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CLÁSSICO NO INDEPENDÊNCIA

Objetos atirados na torcida do Atlético partiram de briga de cruzeirenses, diz PM

Polícia Militar vai enviar imagens gravadas pelas câmeras do Independência para o Ministério Público e torcidas organizadas do Cruzeiro podem ser punidas

postado em 13/05/2013 16:12 / atualizado em 13/05/2013 16:43

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press


Dentro das quatro linhas, o clássico entre Atlético e Cruzeiro ocorreu com tranquilidade, restando apenas lance ou outro com maior rispidez, próprio do clima quente da decisão. Porém, as atitudes de alguns torcedores tiraram o brilho do espetáculo. O primeiro jogo entre os rivais com 10% da torcida adversária não passou totalmente no teste, apesar de a Polícia Militar (PM) considerar a operação montada para o jogo como "excelente".

Torcedores cruzeirenses, que ficaram nas arquibancadas em cima dos atleticanos que fazem parte do programa 'Galo na Veia', atiraram, mesmo antes de a bola rolar, vários objetos na parte inferior. Pilhas, moedas, copos, grãos de milho e até bombas foram arremessadas. Por sorte, ninguém se feriu. De acordo com o coronel Antônio de Carvalho Pereira, Comandante do Policiamento Especializado, câmeras de segurança do Estádio Independência flagraram a ação dos suspeitos e serão envidadas para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que poderá puni-los.

No entanto, de acordo com o comandante, os objetos jogados no anel inferior foram fruto de brigas entre as próprias torcidas organizadas do Cruzeiro. "Na torcida do Cruzeiro havia várias torcidas organizadas, que estavam se brigando entre si. Uma tentando agredir a outra. Como lá (local onde estavam no estádio) é alto e a inclinação é diferente, qualquer coisa que um joga no outro, cai lá embaixo", alegou Carvalho. Segundo o coronel, quatro torcedores que jogaram objetos foram identificados e presos.

Alguns torcedores atleticanos que estavam no estádio discordam da opinião do coronel e afirmam que os objetos foram jogados propositalmente. "Várias pessoas foram agredidas covardemente pelos cruzeirenses nas arquibancadas. Eles arremessaram pilhas, moedas, copos com xixi, cusparadas e até uma bomba", relata Henrique Lorenzo, que completa: "graças a Deus [a bomba] não atingiu a cabeça de ninguém, evitando um mal maior".

O dentista Guilherme Araújo por pouco não foi atingido. "Estou com vergonha de tudo isso. Vale lembrar que fui em quase 30 jogos no Independência com torcida adversária e nunca houve essa quantidade de ocorrências. Um amigo meu, que estava do meu lado, tomou uma pedrada no braço. A PM não fez nada. Ridículo", contou à reportagem, ainda no estádio.

"Os torcedores cuspiam o tempo todo. Arremessaram moedas, pedras, copos cheios, tudo que viam pela frente. Arremessaram também bombas, sendo que uma caiu atrás de onde eu estava. Fiquei ouvindo zumbido o resto do jogo e a pessoa que foi atingida ficou reclamando de dores na perna", detalhou a bancária Izabella Duarte. "A torcida do Cruzeiro jogou bombinhas e copos com xixi na gente. Uma ação antidesportiva que os policiais não conseguem deter. Acho melhor repensar os clássicos com apenas uma torcida", disse a educadora física Marina Cândido.

O coronel Antônio de Carvalho Pereira explicou que, antes do jogo, o setor destinado à torcida do Cruzeiro estava com pouco efetivo da PM pois a maioria dos militares se encontrava na parte externa, dando proteção aos grupos que chegavam ao estádio.

"Nós estávamos migrando com a torcida (do Cruzeiro) para dentro do estádio. Uma parte da torcida estava há seis horas no local e eles já estavam estressados. Estávamos no cinturão externo para proteger as entradas. Quando chegou a informação de que os cruzeirenses estavam com comportamento pior que as torcidas visitantes, como a do São Paulo, no jogo da Copa Libertadores, tivemos que intervir", explica.

Para o comandante, as situações vividas no jogo vão servir de lição para eventos futuros no Independência e no Mineirão. "Considero que nosso trabalho foi excelente, pois não tivemos nenhuma ocorrência considerada grave. A cada jogo é um aprendizado para a gente. Todos os fatos são passados para a iniciativa privada, que hoje administra o estádio, para que sejam tomadas algumas medidas", afirmou.

Clássico terminou com 22 presos

Ao todo, 22 pessoas foram presas no clássico. Dessas, 6 cambistas, 12 flanelinhas e os demais por agressões e arremesso de objetos. "Pelo incrível que pareça, a maioria das prisões foram de cruzeirenses, que mesmo em menor número, causaram mais problemas", relatou o comandante.

Uma das agressões foi flagrada pela TV Alterosa. Um torcedor cruzeirense foi detido por cuspir em um adolescente de 13 anos. Ele foi identificado e encaminhado para a delegacia dentro do estádio. Antes de entrar na sala, o pai do garoto, que é major da Polícia Militar, tentou tirar satisfações com o agressor e os dois acabaram brigando na frente de militares.

Veja o vídeo:


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