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Referência no jiu-jitsu, Flávio Teixeira defende regulamentação do MMA em Minas

Líder da equipe Kimura almeja união das federações para a adequação do esporte

postado em 22/08/2012 18:49 / atualizado em 23/08/2012 14:18

Arquivo pessoal

Atento ao crescente interesse dos jovens atletas de jiu-jitsu em praticar outras modalidades e iniciar uma carreira profissional no MMA, o mestre Flávio Teixeira, líder da equipe Kimura e diretor de eventos da Liga Brasileira de Jiu Jitsu (LBJJ), ressalta a importância da regulamentação das artes marciais mistas em Minas Gerais.

Expoente da arte suave no estado, Flávio Teixeira conta que, com o crescimento do MMA no Brasil, diversos empresários e entusiastas do esporte, sem qualquer experiência na área, têm promovido eventos no estado, principalmente, no interior, com regras indefinidas, árbitros desqualificados, e falta de atendimento médico e estrutura adequada.

“Esses eventos não tem a essência das artes marciais. São verdadeiros vândalos que estão fazendo isso. Quem promove o MMA tem que ser formado em pelo menos uma arte marcial. O evento precisa ter um mestre responsável, estrutura e assistência médica para os atletas”, disse.

Flávio Teixeira ainda faz um alerta para as academias que oferecem aulas de MMA sem professores graduados. “Hoje toda academia oferece o MMA como uma modalidade qualquer. Mas quem são esses professores que estão dando aulas? Para treinar MMA, o aluno precisa da orientação de mestres graduados. O professor precisa ter uma base sólida em sua respectiva arte marcial, seja ela de chão, como o jiu-jitsu, ou o muay-thai, da trocação em pé. Muitos professores dão aula de MMA sem nenhum conhecimento aprofundado”, lamenta.

Para o líder da Kimura, uma das soluções para a adequação do MMA em Minas Gerais é a união das federações reunindo os principais mestres das artes marciais praticadas no estado. “Acredito que as federações deveriam se juntar para combater essa prática distorcida do esporte. As artes marciais pregam respeito, dignidade e disciplina. Precisamos coibir os eventos que promovem lutas sem responsabilidade. O MMA e as diversas modalidades são prejudicadas quando surgem notícias de acidente em uma luta. Aí você vai perceber que o evento não tinha nenhuma regulamentação ou mestre responsável. Isso precisar acabar, pois precisamos proteger nossos atletas”.

Apesar desses problemas, Flávio destaca que Minas Gerais também tem academias que promovem o MMA com responsabilidade e revelam novos talentos para o mundo. “Fico muito satisfeito porque vejo a garotada que estava na faixa branca e faixa azul há alguns anos atrás agora se destacando no MMA. Eu também sou árbitro de jiu-jitsu e então tive a experiência de ver esses atletas mineiros na arte suave. Os mineiros aqui comem quieto e daqui a pouco estão no UFC. Temos feito um trabalho bem conceituado. E todo mundo que está fazendo luta fora tem um pedacinho de Minas preservado”, conclui.