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Nova espécie de abelha é batizada em homenagem a Ronaldinho Gaúcho

Nova espécie de abelha é batizada Eulaema quadragintanovem em homenagem a Ronaldinho. Atleticano, pesquisador diz querer chamar a atenção para causa ambiental

postado em 11/09/2012 09:00 / atualizado em 11/09/2012 09:58

Arte/Janey
Que Ronaldinho Gaúcho reencontrou o bom futebol no Atlético todo mundo sabe. O que talvez ele não esperasse era que a vinda para o clube mineiro o tornasse nome de uma espécie da fauna brasileira. O professor adjunto da Universidade Federal de Uberlândia André Nemésio e o estudante de mestrado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Rafael Ferrari homenagearam o craque ao batizar uma nova abelha, a Eulaema quadragintanovem, encontrada em duas áreas do Ceará.

O professor, atleticano, já havia reverenciado o clube do coração em 2009, quando batizou outra espécie de abelha de Eulaema Atleticana. Agora, comemora o fato de a nova descoberta coincidir com a excelente fase do Galo, vice-líder do Campeonato Brasileiro, e também do camisa 49.

Segundo ele, a ideia de “presentear” o jogador surgiu tão logo a contratação foi anunciada pelo presidente Alexandre Kalil, em 4 de junho. “Estávamos com o artigo pronto para submeter para uma revista científica na semana em que o Ronaldinho se desligou do Flamengo. Apostei com meus colegas da UFMG que o Alexandre Kalil iria contratá-lo. O presidente estava doido para fazer uma contratação de impacto, havia tentado o Diego Forlán. Ou seja, nós submetemos o artigo à revista com a homenagem ao Ronaldinho antes mesmo de ele estrear pelo Atlético. Foi uma aposta tão ousada quanto a do presidente. Se ele fosse um fiasco, a homenagem ficaria completamente esvaziada”, revela Nemésio.

Segundo ele, a parte mais complicada foi exatamente escolher o nome. “Primeiro, a latinização de Ronaldinho seria ronaldinhoi ou ronaldinhi, e achávamos ambas as formas muito feias! Segundo, e mais importante, não queríamos apenas homenagear o Ronaldinho. Queríamos homenagear o ‘Ronaldinho do Galo’, a passagem dele pelo Atlético. Então tinha que ser um nome que ligasse o Ronaldinho ao Atlético. E aí a camisa dele caiu do céu. Veio o Kalil com aquela história de que a camisa 10 já estava ocupada e que o número que tinha sobrado para ele era o 49... aí me deu um estalo. Se o cara é o R49, então a abelha será a Eulaema 49. Aí, foi fácil: quarenta e nove em latim é quadraginta novem. Juntamos tudo numa só palavra, porque o nome específico tem uma única palavra. O Galo é o único clube onde o Ronaldinho usou a camisa 49.”

Como em 2009, a ideia de homenagear o já ídolo alvinegro também é uma jogada de marketing. Segundo Nemésio, “usar um time de futebol de grande torcida e um personagem de fama mundial é uma forma de atrair a atenção do grande público e da mídia” para a causa ambiental. “E não atrai a atenção apenas dos torcedores do time. Quando descrevi a Eulaema atleticana, em homenagem aos 100 anos do Galo, muitos cruzeirenses me parabenizaram”, diz o professor, que espera ajudar a conscientizar mais pessoas quanto ao meio ambiente. “A Eulaema 49, ou E49, como brincamos entre nós, é uma espécie raríssima, só existem dois exemplares conhecidos, e corre o risco de desaparecer sem que sequer conheçamos aspectos básicos de sua biologia. Acho que é uma forma legítima de levarmos essa mensagem a pessoas que, de outra forma, nunca prestariam atenção nisso. É nosso papel, como cientistas, divulgar os resultados das nossas pesquisas e envolver o público nisso. Mais ainda, envolver essas personalidades na questão ambiental pode ser, também, um gol de placa. Imagine se uma personalidade da envergadura do Ronaldinho abraça a causa conservacionista, ambiental? Seria ótimo para a imagem dele e melhor ainda para o meio ambiente.”

Expectativa A torcida do Atlético espera que a homenagem faça Ronaldinho Gaúcho render ainda mais em campo. O atleta vem sendo fundamental para a boa campanha do Galo no Brasileiro, com assistências decisivas, gols (quatro), jogadas magistrais e precisará fazer ainda mais para levá-lo ao sonhado título.

Lembrança do centenário

Em 2009, o biólogo André Nemésio encontrou uma espécie rara de abelha na mata atlântica brasileira e resolveu homenagear o Atlético por considerar as listras pretas e amarelas do corpo do inseto parecidas com a camisa da equipe alvinegra. Foi a primeira vez que um clube de futebol teve uma espécie batizada em sua homenagem, o que gerou grande repercussão. Pelas regras científicas internacionais, o nome passa a valer quando publicado em revista especializada, o que vai ocorrer hoje, quando sai nova edição da Zootaxa, da Nova Zelândia, uma das maiores revistas de zoologia do mundo.