Atlético vence reservas do Cruzeiro em clássico com muita polêmica no Horto

Um confronto que começou frio e sem emoção, mas que terminou quente e recheado de polêmicas. Estes foram os principais ingredientes do clássico entre Atlético e Cruzeiro, neste domingo, no Independência, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Com os jogadores reservas em campo, o time celeste abriu o placar graças à finalização de Marcelo Moreno, no primeiro tempo. Contudo, o Galo voltou mudado e conseguiu a virada através de Marion e André, este em cobrança de pênalti. O duelo foi repleto de lances duvidosos, principalmente em relação à arbitragem. Responsável pelo apito, Heber Roberto Lopes deixou de marcar um pênalti cometido pelo atleticano Otamendi no segundo tempo. Já a auxiliar Fernanda Colombo Uliana anotou impedimento inexistente de Alisson, do Cruzeiro, que corria livre em direção à baliza guardada por Victor. Pouco mais de nove mil pagantes no Horto proporcionaram renda de R$ 228.435,00.

O resultado é importantíssimo para o Atlético, que vem de um começo bastante complicado no Campeonato Brasileiro e agora deixa a zona de rebaixamento. É a primeira vitória alvinegra em quatro rodadas. Além disso, Levir Culpi conquista seu primeiro triunfo desde que retornou ao comando do clube. No próximo domingo, o Galo vai à Arena Pantanal enfrentar o Santos, pela quinta rodada. Já o Cruzeiro tem pela frente a partida mais importante da temporada. Precisa fazer dois ou mais gols para seguir com o sonho de ser tricampeão da Copa Libertadores. O Mineirão será palco do confronto contra o San Lorenzo, na quarta-feira, às 22h, pela volta das quartas de final do torneio continental. No Campeonato Brasileiro, a Raposa pega o Coritiba no sábado que vem, às 18h30, também em Belo Horizonte.

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Moreno coloca Raposa em vantagem


As previsões iniciais apontavam um clássico pouco empolgante. E com estádio vazio. De um lado, um Atlético desesperado e pressionado para reagir no Brasileiro. Do outro, a equipe “B” do Cruzeiro, que entrara desfalcada de Borges e com Marcelo Moreno entre os titulares. Os primeiros minutos não reservaram grandes emoções. No 3-5-2, o Galo detinha a posse de bola, porém esbarrava na falta de criatividade. Até chegou com certo perigo, mas as finalizações de Fernandinho e Edcarlos não assustaram muito. Por sua vez, o time celeste se defendia muito bem e explorava os contragolpes. Marlone, Luan e Souza tentavam dar velocidade ao jogo e procuravam, a todo instante, o centroavante Marcelo Moreno.

O jogo chegou a ficar sonolento na metade do primeiro tempo. Muitos chutões, bola lá e cá e nada de finalizações. Victor e Fábio trabalharam pouco, basicamente em cruzamentos e escanteios. Seria o quarto clássico do ano a terminar sem gols? Resposta negativa. O Cruzeiro, que pressionava a saída de bola adversária e puxava contra-ataques, começou a se aproximar mais da baliza. Aos 35, Marcelo Moreno cabeceou forte e defendeu. Dois minutos depois, Souza tabelou com o atacante boliviano, invadiu a área e bateu rasteiro. Victor fez a defesa parcial, mas não evitou a sobra. Livre, desimpedido e calmo, Moreno pegou o rebote e mandou para as redes: 1 a 0.

O gol fez aumentar ainda mais a tranquilidade do Cruzeiro. Bem postado defensivamente, o time azul anulava quase todas as ações ofensivas do Atlético. Nas bolas aéreas, por exemplo, Nilton, Wallace e Leo afastavam as mais venenosas. Nos raros momentos de êxito, o Galo conseguiu chegar duas vezes com perigo. Na primeira, Diego Tardelli tabelou com Fernandinho e chutou ao lado direito. Depois, Otamendi cabeceou à queima-roupa e Fábio fez grande defesa. Foi o último lance importante do primeiro tempo no Independência.

Galo vira jogo movimentado e polêmico

Diferentemente da etapa inicial, o segundo tempo começou movimentado. Logo aos três minutos, Marcelo Moreno se aproveitou de falha de Otamendi e ganhou espaço para bater a gol na grande área. Contudo, como o ângulo não era dos melhores, ele preferiu acionar Marlone. Da meia-lua e sem ninguém por perto, o camisa 23 mandou a bola na torcida adversária. O Atlético, que há pouco tivera três jogadores amarelados, respondeu da melhor forma possível. Aos nove, Alex Silva cruzou, Mayke se atrapalhou com a bola na pequena área e Marion não perdoou ao apanhar a sobra cara a cara com Fábio: 1 a 1.

O empate animou o Atlético e alertou o Cruzeiro. As equipes passaram a se revezar nos ataques. O jogo melhorou muito de produção. Aos 13, Luan cruzou e Marcelo Moreno exigiu boa defesa de Victor ao cabecear contra o chão. Depois, Luan voltou a aparecer mais uma vez. Ele recebeu passe do lado esquerdo e tentou driblar Otamendi. Ao levar o corte, o argentino tocou com a mão na bola, porém o árbitro Heber Roberto Lopes não marcou pênalti. O curioso é que o atacante cruzeirense poderia dar sequência à jogada, mas preferiu parar para reclamar. A defesa do Galo não tinha nada a ver com a história e afastou o perigo.



Heber não marcou pênalti de Otamendi, porém viu infração de Leo sobre Leonardo Silva dentro da área. Os cruzeirenses reclamaram, protestaram e tentaram pressionar o árbitro, mas nada adiantou. Assim, André cobrou a penalidade no meio do gol e Fábio caiu para o canto esquerdo: 2 a 1. Para piorar a situação, Luan acertou cotovelada em Leandro Donizete e levou cartão vermelho direto. Mesmo com um a menos, o Cruzeiro não se intimidou e foi para cima. Alisson, que entrou muito bem na partida, recebeu passe em ótimas condições para empatar o jogo, porém a auxiliar Fernanda Colombo Uliana errou ao marcar impedimento. As imagens televisivas indicaram posição legal de mais de três metros. Depois, Otamendi tirou, de cima da linha, a finalização do jovem armador celeste. Desta forma, o Atlético sustentou o ímpeto do rival e garantiu sua primeira vitória no Brasileiro.

ATLÉTICO 2X1 CRUZEIRO

ATLÉTICO
Victor; Otamendi, Leonardo Silva e Edcarlos (Carlos, no intervalo); Alex Silva, Pierre, Leandro Donizete (Rosinei, aos 45 do 2ºT), Diego Tardelli (Marion, no intervalo) e Emerson Conceição; André e Fernandinho
Técnico: Levir Culpi

CRUZEIRO
Fábio, Mayke, Leo, Wallace e Egídio; Nilton, Souza (Willian Farias, aos 23 do 2ºT), Tinga (Martinuccio, aos 29 do 2ºT) e Marlone (Alisson, aos 23 do 2ºT); Luan e Marcelo Moreno
Técnico: Marcelo Oliveira

Motivo: quarta rodada do Campeonato Mineiro
Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte
Data: domingo, 11 de maio de 2014, às 16h
Gols: Marcelo Moreno, aos 37 do 1ºT; Marion, aos 9, e André, aos
Árbitro: Heber Roberto Lopes (SC - FIFA)
Auxiliares: Alessandro Rocha de Matos (BA – FIFA) e Fernanda Colombo Uliana (SC – aspirante FIFA)
Cartões amarelos: André, aos 20, Marlone, aos 39 do 1ºT; Victor, aos 4, Leonardo Silva e Leandro Donizete, aos 7, Leo, aos 24, Alex Silva, aos 46 do 2ºT
Cartão vermelho: Luan, aos 30 do 2ºT, e Marcelo Moreno, depois do jogo
Público e renda: 9.041 e R$ 228.435,00