O Atlético se deu mal diante do Atlético-PR e perdeu a invencibilidade no Brasileiro. Apontado como um dos favoritos ao título, o time até que começou bem, perdendo uma chance atrás da outra, mas, ao sofrer o gol, se encolheu, ficou exposto e não conseguiu empatar, mesmo com um homem a mais. Dirão os apressados que o Galo é fogo de palha, mas não concordo. É um dos grupos mais fortes da competição, mas é claro que também sofrerá revezes. São 38 rodadas, e o próprio Levir Culpi confessou que ainda não achou o ponto, mas conhece o potencial da equipe. Esta tem problemas defensivos, pois atua somente com um volante. Além disso, Rafael Carioca é muito mais ofensivo e não cobre bem os zagueiros. Como Leonardo Silva e Jemerson são lentos, a coisa se complica às vezes. Ganhar em Curitiba sempre foi tarefa complicada para qualquer um, e o resultado não é nenhum absurdo. O Galo tem todas as chances de se recuperar e continuar em busca do título.
Falta ao time um criador no meio-campo. Guilherme está fazendo falta. Em forma, livre das contusões, é o cara. O problema é que raras vezes em quatro anos o clube pôde contar com ele. Quando se machucou pela última vez, os médicos disseram que não havia previsão. Se não me engano, já se passaram mais de 30 dias, e nada de ele voltar. Acho que já passou da hora de o presidente Daniel Nepomuceno buscar alguém para fazer essa função. É uma peça que falta a vários times e não está disponível. Aliás, não há nenhum grande camisa 10 no futebol daqui. Ganso é uma decepção. D’Alessandro, mesmo com idade avançada, é o único que faz diferença, mas joga no Inter. Até no exterior está difícil achar esse talento. O futebol brasileiro precisa repensar suas categorias de base para formar camisas 10 e atacantes, que no passado existiam aos montes.
O Brasileiro segue sem uma equipe que desponte. Há um grupo embolado de possíveis candidatos ao título, mas nada que empolgue. Corinthians, Goiás, o próprio Galo... O Inter, que tem usado reservas por priorizar a Libertadores, e o Cruzeiro também. O futebol é tão nivelado por baixo, que há uma preocupação geral com o que estamos vendo. Se o time azul tivesse conseguido manter os jogadores negociados, não tenho dúvida de que seria o principal candidato, mas se desmanchou e Marcelo Oliveira tenta ajustar e formar nova equipe. Não vi evolução até o momento, embora ela esteja a um passo da semifinal da Libertadores. Ajustou-se um pouco com a volta de Bruno Rodrigo à defesa, mas Manoel e Leo são instáveis. Dedé faz muita falta.
O Cruzeiro também sofre com a ausência de Éverton Ribeiro, eleito por dois anos seguidos o craque do Brasileiro. De Arrascaeta ainda não se firmou na função, e Gabriel Xavier começa a ter as primeiras oportunidades. Ajustando-se, depois de definir sua vida na Libertadores, será a hora de o time entrar no Brasileiro para se recuperar. O lugar dele não é na parte de baixo da tabela.
Outro dia, liguei para Vanderlei Luxemburgo para saber sobre o Flamengo. Ele me disse que havia contratado carregadores de piano e faltavam duas cerejas do bolo para brigar por taça. Robinho era o sonho, mas parece que se acertou com o Santos. Assim, o rubro-negro não vai aspirar a conquistas. O grupo é fraco, e Luxa não é milagreiro. Nenhum treinador consegue formar time sem grupo de médio para bom. Por isso, no Brasileiro, a dança dos treinadores é constante e a cada uma das 38 rodadas algum deles é demitido.
Quando vemos um jogo como os dois duelos entre Atlético e Internacional pela Libertadores, ficamos motivados e exaltamos o bom futebol. É tão raro isso acontecer nos dias de hoje, que, quando acontece, falamos desses jogos por muito tempo. Foram os dois melhores que vi este ano por aqui e acho difícil alguma outra equipe superá-los. Por isso estou otimista com o Galo. Acho mesmo que é um dos candidatos ao título, desde que se ajuste mais, jogue com Leandro Donizete protegendo a zaga e ache o camisa 10. Por que Cárdenas não é esse jogador, ainda não entendi. Com poucas oportunidades, ele não consegue mostrar a que veio. Já Carlos tem todas as chances do mundo, mesmo se mostrando incompetente e um desastre na frente. Coisas da cabeça do técnico, que é muito bom, mas cisma com certos jogadores e não abre mão deles de forma alguma.
Obrigado
Pelas incontáveis mensagens exaltando a coluna de ontem, em que apontei o Rio como a capital da bala e da faca, a pouco mais de um ano dos Jogos Olímpicos. Pena que uma cidade referência mundialmente passe por violência sem fim.
COLUNA DO JAECI
Galo vai brigar pela taça
Ganhar em Curitiba sempre foi tarefa complicada para qualquer um, e o resultado não é nenhum absurdo. O Galo tem todas as chances de se recuperar e continuar em busca do título
postado em 25/05/2015 12:00 / atualizado em 25/05/2015 08:41
Jaeci Carvalho /Estado de Minas
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