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Paixão toma conta da cidade

Ponto tradicional de comemoração, Praça Sete foi invadida logo após o apito final

postado em 27/11/2014 09:25 / atualizado em 27/11/2014 09:30

Marinela Castro e Landercy Emerson
Estado de Minas


Marcos Vieira/EM/D.A Press

Em menos de 15 minutos após o apito final da decisão da Copa do Brasil, o pirulito da Praça Sete, na Região Central de Belo Horizonte, palco tradicional de comemoração da torcida atleticana, foi tomado de preto e branco. Milhares de pessoas tomaram um dos pontos centrais da capital, numa comemoração que tinha fôlego para virar a madrugada. Embalados pelo foguetório e canções que empurraram o Galo na campanha da Copa do Brasil, os atleticanos estavam empolgados com a conquista. Antes mesmo do árbitro encerrar a partida, os mais otimistas já se reuniam no local para comemorar.

O engenheiro Sidnei Santos, de 38, a esposa Gisele Rocha, 35, e a filha de 4, não conseguiam desfarçar a empolgação com o título inédito do Atlético. Moradores do Bairro Saudade, eles assistiram a decisão pela televisão, mas em pouco tempo estavam no Centro da cidade para comemorar. “Estive aqui na Praça Sete na conquista da Libertadores e não poderia deixar de estar aqui hoje, nem que seja por meia hora para comemorar”, disse. A esposa ainda fez questão de alfinetar o rival. “A conquista em cima do Cruzeiro tem um gosto ainda melhor”, brincou.

Uma forte operação, com 100 policiais e 20 viaturas do 1º Batalhão da Polícia Militar (PM), 7 foi montada para garantir a ordem dos torcedores. Os policiais revistaram pessoas em busca de armas e drogas. Uma base móvel ficou posicionada estrategicamente no canteiro central. Muitos ambulantes aproveitaram a grande concentração de pessoas para faturar com a venda de bandeiras e faixas do Atlético. Além de festejar, o comerciante Thiago Soares, ainda aproveitou para lucrar com seu negócio. “Eu comemoro e ainda ganho um dinheirinho”, comentou. Ele vendia bandeiras do Galo por R$ 25,00.

Misturado “O futebol é uma fantasia que traz a alegria para o povo…”, o chefe de cozinha Vitor Miller Queiroga não completou o pensamento e explodiu de felicidade com o gol do Atlético, seu time do coração. Vitor e sua turma de amigos festejaram a vitória na Savassi, que foi dominada por clima de festa. Sob segurança ostensiva da Polícia Militar, a alegria das torcidas tomou conta dos bares e das ruas.

Nos quarteirões fechados, durante a transmissão da partida, os atleticanos dominavam em número, em razão dos poucos ingressos disponibilizados para a disputa no Mineirão. Mas, apesar da rivalidade histórica entre Cruzeiro e Atlético, acirrada pela disputa inédita de um título nacional, eram comuns mesas mistas, como da advogada cruzeirense Mariana Soares, que veio de Vitória (ES), para acompanhar o clássico ao lado da amiga atleticana, a jornalista Letícia Assis.

Rond Gaspar, dono do 80 Bar, na rua Paraíba contou que o clima dos jogos tem sido de tranquilidade e que a casa evita dividir as torcidas. “O público misto evita confusão”, atesta. Lotado, o bar que comporta cerca de 200 clientes faturou na noite de ontem 40% mais que um dia comum.

Telão Na Vivo Open Air, diante da vista iluminada da cidade, cerca de 500 torcedores acompanharam a final do clássico na maior tela ao ar livre do mundo, com tamanho equivalente a uma quadra de tênis. A programação cultural do espaço deu uma pausa ontem para transmitir a final da Copa do Brasil. Os amigos Carlos Gomes e Alexandre Gomes, colegas na profissão de eletricista e na torcida pelo Atlético, acompanharam o jogo no local.

Para assistir a conquista do título inédito para o Galo, eles pagaram ingressos de R$ 80, mas elogiaram a estrutura e a qualidade da imagem. “A melhor alternativa seria acompanhar o jogo no Mineirão, dividido pelas duas torcidas. Já que não foi possível, aqui foi uma boa opção”, disse Carlos. O empresário atleticano Marcelo Medrado, e sua namorada, a bióloga Renata Costa, tornaram o ambiente ainda mais sofisticado ao brindarem com espumante o clássico mineiro, que trazia consigo o peso da disputa nacional.

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