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COLUNA DO JAECI

Empate xoxo e olho no Colo Colo

postado em 14/03/2016 12:00 / atualizado em 14/03/2016 08:13

BRUNO CANTINI / ATLÉTICO
Imagine seu time buscando o primeiro lugar geral na Copa Libertadores, tendo um compromisso dificílimo no Horto, na quarta-feira, em que os três pontos são fundamentais para sonhar com o objetivo. O que você faria se, no domingo, enfrentasse o América ou qualquer outra equipe, pelo falido Campeonato Mineiro, em jogo que não mudaria sua vida em nada? Tenho a certeza de que você faria exatamente o que fez o técnico Diego Aguirre, que poupou os principais jogadores do Atlético, preservando-os para o duelo mais importante. E ainda aproveitou para lançar alguns jogadores no time reserva, entre eles, Clayton, contratado ao Figueirense. Aliás, foi de Clayton o gol de empate, em cobrança de penalidade, que o goleiro João Ricardo defendeu, mas que ele aproveitou o rebote. O 1 a 1 pouco importou para a torcida alvinegra, mas foi ruim para o Coelho, que sonhava em voltar ao G4. Aliás, aos americanos, com a sinceridade que me é peculiar, vai um alerta: com esse time, a volta para a Série B é questão de tempo. A equipe é muito fraca. O atenuante é o fato de o clube receber uma miséria de cota de TV em relação aos gigantes da capital.

O empate por 0 a 0, na quinta-feira, em Santiago, ficou de bom tamanho para o Galo. No segundo tempo, o Colo Colo massacrou e só não venceu pela incompetência dos homens de frente. O Atlético não teve Robinho, sacado na última hora por um problema médico, e isso atrapalhou os planos de Aguirre. O que não pode ocorrer é ele insistir com Patric e Luan como titulares. A torcida não aceita, diante de tantos bons jogadores no banco. Já escrevi e estou cansado de reescrever: são dois atletas sérios, corretos, que jogam para o time e são úteis. Porém, apenas no banco, compondo o grupo e entrando para segurar um resultado. Não podem e não devem jamais ser criadores de jogadas, pois não têm talento para isso. E Cazares, que estreou dando show contra o Del Valle, precisa mostrar aquele futebol novamente. Nos últimos jogos, esteve apagadíssimo, aquém do que dele se espera. Tive uma informação que me preocupou: de que ele é muito instável e de que há vezes em que joga como “Pelé” e em outras como “Macalé”. Aí complica. Mas vimos qualidade nele, principalmente com a bola no pé.

Vejam como tenho razão quando digo que os estaduais estão por um fio e devem ser extintos. Ontem tivemos um clássico esvaziado pelos reservas do Atlético, pelo jogo de quarta-feira, pela falta de dinheiro do povo, que vai lotar a “Bombonera” na quarta-feira, pagando ingresso para ver um jogo que realmente vai valer a pena. Ontem, com derrota ou mesmo empate, nada mudaria na vida do alvinegro. Ele vai chegar entre os quatro, e, se não houver zebra, decidirá o título contra o Cruzeiro, maior rival. É assim há décadas, e dificilmente será diferente. Acontece às vezes, mas é muito raro. Também uma possível perda do Mineiro não fará a Cidade do Galo desabar. Ainda mais que o objetivo neste semestre é ganhar a Libertadores e trabalhar forte para buscar o Brasileirão, que não vem há 44 anos. Aguirre não prometeu nem uma coisa, nem outra, mas disse que, pelo grupo que tem em mãos, as conquistas são possíveis.

Então, vamos ao Horto na quarta-feira. É o jogo que vale, que terá casa cheia e colocará o Galo, em caso de vitória, mais perto do seu objetivo de ser o primeiro entre os 16 que passam à próxima fase da Libertadores. Foi virando jogos considerados impossíveis que ele chegou à final, despachou o Olimpia nas penalidades e ganhou a América pela primeira vez. Conquistar a América, sim, acrescenta, e muito, e dá vaga para o Mundial. Vencer o América, no Campeonato Mineiro, significaria apenas mais uma partida comum, dessas que não valem absolutamente nada em termos de título. Entenderam?

CONVERSA

Bati longo papo com o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, e com o técnico Deivid na noite de sexta-feira. Percebi que tudo que Gilvan quer é que o treinador engrene e acerte, pois está dando a ele uma oportunidade ímpar. Gosta do trabalho de Deivid, mas o técnico precisa encaixar o time e fazê-lo jogar bonito, convencendo o torcedor. Por outro lado, Deivid me garantiu que conseguirá o objetivo e que já detectou os problemas da equipe, principalmente no meio-campo. Ele tem a seu favor o fato de alguns dos reforços não estarem em forma, mas necessita, com urgência, que eles entendam seu momento, entrem na equipe e mostrem futebol de primeira.

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