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Assim, nem o Horto salva

Atlético é derrotado pelo Atlas no Independência, sob protestos da torcida, e vê chance de sonho na Libertadores ficar distante. Lanterna, agora terá de vencer fora de casa

postado em 26/02/2015 08:33 / atualizado em 26/02/2015 08:36

EM DA PRESS
A tão temida mística de jogar no caldeirão do Horto já não assusta mais os adversários. Sem um time aguerrido, dinâmico e vibrante, nada foi capaz de fazer o Atlético repetir em casa atuações magistrais. Não resta alternativa senão lamentar e explicar mais uma performance crítica e decepcionante. A derrota para o Atlas por 1 a 0, ontem à noite, no Independência, frustrou os torcedores – que protestaram e vaiaram jogadores – e complicou a situação da equipe na Copa Libertadores. Lanterna do Grupo 1, sem nenhum ponto, o Galo agora não pode mais errar nos quatro jogos que ainda fará na fase de classificação. Somente três vitórias e um empate colocariam a equipe nas oitavas de final.

Foi o primeiro revés no Horto na competição internacional – o sexto desde a reabertura da arena, em abril de 2012. E o time alvinegro se encontra em baixa e sem peças de reposição capazes de fazer a diferença. Antes, havia perdido para o Colo Colo, pela Libertadores, e para o América, pelo Campeonato Mineiro, com exibições abaixo da expectativa.

De acordo com o técnico Levir Culpi, a equipe está se empenhando, mas sem a organização tática que deveria mostrar: “O time certamente poderia produzir mais. Temos condições técnicas, táticas e físicas para jogar melhor. O que me deixa triste é o resultado e a maneira com que a gente perde. Estamos todos tristes, nós, a torcida, os atletas, tanto é que, no vestiário, o clima era de um velório. Mas começa aí uma reação que o Atlético é capaz de ter. Vai depender de cada um e do esforço de cada um”.

As esperanças estão nos retornos dos laterais Marcos Rocha e Douglas Santos e do atacante Lucas Pratto para o próximo compromisso na Libertadores, contra o Santa Fe-COL, em 18 de março, no El Campín, em Bogotá. Quem será o primeiro a estar à disposição é Douglas Santos, que pode voltar já no domingo, contra o Guarani, pelo Estadual.

Sob forte chuva, os primeiros instantes de jogo foram de desarticulação total do Galo e momentos de lampejos do Atlas, que quase marcou em duas oportunidades. Quando a tempestade parou, o futebol alvinegro melhorou, mas não a ponto de transformar o Horto numa festa, assim como nas partidas de 2013. A realidade agora é bem diferente, já que o Galo não conta um grupo tão técnico quanto aquele e ainda enfrenta vários problemas de lesão. O capitão Leonardo Silva, com fratura no dedo da mão esquerda, foi a nova vítima. Ainda no primeiro tempo, precisou ser substituído por Edcarlos e foi levado a um hospital para imobilizar o local atingido. Ele terá de ser submetido a cirurgia para implante de um pino. Não há data para retorno.

Se faltava tranquilidade aos atleticanos, sobrava malícia aos mexicanos, que irritavam os mineiros ao retardar cobranças de faltas e tiros de meta. Ansiosos e sem qualidade técnica, os anfitriões criaram poucas, mas boas oportunidades de marcar no início – duas vezes com Luan e outra com André. Quem esteve na contramão foi o lateral Patric, sempre sobrecarregado com a marcação e atrapalhado nas saídas de bola, e o armador Maicosuel, sumido na maior parte do tempo. Ambos foram vaiados intensamente.

Insatisfeito com o setor de criação da equipe, no intervalo Levir Culpi trocou o volante Leandro Donizete pelo armador colombiano Cárdenas. Houve melhora significativa. Com saída de bola mais dinâmica, o Galo ameaçou a meta de Vilar três vezes, e a torcida ensaiou pedidos por Dodô. Em contrapartida, a defesa ficou mais exposta. Todo o estádio estremeceu quando a bola chutada por Rodrigo Millar, craque do Atlas, fuzilou o travessão de Victor. Imediatamente, Levir atendeu o pedido das arquibancadas e pôs Dodô em campo.

Nada deu certo. O Galo se cansou facilmente e aos poucos sumiu no jogo. Nem com Cárdenas, Dodô, Dátolo e Luan o time, que vivia uma desordem tática e sem inspiração, engrenou. O castigo ocorreu no fim , quando o alvinegro já estava praticamente morto no preparo físico. Em lançamento de Medina de trás, Suárez, cara a cara com Victor, sozinho empurrou para o fundo das redes. Já não havia mais tempo para uma reação. A torcida saiu decepcionada, protestando e sem entender o porquê de um desempenho tão ruim no alçapão do Horto.

ADVERSÁRIOS Na outra partida do Grupo 1, o Santa Fe recebe o Colo Colo hoje, às 22h30 (de Brasília), no El Campín, na Colômbia, em duelo que vale a liderança. Ambas venceram na primeira rodada.

Ficha técnica

Atlético 0 x Atlas 1

Atlético

Victor; Patric, Leonardo Silva (Edcarlos 37 do 1º), Jemerson e Lucas Cândido; Leandro Donizete (Cárdenas, intervalo), Rafael Carioca e Dátolo; Luan, André e Maicosuel (Dodô 25 do 2º)

Técnico: Levir Culpi

Atlas

Vilar; Pérez, Kannemann, Venegas e Castillo; Medina, Rodríguez, González e Rodrigo Millar (Treviño 32 do 2º); Caballero (Barragán 29 do 2º) e Keno (Suárez 23 do 2º)

Técnico: Tomás Boy

Estádio: Independência

Gol: Suárez 41 do 2º

Árbitro: Darío Ubriaco (URU)

Assistentes: Mauricio Espinosa e Nicolás Tarán (URU)

Cartão amarelo: Medina, Vilar e Victor

Pagantes: 16.331


Renda: R$ 933.870