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COLUNA DO JAECI

Um novo Galo, e com superávit

"Dar lucro no futebol atual é a coisa mais difícil do mundo. Ainda mais com os clubes falidos"

postado em 21/02/2016 11:00

Leandro Couri/EM/D.A Press
O Atlético vai apresentar ao Conselho um superávit em suas contas no ano de 2015, conforme publiquei ontem. O que significa que, além de time e grupo, dos quais o presidente Daniel Nepomuceno não abre mão, ele se preocupa em administrar o clube com mão de ferro, procurando dar lucro. Claro que o carro-chefe é o futebol, e que os títulos são fundamentais para a torcida, mas não custa nada cuidar da saúde financeira. Lembro-me muito bem do saudoso doutor Nepomuceno, desembargador, pai de Daniel. Que homem íntegro, correto, sempre com um sorriso no rosto e muita dedicação ao trabalho. Estivesse aqui entre nós, com certeza, estaria cheio de orgulho do filho presidente mais jovem do Atlético – diga-se de passagem, graças ao ex-presidente Alexandre Kalil, maior vencedor da história alvinegra, que confiou a Daniel a missão de dar continuidade ao que havia feito. E Kalil não errou. Mesmo jovem, Daniel é competente ao extremo, conhece futebol e banca aquilo que pensa. Tinha R$ 70 milhões por Lucas Pratto, acertou a venda, mas voltou atrás porque não conseguiu, naquele momento, contar com o artilheiro Fred, sonho antigo. E não se assustem: Nepomuceno faz gestão austera e espetacular, mas seu principal objetivo são as taças.

Dar lucro no futebol atual é a coisa mais difícil do mundo. Ainda mais com os clubes falidos. Nepomuceno conseguiu isso pela boa campanha da equipe no Brasileiro do ano passado, pela venda de Jemerson e por ter conseguido contratar a maioria dos jogadores como integrantes do clube. São poucos os que não pertencem ao Atlético integralmente. Rafael Carioca, por exemplo, é todo do Galo, não tem esse negócio de perna de um agente, braço de outro e corpo de outro. Quem quiser contratá-lo, que pague ao clube. Lucas Pratto custou R$ 10 milhões e hoje vale R$ 70 milhões, pelo menos para os chineses. Nesse caso, aconselho o jovem presidente a vendê-lo imediatamente. Sei que Nepomuceno o disputou com o São Paulo e outros concorrentes, mas, em seu primeiro ano, Pratto não deu retorno: 12 gols, a maioria de pênalti, no Brasileiro, é muito pouco. Eu venderia, traria Fred e o colocaria lado a lado com Robinho. Garanto que esse ataque incendiaria o Brasil.

O importante, entretanto, é saber que o Atlético é outro clube, tem outras propostas e é sempre apontado como favorito nas disputas em que entra. Torço para que Nepomuceno levante logo um caneco, pois sou fã dele, por sua postura, caráter, honradez e competência. E de sua equipe: Rodolfo Gropen, Sérgio Sette Câmara, Lásaro Cunha, João Gomide, Adriana Branco e o assessor particular Lucas Couto, um visionário em termos de marketing. Esse Atlético de hoje orgulha sua gente, dá alegrias e fecha o ano com um lucro jamais imaginado. Comemore, torcedor alvinegro, isso é raro no futebol de hoje. O Galo tem nome, crédito, qualidade e condições de erguer taças. O que o torcedor quer mais?

CONSCIENTE
Tanto o técnico Deivid quanto os dirigentes do Cruzeiro estão conscientes de que o time precisa urgentemente de dois laterais, um direito e um esquerdo. É unânime entre eles apontar que os gols que o time tem tomado têm saído em cima de Fabrício e Fabiano. Deivid e Bruno Vicintin, vice de futebol, esperam apenas a recuperação médica do presidente Gilvan, que está com dengue, para que ele dê o sinal para novas contratações. Ainda há uma pequena esperança em Mayke, mas, como o problema dele é psicológico, não há muito o que fazer em termos técnicos. Ou ele procura um psicólogo e volta a jogar o que sabe ou vai terminar sua curta carreira no ostracismo, como tantos outros.

PRIMEIRA LIGA

Realidade técnica e de público, que demonstrou a força política dos clubes e que eles não precisam mais de federações e CBF. Se entenderem a força que têm, os clubes logo, logo fundarão a Liga Nacional, acabando assim com federações e tribunais desportivos.

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