CAMPEONATO MINEIRO
Mais lenda do que realidade
'Intruso' no capítulo final é mais comum do que se imagina: em 12 das últimas 25 edições do Estadual, Galo ou Raposa não terminou entre os dois primeiros colocados
postado em 21/04/2015 14:25 / atualizado em 21/04/2015 17:32
Cláudio Arreguy /Estado de Minas
Levantamento das últimas 25 edições do Estadual permite uma constatação bem diferente: neste quase um quarto de século, Galo e Raposa dominaram os dois primeiros lugares em 13, ou seja, em apenas 52%. Nos outros 12 anos, ou 48%, pelo menos um deles estava fora do capítulo final da competição. É necessário lembrar que em 2002 a mesma Caldense comemorou o título, com o Ipatinga em segundo lugar. Mas, naquela temporada, por causa da Copa Sul-Minas, disputada simultaneamente, América, Atlético, Cruzeiro e Mamoré não disputaram o torneio estadual.
Depois das duas competições, espremido entre elas e a Copa do Mundo da Ásia, foi realizado um Supercampeonato Mineiro, com os quatro “ausentes” e a Veterana, sendo a taça conquistada pelos cruzeirenses. De qualquer forma, nos outros 11 anos, número que está longe de ser baixo, pelo menos um dos dois maiorais ficou fora da final – ou dos dois primeiros lugares, nas poucas vezes em que não houve uma decisão.
O América ficou entre os dois primeiros colocados em seis edições, conquistando as de 1993 e 2001. O Ipatinga ficou em quatro, ganhando o Estadual de 2005 com um time quase todo emprestado pelo Cruzeiro, a quem superou na decisão – no ano seguinte, levaria o troco. A Caldense chega pela segunda vez ao capítulo final. E o Villa Nova se colocou entre os primeiros uma vez.
Nos anos em que houve semifinais, Atlético e Cruzeiro se cruzaram nessa fase três vezes, com os celestes levando a melhor em duas e os alvinegros despachando os rivais agora.
Em conquistas de títulos, sim, pode-se justificar a hegemonia da dupla mais poderosa, com o Galo tentando em 2015 a sua nona taça, três a menos do que o arquirrival. E a invicta Caldense, que pode empatar os dois jogos decisivos ou vencer um e perder o outro pela mesma diferença de gols, luta para alcançar o Coelho.
Pelo poderio que tem, com jogadores capazes de decidir e pelo retrospecto de 42 conquistas, o Atlético tem o favoritismo. Mas, pela sólida campanha e pelos números dos 25 anos, que desmentem em parte a proclamação geral, a Caldense tem motivos para sonhar.
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