol, Ricardo Drubscky, deu a seguinte declaração em entrevista ao Superesportes: ‘Com o time que está em nossas mãos nós subimos de divisão'.

Os jogos mostraram o contrário. Embora ele tenha ressaltado durante a entrevista a necessidade da construção de uma “química” durante os treinamentos, a prática mostrou que o grupo celeste tem desequilíbrios. Após a derrota por 1 a 0 para o Juventude, nesse sábado, o técnico Luiz Felipe Scolari reforçou: “Não temos qualidade para o acesso”. 

Quatro técnicos e quatro diretores


Dificilmente um projeto de temporada colherá resultados positivos com quatro técnicos e quatro diretores diferentes num intervalo de pouco mais de 12 meses. E foi exatamente isso que o Cruzeiro fez. Vale lembrar que, antes de Sérgio, um Conselho Gestor administrou o clube entre janeiro e maio de 2020.

Adilson Batista: contratado em novembro de 2019; demitido em 15 de março
Enderson Moreira: contratado em 18 de março; demitido em 8 de setembro
Ney Franco: contratado em 9 de setembro; demitido em 11 de outubro
Luiz Felipe Scolari: contratado em 15 de outubro

Os gestores do futebol também foram trocados em quatro oportunidades.

Ocimar Bolicenho: contratado em 6 janeiro de 2020; demitido em 15 de março
Ricardo Drubscky: promovido ao profissional em 17 de março; demitido em 1 de outubro
Deivid: deslocado para o cargo de executivo em 1 de outubro; 'despromovido' em 5 de janeiro de 2021
André Mazzuco: contratado em 5 de janeiro de 2021  

Contratações aos montes e sem critério


Os 23 jogadores que passaram a integrar o elenco celeste nesta temporada dão números ao ano em que a Raposa mais foi ao mercado nesta década - empatado com 2015. Sob o comando do Conselho Gestor (janeiro-maio), foram 11 reforços. Dentre eles, o atacante Roberson, que deixou o Cruzeiro em novembro após 14 atuações apagadas.


Na administração de Sérgio, o Cruzeiro contratou 12 jogadores. Se contar os retornos do zagueiro Manoel, do lateral Patrick Brey, dos volantes Jadson e Henrique, do meia Marquinhos Gabriel e do atacante Sassá, foram 18 novas peças entre junho e novembro.

Dos 23 contratados, 13 já não fazem mais parte dos planos do Cruzeiro após passagens fracassadas. São eles o zagueiro Marllon; os laterais Daniel Guedes, João Lucas e Giovanni Palmieri; o volante Jean; os meias Everton Felipe, Matheus Índio e Régis, além dos atacantes Roberson, Jhonata Robert, Angulo, Arthur Caíke e Gui Mendes (hoje no sub-20).

 

Campanha como mandante 


Sem torcida nas arquibancadas em função da pandemia de coronavírus, o Cruzeiro viu sua tradicional força no Mineirão não ter qualquer efeito na Série B. Até aqui, o time celeste conquistou apenas 21 pontos de 51 possíveis (cinco vitórias, seis empates e seis derrotas) em seus domínios.   

Em toda competição, a Raposa só não tem campanha pior dentro de casa do que o Oeste, já rebaixado à Série C do Campeonato Brasileiro.

Como forma de economia, o Cruzeiro optou por mudar de casa em dezembro. Desde o dia 15 daquele mês, a equipe manda suas partidas no Independência.  

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