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LIBERTADORES

Newell's x Atlético: pressão no Coloso del Parque começa horas antes da partida

Estereótipo de jogos da Libertadores é bem presente em Rosário; no estádio, bela festa

postado em 04/07/2013 08:00 / atualizado em 22/04/2016 16:53

REUTERS/Enrique Marcarian

Rodrigo Fonseca

Enviado especial a Rosário

Sabe aquela velha história de “Isso é Libertadores”? Pois bem, vive-se isso em Rosário, no campo do Newell’s Old Boys. A sensação é de segurança, mas existem riscos, segundo moradores. A começar para ir ao local do jogo contra o Atlético, pela semifinal da competição continental.

Pergunte a um taxista como chegar ao Estádio Marcelo Bielsa, o Coloso del Parque: “Fica no Parque Independência. Cuidado, mesmo em dias sem jogos. É perigoso”, é uma resposta corriqueira.

Um deles avisa: “Alguns lavadores de carro são integrantes de Barra Bravas”. Um policial alerta: “Vocês brasileiros devem evitar falar português em alguns locais próximos ao estádio em dia de jogos. Cheguem e entrem para o estádio.”

Exageros ou não, a chegada da imprensa brasileira e dos cerca de 2 mil atleticanos, a maioria desses escoltados pela polícia argentina, foi tranquila. Mas o local reservado no estádio chama a atenção: é cercado por redes, para evitar que os rivais atirem objetos. Os alvinegros não se intimidam e entoam os gritos de Galo.

Ao entrar no estádio, o Caldeirão se apresenta. Três horas antes de a bola rolar, a movimentação já é intensa. A tribuna Diego Armando Maradona já estava cheia. Aos poucos chegam mais e mais. Os tradicionais cantos começam. Às 21h, fica lotado. “A torcida mais popular”, diz uma faixa. A festa é muito bonita.

A fama de “torcedores perigosos” se deve mais às torcidas organizadas. Alguns fanáticos do Newell’s chegam ao estádio bebendo uma mistura de cerveja e vinho. E viram garrafas.

Os jornalistas ficam em local acanhado. Em alguns postos, existe o “ponto cego”. Não se vê direito um dos gols. Logo ao lado, torcedores do Newell’s, separados por grade com arame farpado e coberta com tapumes. Alguns batem na proteção durante o jogo. Um jornalista argentino diz: “É tranquilo.”

Rodrigo Clemente/EM DA PRESS

Na entrada do Atlético ao campo, vaias e cantos que levantam todo o estádio. Bandeirões são abertos. A partida começa, os cânticos não param, tambores ditam o ritmo.

Ronaldinho vai cobrar escanteio, policiais o protegem de objetos com escudo, uma cena típica de Libertadores que ainda resiste.

Em alguns momentos, a torcida dá uma esfriada, mas, logo em seguida, a organizada reacende o estádio.

Aos 16 minutos do segundo tempo, Maxi Rodríguez marca de cabeça. O barulho da comemoração é ensurdecedor. De falta, Scocco, aos 35 minutos, provoca nova festa. Torcedores sobem nos alambrados atrás do gol de Victor.

Pressão até o fim. O árbitro encerra o jogo. Não para a euforia dos argentinos. Quarta-feira que vem no Independência é a vez do Caldeirão do Galo.