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Duelo decisivo 'em casa'

Confronto com o Coritiba vale a sobrevivência do Atlético na briga pelo título com o Corinthians. Levir volta à cidade natal para a disputa com o time que o lançou no futebol

postado em 03/10/2015 11:00 / atualizado em 03/10/2015 09:50

Bruno Cantini/Atlético
Se depender de identidade, Levir Culpi se sentirá mais do que em casa, hoje, em Curitiba, lugar ao qual ele está ligado desde sempre. Foi na capital paranaense que o treinador do Atlético nasceu, em 1953, casou-se com Marília, teve suas duas filhas, Janaína e Mayra, deu os primeiros passos como zagueiro nas categorias de base do Coritiba e começou sua carreira à beira do campo. Há alguns anos, ele continuou os laços com o município, desta vez no ramo dos negócios, abrindo dois restaurantes – de comida mineira e japonesa. Ele está de volta às origens e à cidade natal para tentar ajudar o Galo a se manter vivo na briga pelo título do Campeonato Brasileiro. Por isso, a vitória se tornou obrigação contra o Coxa, às 18h30, no Couto Pereira, estádio que o comandante conhece bem e onde esteve por diversas vezes.

Caso os mineiros conquistem os três pontos, Levir ironicamente prejudicará a equipe em que foi revelado, que luta contra o rebaixamento. Mas o time alvinegro não pode nem pensar em empatar, já que está sete pontos atrás do líder, Corinthians, principal concorrente na luta pela conquista nacional. Na rodada anterior, o Galo jogou fora dois pontos importantes ao ficar no 2 a 2 com o lanterna, Joinville, no interior catarinense.

Muito conhecido em Curitiba, Levir admite que fica em situação incômoda quando retorna na condição de adversário do time local: “Não me sinto muito confortável quando vou jogar em Curitiba por algumas razões. O início da minha carreira foi no Coritiba, aos 14 anos. Joguei também no Colorado, que depois passaria a ser o Paraná. E ainda treinei o Atlético-PR. Tenho restaurantes lá, minha família tem torcedores dos três times, tem o relacionamento com os clientes. Não me sinto muito à vontade, mas treino o Atlético e vamos batalhar pela vitória. O lado bom é que vou reencontrar meus amigos e familiares, que não são fanáticos. Isso tira um pouco o peso”.

O treinador estava no Galo na última vitória sobre o Coxa na capital paranaense, pela Série B do Brasileiro de 2006. A virada atleticana por 3 a 2, depois de começar perdendo por 2 a 0, garantiu matematicamente o retorno à Primeira Divisão. Depois disso, o Galo jogou seis vezes no Couto Pereira, com cinco vitórias dos donos da casa e um empate.

Para Levir, a partida de hoje será de muito equilíbrio e de marcação: “Vai ser um jogo de pegada, e de oportunidades para ambos os lados, mas vai ser decidido dentro de campo. É o que a gente, no mínimo, espera. Não pode ser decidido fora de campo, com guerra. Espero que vença quem tiver o melhor posicionamento”. Ele brincou, sugerindo que os torcedores atleticanos que forem à partida poderão almoçar de graça em seu restaurante: “Torcedor não paga. Se aparecer com camisa do Atlético, não precisa pagar. Eu vou assumir isso, nem que perca meu emprego no casamento”.

FUGIR DA MARCAÇÃO Assim como Levir, o volante Leandro Donizete tem familiaridade com o Coritiba, pelo qual atuou de 2008 a 2011 e pelo qual disputou mais de 150 jogos. Para ele, o principal desafio é superar o forte esquema ofensivo proposto pelo adversário: “O jogo será difícil, porque eles brigam para não cair. É complicado jogar no Couto Pereira, eles marcam em cima e com pressão. Na época que eu jogava lá, o time era mais solto e técnico. Hoje é de mais briga e chegada firme. Não podemos ficar com medo. Vamos marcar em cima para vencer”.

A única mudança alvinegra será na esquerda do ataque, teoricamente a única posição sem um dono absoluto. Com sete gols no Brasileiro, Thiago Ribeiro será escalado na vaga de Dátolo, ainda se recuperando de corte profundo na perna esquerda. A estratégia da equipe é aproveitar os contra-ataques e a fragilidade do rival no jogo aéreo.


FICHA TÉCNICA
Coritiba x Atlético

Coritiba: Wilson; Leandro Silva, Wallison Maia, Rafael Marques e Carlinhos; João Paulo, Thiago Galhardo, Lúcio Flávio e Esquerdinha; Negueba e Henrique Almeida
Técnico: Ney Franco
Atlético: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete, Rafael Carioca e Giovanni Augusto; Luan, Lucas Pratto e Thiago Ribeiro
Técnico: Levir Culpi
Estádio: Couto Pereira
Horário: 18h30
Árbitro: Péricles Bassols (RJ)
Assistentes: Alessandro Rocha de Matos (BA) e Cleriston Barreto Rios (SE)
TV: Sportv

CONFRONTOS
Coritiba Atlético
Geral (42 jogos)
13 Vitórias 24
5 Empates 5
48 Gols 69
Brasileiro (36 jogos)
11 Vitórias 20
5 Empates 5
37 Gols 53


O ADVERSÁRIO
Matemática do desespero

Os cálculos dos jogadores do Coritiba são muito simples: se a equipe vencer três dos cinco jogos no Couto Pereira, alcançará seu objetivo de permanecer na elite do Brasileiro. Além do Atlético, o time paranaense enfrentará em casa São Paulo, Figueirense, Santos e Vasco. O clube conseguiu efeito suspensivo de punição imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e poderá receber seus torcedores diante do Galo, adversário considerado dos mais difíceis pelos jogadores alviverdes. “Temos de respeitar muito, pois é um time perigoso, chega muito ao ataque e é o vice-líder. Mas, diante da nossa torcida, dentro de casa, temos de impor nosso ritmo”, ressalta o atacante Negueba, que cumpriu suspensão automática na derrota para o Cruzeiro por 2 a 0, em Belo Horizonte. Absolvido pela expulsão diante do Atlético-PR, o experiente armador Lúcio Flávio também reforça a equipe, assim como o atacante Henrique Almeida, outro que volta de suspensão. O zagueiro Rafael Marques (ex-Atlético) vai substituir Juninho, expulso contra o Cruzeiro.

 

ATLETICANAS...

 

De volta
A novidade no treino recreativo de ontem foi a presença do lateral-esquerdo e volante Lucas Cândido (foto), que participou pela primeira vez de uma atividade de mais esforço físico. Ele se recuperou de lesão nos ligamentos do joelho esquerdo e pode ficar à disposição nas rodadas finais do Brasileiro. Seu caso foi um dos mais graves no clube nos últimos anos, e o retorno será gradual.

De folga

Depois do jogo contra o Coritiba, os jogadores do Atlético terão dois dias de folga, já que a equipe só volta a campo no dia 14, em casa, contra o Internacional. O período de descanso seria maior (três dias seguidos), mas os atletas e a comissão técnica chegaram a um acordo e trocaram a folga de terça-feira para o próximo domingo.

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