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COLUNA DO JAECI

Caiu no Horto?

Não fosse a falta de pontaria dos atacantes alvinegros e o placar poderia ter sido mais elástico

postado em 29/09/2014 12:00 / atualizado em 29/09/2014 08:53

Jaeci Carvalho /Estado de Minas

Juarez Rodrigues / EM DA PRESS
O Atlético tem o Horto e Diego Tardelli. E essa combinação explosiva quase sempre termina com a vitória do alvinegro. E no dia em que Guilherme fez talvez sua melhor partida no alvinegro, não poderia dar um resultado diferente. Tardelli abriu o placar já no fim do jogo. E, como dizem os narradores, no apagar das luzes, Guilherme (foto), de cabeça, fez o seu: 2 a 0, e o Galo continua firme na busca da vaga na Libertadores, se bem que há quem acredite em título. A distância para o líder, Cruzeiro, diminuiu para 10 pontos. E seria injusto se o Galo perdesse ou até empatasse. Foi mais time, teve mais oportunidades e criatividade, mas esbarrava nas boas defesas do goleiro baiano. Guilherme atuou como verdadeiro 10, fazendo lançamentos precisos, driblando, chutando, lembrando R10 em seu primeiro ano no clube. E o seu gol premiou sua belíssima atuação. Por que ele não joga sempre dessa forma?

Não fosse a falta de pontaria dos atacantes alvinegros e o placar poderia ter sido mais elástico. Porém, o Vitória também criou chances e não ficou atrás. Foi um ótimo jogo, em que o triunfo manteve o Galo no G4. Aliás, os torcedores de bem fizeram uma festa sensacional. Se a temperatura estava alta, imaginem aquele caldeirão. Nesta semana, liguei para o excelente preparador físico Carlinhos Neves para saber o que ocorre no clube pelo excesso de contusões musculares. Ele me disse que foi a mudança de treinador e de metodologia, mas que a coisa já estava contornada e que o time encaixaria quatro ou cinco vitórias seguidas. E isso aconteceu ontem. Quando ninguém acreditava que fosse sair gol, saíram logo dois, que garantiram mais um triunfo alvinegro.

Vejam que com muitos jogadores no DM, Levir Culpi foi capaz de montar um time competitivo, vencedor e que vai dar trabalho até o fim. Imaginem se ele tivesse o material humano completo. Ele realmente voltou mais chato, mais ranzinza, porém, sabe arrumar um time, embora não tenha a sorte de campeão. Ganhou como título mais importante uma Copa do Brasil em 1996. Mas nada o impede de repetir o feito agora... Levir diz que vai parar em dezembro, pois discorda das coisas erradas do futebol brasileiro. Concordo com ele. Tivesse eu condições, pararia hoje, pois a violência e as falcatruas nos enojam.

Voltando ao Galo, as vitórias no Horto estão lembrando os tempos de Libertadores, quando o torcedor ia ao campo para saber de quanto seu time ganharia, já que a vitória era certa. Se o futebol não é envolvente, nem de plasticidade, pelo menos é bom o suficiente para vencer. E volto e dizer que o Vitória valorizou muito esse triunfo atleticano, pois jogou de igual para igual. O Campeonato Brasileiro está nivelado por baixo, mas quando uma equipe encaixa o jogo e se supera, caso do Galo, dificilmente é batida. O caminho é esse, está aberto, e não tem nada decidido no G4. Não tenho dúvidas do título do Cruzeiro, embora o time tenha feito uma de suas piores partidas no sábado, contra o Sport, mas as outras vagas para a Libertadores serão disputadas jogo a jogo até o fim do Brasileiro. E o Galo é um dos fortes candidatos.

Gostaria de lembrar que há também a Copa do Brasil. E o time alvinegro pode muito bem chegar à sua primeira final, e quem sabe contra o Cruzeiro, que também tem boas chances na outra chave. Num futebol medíocre, de falcatruas, violência e corrupção, salva-se o futebol mineiro, com Galo e Raposa mostrando qualidade, bom futebol e a vontade de erguer taças. Tomara!

ARBITRAGEM

Enquanto tivermos árbitros amadores e o chefe da arbitragem for ninguém, não chegaremos a lugar nenhum. Que história na arbitragem tem o senhor Sérgio Correa para comandar os destinos dos árbitros do Brasil? Gostaria de ver um Paulo César de Oliveira, um Leonardo Gaciba ou o melhor de todos, Arnaldo Cezar Coelho, no comando. Aí, sim, teríamos uma reciclagem e a possibilidade de mudar algo. E se não houver a profissionalização, nada feito também. É impossível um árbitro deixar sua atividade na terça, viajar à noite, apitar na quarta e voltar na quinta para trabalhar. Temos de repensar de forma urgente, pois já tivemos vários títulos decididos no apito. Que o diga o Atlético, talvez o time mais injustiçado do país, com pelo menos quatro conquistas toradas pelo apito amigo.

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