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COLUNA DO JAECI

Galo vai brigar pela taça

Ganhar em Curitiba sempre foi tarefa complicada para qualquer um, e o resultado não é nenhum absurdo. O Galo tem todas as chances de se recuperar e continuar em busca do título

postado em 25/05/2015 12:00 / atualizado em 25/05/2015 08:41

GAZETA DO POVO
O Atlético se deu mal diante do Atlético-PR e perdeu a invencibilidade no Brasileiro. Apontado como um dos favoritos ao título, o time até que começou bem, perdendo uma chance atrás da outra, mas, ao sofrer o gol, se encolheu, ficou exposto e não conseguiu empatar, mesmo com um homem a mais. Dirão os apressados que o Galo é fogo de palha, mas não concordo. É um dos grupos mais fortes da competição, mas é claro que também sofrerá revezes. São 38 rodadas, e o próprio Levir Culpi confessou que ainda não achou o ponto, mas conhece o potencial da equipe. Esta tem problemas defensivos, pois atua somente com um volante. Além disso, Rafael Carioca é muito mais ofensivo e não cobre bem os zagueiros. Como Leonardo Silva e Jemerson são lentos, a coisa se complica às vezes. Ganhar em Curitiba sempre foi tarefa complicada para qualquer um, e o resultado não é nenhum absurdo. O Galo tem todas as chances de se recuperar e continuar em busca do título.

Falta ao time um criador no meio-campo. Guilherme está fazendo falta. Em forma, livre das contusões, é o cara. O problema é que raras vezes em quatro anos o clube pôde contar com ele. Quando se machucou pela última vez, os médicos disseram que não havia previsão. Se não me engano, já se passaram mais de 30 dias, e nada de ele voltar. Acho que já passou da hora de o presidente Daniel Nepomuceno buscar alguém para fazer essa função. É uma peça que falta a vários times e não está disponível. Aliás, não há nenhum grande camisa 10 no futebol daqui. Ganso é uma decepção. D’Alessandro, mesmo com idade avançada, é o único que faz diferença, mas joga no Inter. Até no exterior está difícil achar esse talento. O futebol brasileiro precisa repensar suas categorias de base para formar camisas 10 e atacantes, que no passado existiam aos montes.

O Brasileiro segue sem uma equipe que desponte. Há um grupo embolado de possíveis candidatos ao título, mas nada que empolgue. Corinthians, Goiás, o próprio Galo... O Inter, que tem usado reservas por priorizar a Libertadores, e o Cruzeiro também. O futebol é tão nivelado por baixo, que há uma preocupação geral com o que estamos vendo. Se o time azul tivesse conseguido manter os jogadores negociados, não tenho dúvida de que seria o principal candidato, mas se desmanchou e Marcelo Oliveira tenta ajustar e formar nova equipe. Não vi evolução até o momento, embora ela esteja a um passo da semifinal da Libertadores. Ajustou-se um pouco com a volta de Bruno Rodrigo à defesa, mas Manoel e Leo são instáveis. Dedé faz muita falta.

O Cruzeiro também sofre com a ausência de Éverton Ribeiro, eleito por dois anos seguidos o craque do Brasileiro. De Arrascaeta ainda não se firmou na função, e Gabriel Xavier começa a ter as primeiras oportunidades. Ajustando-se, depois de definir sua vida na Libertadores, será a hora de o time entrar no Brasileiro para se recuperar. O lugar dele não é na parte de baixo da tabela.

Outro dia, liguei para Vanderlei Luxemburgo para saber sobre o Flamengo. Ele me disse que havia contratado carregadores de piano e faltavam duas cerejas do bolo para brigar por taça. Robinho era o sonho, mas parece que se acertou com o Santos. Assim, o rubro-negro não vai aspirar a conquistas. O grupo é fraco, e Luxa não é milagreiro. Nenhum treinador consegue formar time sem grupo de médio para bom. Por isso, no Brasileiro, a dança dos treinadores é constante e a cada uma das 38 rodadas algum deles é demitido.

Quando vemos um jogo como os dois duelos entre Atlético e Internacional pela Libertadores, ficamos motivados e exaltamos o bom futebol. É tão raro isso acontecer nos dias de hoje, que, quando acontece, falamos desses jogos por muito tempo. Foram os dois melhores que vi este ano por aqui e acho difícil alguma outra equipe superá-los. Por isso estou otimista com o Galo. Acho mesmo que é um dos candidatos ao título, desde que se ajuste mais, jogue com Leandro Donizete protegendo a zaga e ache o camisa 10. Por que Cárdenas não é esse jogador, ainda não entendi. Com poucas oportunidades, ele não consegue mostrar a que veio. Já Carlos tem todas as chances do mundo, mesmo se mostrando incompetente e um desastre na frente. Coisas da cabeça do técnico, que é muito bom, mas cisma com certos jogadores e não abre mão deles de forma alguma.

Obrigado
Pelas incontáveis mensagens exaltando a coluna de ontem, em que apontei o Rio como a capital da bala e da faca, a pouco mais de um ano dos Jogos Olímpicos. Pena que uma cidade referência mundialmente passe por violência sem fim.

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