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PLANEJAMENTO

Jogar o Brasileirão com seriedade e dedicação é atalho para vencer o Mundial

Inter e Corinthians, últimos dois campeões mundiais, são exemplos para o Atlético

postado em 29/08/2013 17:45 / atualizado em 29/08/2013 19:46

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Não é regra, mas vale o alerta que a história recente deixa. Os últimos clubes nacionais campeões do Mundial foram aqueles que mostraram dedicação no Campeonato Brasileiro. Este é o exemplo que o Internacional de 2006 e o Corinthians do ano passado deixam para o Atlético buscar a tão almejada conquista nesta temporada.

Já o Internacional de 2010 e o Santos de 2011 mostram que a falta de dedicação no Brasileiro pode comprometer o sonhado título da Fifa. Ambos ganharam a Libertadores, jogaram o Nacional sem grande ambição e decepcionaram no Mundial.

Eliminado da Copa do Brasil, o Galo tem pela frente 23 rodadas que o separam do início do Mundial, que será disputado no fim de dezembro. Evitar o relaxamento no Brasileirão promete ser fundamental para o time de Cuca tentar o bicampeonato nacional e chegar em alta em Marrocos.

Internacional: exemplo positivo em 2006 e negativo em 2010

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Campeão das Libertadores de 2006 e 2010, o Internacional viveu duas situações opostas. Em 2006, brigou pelo título nacional e foi campeão Mundial. Em 2010, relaxou no Brasileirão e deu vexame no torneio da Fifa, sendo derrotado pelo Mazembe, campeão africano.

“Em 2006, seguiu todo mundo jogando em ritmo forte. O Inter perde o Campeonato Brasileiro no Morumbi, contra o São Paulo, que abriu uma boa pontuação de vantagem. Mas mesmo assim, o clube jogou com os titulares até antes da viagem. O clube chegou muito mobilizado no fim do ano”, conta o jornalista Leandro Behs, do Zero Hora, setorista do Colorado.

Já em 2010, o Internacional apostou em uma receita diferente que não deu certo. “O Celso Roth acabou achando que tinha que dar uma segurada, poupar jogadores. Só que segurou tanto que eles chegaram mal no Mundial”, recorda Leandro.

Em 2006, o Inter foi vice-campeão do Brasileiro. No Mundial, bateu o Al-Ahly, do Egito, e o Barcelona, da Espanha. O time-base colorado comandado por Abel Braga era formado por Clêmer, Ceará, Índio, Fabiano Eller e Rubens Cardoso; Edinho, Wellington Monteiro, Alex e Fernandão; Iarley e Alexandre Pato. O reserva Adriano Gabirú foi o autor do gol do título.

Corinthians: cobrança forte e trabalho psicológico de Tite


No Brasileirão de 2012, Fluminense, Atlético e Grêmio se destacaram como principais postulantes ao primeiro lugar. O Corinthians viu uma trajetória para busca de título dificultada, mas nem por isso “tirou o pé” no campeonato.

Após a conquista do título da Libertadores, a cobrança por dedicação sempre existiu. Com o exemplo do Inter de 2006, Tite sabia que jogar o Brasileirão em alto nível seria um atalho para conquistar o mundo.

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“Fluminense, Atlético e Grêmio abriram muito na frente da classificação. Mas o Corinthians teve uma campanha muito forte no Brasileiro. Nos últimos oito jogos, por exemplo, ele só perdeu uma vez. Houve uma cobrança para uma arrancada no campeonato, com um bom desempenho, para chegar forte no Mundial”, destaca o repórter setorista do Corinthians pelo Diário Lance!, Rodrigo Vessoni.

O jornalista afirma que o papel do técnico Tite foi importante principalmente em dois momentos: nas derrotas para o Botafogo, pós-Libertadores, e para o São Paulo, antes do Mundial.

“Tite conta que falou para os jogadores, após perder por 3 a 1 para o Botafogo, em casa, que estava se sentindo um lixo, um incompetente, por não conseguir motivar o time na volta para o Brasileirão. Ele acredita que isso mexeu com o grupo positivamente. E houve também uma reunião importante antes do Mundial, quando o time perdeu para o São Paulo na última rodada do Brasileiro. Os jogadores se preservaram em campo para evitar lesões e perderam o clássico”, lembra Vessoni.

O Corinthians foi sexto colocado no Brasileirão 2012, com 57 pontos. Depois, bateu Al-Ahly, do Egito, e Chelsea, da Inglaterra, no Mundial. O time-base era Cássio, Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Jorge Henrique, Emerson e Guerrero. O peruano fez o gol do título.