Em meio a uma crescente renovação no mercado de técnicos do futebol brasileiro, Levir Culpi é um dos sobreviventes da “velha guarda”. O comandante atleticano é um representante do grupo dos “sessentões” do Brasileirão, que perdeu Felipão após o seu desligamento do Grêmio nessa terça-feira. Os outros são Oswaldo de Oliveira (Palmeiras), Vanderlei Luxemburgo (Flamengo) e Marcelo Oliveira (Cruzeiro).
Excetuando Levir, todos já colocaram a conquista da Série A no seu currículo. Não é por acaso que o treinador do Galo mostra ambição e colocou o título deste ano como objetivo prioritário para todo o grupo. “Posso trocar esse sonho pela conquista do Brasileiro. O Atlético foi campeão em 71. Seria um ótimo momento para vencer de novo, que é nosso objetivo”, afirma.
Oswaldo de Oliveira, o mais velho do campeonato com 64 anos, foi campeão em 1999, pelo Corinthians, após final disputada contra o Galo de Humberto Ramos, Marques, Guilherme e companhia. Luxemburgo, aos 63, é pentacampeão. Já Marcelo Oliveira, que entrou para o grupo de “sessentões” em março, venceu as duas últimas edições. Felipão, ex-Grêmio, de 66 anos, faturou em 1996.
Levir Culpi tem 62 anos e títulos expressivos no currículo, como a própria Copa do Brasil do ano passado. Ainda pelo Galo, ele levantou a taça da Série B de 2006. Mas na elite, o troféu ainda é um objeto de desejo.
Apesar de ainda não planejar a sua aposentadoria, o alvinegro sabe que este é um dos últimos Campeonatos Brasileiros que tem pela frente na carreira.
“Preciso separar bem isso, preciso começar a pensar em parar. Não quero sofrer o que os meus amigos sofrem, técnicos e ex-jogadores que encontro. Sinto é falta de preparação para parar. Vivo um momento de felicidade e tranquilidade, participando com saúde e alegria. Quando não temos objetivos, é melhor parar. Mas imagina uma conquista de Brasileiro que o clube não conquista há 10 anos? O ambiente no clube é legal. Estou motivado e para parar vou pensar um pouco antes. Talvez eu vá até os 65 anos, está próximo. Não estou preparado para parar”, analisa Levir.