O campeão dos meio-médios, Kamaru Usman, fez o papel, venceu a luta principal do UFC 258, sábado passado, em Las Vegas, e manteve o cinturão da categoria até 77kg. Mas enfrentar Gilbert Durinho, velho parceiro de treinos, não foi fácil para o nigeriano, que admitiu ter ficado incomodado com a situação.
“Essa foi difícil para mim. Porque Gilbert é alguém que cresceu junto comigo no esporte e era alguém que dividia um objetivo em comum comigo. Quando eu piso lá dentro, não existem amigos. Como ele mesmo disse, eu tinha algo que ele queria e ele viria pegar. Então, eu tinha que entrar lá dentro e resolver o assunto", declarou o nigeriano, em coletiva depois do UFC 258.
Depois de encerrar a luta aos 34seg do terceiro round, com sequência de golpes que levaram o árbitro a interromper o confronto, Kamaru esperou pela recuperação de Durinho, após o atendimento médico no octógono, e deu um abraço no amigo. Kamaru disse que foi um momento de muitas lembranças e emoção.
"Mas uma vez que a luta tinha acabado, eu tive que ir até ele e percebi que tinha feito isso a alguém com quem eu tinha passado tempo, alguém com quem eu me importo. Eu me importo com os filhos dele, eu os vi crescer. E foi muito difícil para mim, ter que fazer isso com ele”, relatou o campeão.
Kamaru Usman, que com a 13ª vitória consecutiva superou o recorde de triunfos em sequência do ex-campeão Georges St-Pierre na divisão até 77kg, elogiou muito o brasileiro pela performance no duelo pelo cinturão. "Eu estou muito orgulhoso de Gilbert, porque muitas pessoas meio que descartaram ele depois que ele sofreu aquele nocaute no peso-leve. Mas ele se recompôs, subiu uma categoria de peso e atravessou por essa divisão. Ele merecia estar lá dentro comigo", reiterou.
Aos 33 anos, Kamaru Usman, o Pesadelo Nigeriano, conquistou o cinturão ao desbancar Tyron Woodley no UFC 235, em março de 2019. O africano manteve o título em três oportunidades e, diante de Durinho, foi contemplado com bônus de US$ 50 mil (R$ 268,5 mil) pela 'performance da noite' em Las Vegas.