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Com fôlego de sobra, Glover Teixeira sonha em voltar a disputar cinturão do UFC

Mineiro busca manter embalo no UFC em Vancouver, neste sábado

postado em 12/09/2019 09:01

<i>(Foto: AFP)</i>
Representante mineiro no card do UFC em Vancouver, no Canadá, neste sábado, Glover Teixeira encara Nikita Krylov em busca da terceira vitória consecutiva nos meio-pesados (até 93kg). O veterano brasileiro, de 39 anos, encara um rival bem mais jovem (o ucraniano tem 27), na luta coprincipal do evento, mas garantiu fôlego de sobra para mostrar sua principal arma: as mãos pesadas na trocação de golpes.

Nascido em Sobrália, no Vale do Rio Doce, e radicado na Flórida, onde iniciou a trajetória como lutador, Glover vem de triunfos sobre Karl Roberson e Ion Cutelaba, ambas por finalização - outra virtude do brasileiro é o eficiente jiu-jitsu. Em nono lugar no ranking dos meio-pesados do UFC, o mineiro tem como meta embalar de vez, subir degraus na divisão e voltar a disputar o cinturão - em 2014 ele desafiou Jon Jones e foi batido por decisão unânime.

Em entrevista ao Superesportes, Glover avisa que ainda não pensa em aposentadoria e sim em ganhar nova chance para disputar o cinturão. Ele garantiu estar em forma para lutar por um bom tempo e aproveitou a estrutura oferecida pelo Instituto de Performance do UFC, o UFC PI, em Las Vegas, o maior centro de treinamento de MMA do mundo, para trabalhar no controle das lesões e incorporar novas técnicas de preparação física. O objetivo é alcançar o melhor rendimento e prolongar a carreira.

<i>(Foto: AFP)</i>


Confira a entrevista com Glover

Depois de uma fase de altos e baixos, você engatou duas vitórias seguidas no UFC. E terá a chance de ampliar a sequência. O que esperar de Glover Teixeira daqui para frente?

Agora eu estou focado no Krylov. Gostaria de lutar com um top-10, talvez um top-5, mas tem muita gente com luta marcada agora. Passando essa luta, vamos ver quem vai ser o próximo adversário. Tem que esperar para ver.

Aos 39 anos, disputar o cinturão ainda é uma meta para você? Ou prefere focar nas vitórias e recuperar posições no ranking?

O cinturão é a meta de qualquer lutador. Quero impressionar com essa vitória. Vencer convincente é o que eu procuro. Estou sempre buscando o nocaute ou a finalização. É isso que eu vou procurar nessa luta e quero um top-5 para entrar logo na direção do cinturão. Nunca vou tirar isso da minha cabeça. É sonho, não importa a idade e vamos fazer o possível para chegar lá.

Seu adversário em Vancouver, Krylov, também vem de vitória e ocupa um lugar no top 15 da divisão. O ucraniano já teve ótima sequência no UFC, mas não se firmou, saiu e voltou. Você se vê como favorito no duelo?

Com certeza me vejo como favorito. Na minha opinião, eu sou sempre favorito nas minhas lutas. Ele é duro, mas eu estou superconfiante que vou acabar essa luta antes do terceiro round.

Nos combates anteriores, você enfrentou oponentes mais novos, alguns com diferença de idade de dez anos ou mais. No caso de Krylov, a diferença chega a 12 anos - ele tem 27. A experiência que você carrega é uma arma? Por outro lado, o lado físico pode fazer diferença?

Eu estou muito bem, não estou sentindo a idade. Estou conseguindo fazer as mesmas coisas. Estou mais forte fisicamente. A recuperação é a única coisa que eu sinto um pouco, mas o UFC PI me ajuda com isso, então não é um problema.

<i>(Foto: AFP)</i>


Você aposta na trocação, como sempre mostrou nas lutas? O fato de ser um lutador ofensivo dá mais confiança e ainda pode intimidar o adversário?

Não sei se vai intimidar ele, mas eu sou um lutador que sempre vou para finalizar a luta, acabar com ela rápido. Eu gosto disso, o público gosta disso também. É o meu estilo, não consigo ficar amarrando o jogo.

Como você se preparou para suportar o ritmo intenso das lutas contra adversários mais novos e ainda minimizar o risco de lesões, algo comum em atletas com idade mais avançada? 

A gente tem que acompanhar o ritmo da galera mais nova. Eu fiz uns testes no Instituto de Performance do UFC (UFC PI), que me ajudaram bastante. A gente não arruma o que não está quebrado, mas quando eu perdi, eu procurei uma forma diferente de me preparar, busquei ajudas diferentes. O UFC PI ajudou bastante, eu adaptei meus treinos para evitar lesão e isso conta muito lá dentro.

Aposentadoria é algo que passa pela cabeça? Ou ainda é cedo para pensar em 'pendurar as luvas' no MMA?

Eu penso no momento de agora, na próxima luta. Não sou um cara de fazer muitos planos para o futuro, mas não pretendo aposentar agora. Estou me sentindo benzão. Tive um período mais difícil em 2017, com muitas lesões, mas agora estou melhor. Tirei isso da minha cabeça. Vou lutar mais uns anos ainda.

Em praticamente todas as categorias, o UFC passa por uma renovação, com a chegada de novos atletas. Como você analisa o momento da organização? A dificuldade será ainda maior para chegar ao topo, ou mesmo se manter nas primeiras posições do ranking?

É sempre bom ver a galera nova aparecendo e, com isso, a gente tem que continuar aprendendo porque a coisa anda para frente. A experiência conta muito, mas esses caras estão indo muito bem e a gente não pode ficar para trás. Consegui fazer ótimas lutas contra caras mais novos recentemente e estou bem feliz com isso.

UFC Fight Night: Cowboy x Gaethje

Sábado, 14 de setembro
Horário: a partir de 18h (de Brasília)
Rogers Arena, Vancouver, no Canadá

Card principal

Donald Cowboy Cerrone x Justin Gaethje - PESO LEVE
Glover Teixeira x Nikita Krylov - MEIO-PESADOS
Todd Duffee x Jeff Hughes - PESOS PESADOS
Michel 'Demolidor' Pereira x Tristan Connelly - MEIO-MÉDIOS
Uriah Hall x Antônio Carlos 'Cara de Sapato' - PESO MÉDIO
Misha Cirkunov x Jimmy Crute - MEIO-PESADOS

Card preliminar

Marcin Tybura x Augusto Sakai - PESOS PESADOS
Cole Smith x Miles Johns - PESO GALO
Andrew Sanches x Marvin Vettori - PESO MÉDIO 
Brad Katona x Hunter Azure - PESO GALO
Chas Skelly x Jordan Griffin - PESO PENA
Louis Smolka x Ryan McDonald - PESO GALO
Kyle Prepolec x Austin Hubbard - PESO LEVE 

*Brasileiros em negrito

Tags: Nikita Krylov UFC Vancouver Glover Teixeira cinturão canadá ufc