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Da maior decepção à década mais vitoriosa: veja como o Atlético cumpriu essa caminhada

Há dez anos, clube era rebaixado. Apoiado pela massa, Galo encarou novos obstáculos, mas se reconstruiu, conquistando a América, além da Copa do Brasil em cima do rival

postado em 27/11/2015 08:00 / atualizado em 26/11/2015 19:42

Bruno Cantini/ Atlético

Faltavam poucos minutos para as 18h do dia 27 de novembro de 2005. O desespero batia no coração do torcedor. O Atlético estava rebaixado à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro ao empatar com o Vasco, por 0 a 0. Revolta pela maior decepção da história do clube. Mas o atleticano já acreditava. Acreditava na paixão. A camisa e o escudo do Galo deixaram o Mineirão sob aplausos, ao som do hino. Era o início de uma dura caminhada. Dez anos depois, ele pode ter certeza: o Atlético deu a volta por cima. Não foi fácil, mas o clube construiu a década mais vitoriosa da história iniciada em 25 e março de 1908.

O começo após a queda não foi simples. O clube viu as receitas caírem com a Segunda Divisão e percorreu uma trilha de recuperação na Série B de 2006, sempre apoiado pela torcida, recordista de público em todas as séries do Campeonato Brasileiro daquele ano. Levir Culpi chegou durante o torneio e levou o Galo de volta ao seu topo. Mesmo na elite, a mudança de patamar não foi instantânea. O Atlético havia acumulado dívidas trabalhistas e contratava dezenas de atletas a cada temporada.

O primeiro grande passo da reviravolta alvinegra não foi dentro do campo. O “reforço” de peso estava em Vespasiano. O Atlético começou a realizar melhorias no CT e deu a largada para a Cidade do Galo se tornar o melhor centro de treinamento do país em poucos anos. Além da estrutura, a parte financeira foi outro componente essencial para o Atlético deletar a queda. As dívidas trabalhistas foram equacionadas e o clube traçou outros voos, com mais foco no gramado.

Os "Libertadores do Galo"

Bruno Cantini/ Atlético

Dois personagens entraram para a história como marcas da mudança no Atlético. O presidente Alexandre Kalil e Ronaldinho Gaúcho. A contratação do camisa 10 trouxe a confiança necessária ao Galo para ser protagonista no país e no exterior. A visibilidade do armador é algo inegável, mas, aliada à representatividade do craque, houve a recepção alvinegra, casa perfeita para o astro reencontrar o bom futebol: um clube centenário, com uma torcida apaixonada e sedento para viver novos momentos de glórias.

A união em 2012 rendeu o segundo lugar no Brasileiro, pouco para a vontade do Atlético, mas semente para o auge no ano seguinte. A Copa Libertadores da América foi a libertação dos atleticanos. O técnico Cuca foi o responsável pelo montagem do time vencedor, que contava com nomes como Victor, Réver, Leonardo Silva, Pierre, Diego Tardelli, Bernard, Jô. O fim de 2013 terminou com a frustração no Mundial de Clubes, com o Galo surpreendido pelo Raja Casablanca nas semifinais.

Porém, o Atlético não se abateu. O clube começou 2014 como o melhor time da América do Sul e sexto entre as equipes de todo o mundo, atrás apenas de Bayern de Munique-ALE, Real Madrid-ESP, Barcelona-ESP, Chelsea-ING e Atlético de Madri-ESP, segundo lista feita pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatística), em março.

A repercussão internacional do Atlético foi ainda agraciada com o título da Recopa Sul-Americana, em final diante do Lanús, no Mineirão. O Galo havia vencido na Argentina e ficou com a taça na prorrogação, vitória por 4 a 3.

Em cima do arquirrival


Bruno Cantini/ Atlético

Para encerrar 2014, a inédita Copa do Brasil. Não bastasse a conquista, o título foi sobre o maior rival. Depois de viradas sobre Corinthians e Flamengo, o Galo bateu o Cruzeiro na finalíssima, com vitórias no Independência e no Mineirão.

A Copa do Brasil e a Recopa foram sob a batuta de Levir Culpi, técnico que deixou o Galo nessa quinta-feira. O paranaense se despede com o Alvinegro garantido em mais uma edição de Libertadores, a quarta consecutiva, feito alcançado apenas por outros seis clubes brasileiros ao longo da história.

Além de novas conquistas, o Atlético projeta outras ações para o futuro. O sonhado estádio é algo mais próximo da realidade, embora a parte financeira ainda seja entrave. O clube já tem terreno, busca aprovação das licenças e encontrar investidores para ter sua própria casa na capital mineira.