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Cazares recupera prestígio no Atlético com gol antológico, mas precisa provar regularidade

Equatoriano teve boas atuações no ano ofuscadas por polêmicas e displicência

postado em 09/12/2016 11:00 / atualizado em 09/12/2016 10:11

Bruno Cantini/Atlético

Foram exatos 25 minutos em campo. Sem brilho, sem aparecer para as jogadas ofensivas. Mas de um atleta diferenciado pode se esperar um lance de efeito. Se a última impressão é a que fica, o equatoriano Cazares termina 2016 com prestígio no Atlético. O belo gol num chance de antes da linha do meio-campo na decisão da Copa do Brasil contra o Grêmio dá nova confiança ao jogador e faz a torcida esquecer momentaneamente os seus altos e baixos num ano em que poderia ser de títulos, mas termina de forma frustrante.

O gol foi uma pintura. Algo que Pelé tentou na Copa do Mundo do México, em 1970, contra a  Tchecoslováquia, e não conseguiu. Cazares estava a 64m das traves do goleiro Marcelo Grohe quando arriscou um chute forte. O lance ajudou o Galo a pelo menos sair com o empate de Porto Alegre, amenizando a atuação ruim no primeiro jogo, em BH, com derrota por 3 a 1.

“Não foi um ano muito bom, mas consegui cumprir metas. Ficamos tristes por não conseguir o título da Copa do Brasil, mas temos de saber perder”, analisou o jogador, que já embarcou para o Equador, onde passará as férias. A reapresentação está marcada para 7 de janeiro. Ele ainda tem mais três anos de contrato. Em 2017, trabalhará com o quarto treinador na equipe: Roger Machado – os outros foram Diego Aguirre, Marcelo Oliveira e Diogo Giacomini.

Antes de marcar o gol antológico, Cazares viveu dias ruins. Há pouco mais de duas semanas, foi expulso infantilmente ao dar um soco em Jadson, do Santa Cruz, sendo suspenso por quatro jogos. Nas redes sociais, torcedores começaram a questionar o desempenho do armador, que nunca teve sua habilidade contestada, mas viveu episódios que impediram uma sequência maior de partidas.

Logo que assinou contrato, foi o pivô de um imbróglio envolvendo Atlético, Independiente del Valle (que detinha seus direitos) e o Banfield (clube em que estava emprestado). O Galo precisou recorrer à Associação de Futebol Argentino para que ele fosse inscrito. O jogador havia perdido os primeiros jogos do Campeonato Mineiro e a estreia na Libertadores, contra o Melgar-PER.

Em meio às boas atuações, Cazares teve seu comportamento extracampo questionado. Talvez por isso Diego Aguirre o afastou de algumas partidas, como a derrota para o São Paulo por 1 a 0, no Morumbi, pelas quartas de final da Libertadores. Depois, no duelo de volta, ele entrou como titular, fez um gol, mas não evitou a eliminação alvinegra.

Cazares foi o melhor jogador do Galo nas primeiras rodadas do Brasileiro. Brilhou na vitória contra o Botafogo por 5 a 3, no Mineirão, quando fez dois gols e participou de outros dois. Em seguida, ficou três meses afastado, com lesão no adutor da coxa direita e só voltou no fim da competição. Uma nova polêmica ocorreu quando ele não se apresentou após viagem de volta do Equador, depois de servir a sua seleção nacional. Ele foi multado pela diretoria.

BRILHO
Nas semifinais da Copa do Brasil, impressionou pela inteligência. Com belo domínio de bola,  armou a jogada do contra-ataque que ajudou o Galo a vencer o Internacional por 2 a 1, em Porto Alegre. Robinho não poupa elogios. “É o melhor do nosso time. Aprendeu comigo”.

Fred, que não pôde jogar a decisão, também exalta as qualidades do jogador: “É aquele meio-campo nato, que com um toque já te deixa na cara do gol. Falta a todo o futebol brasileiro. Temos o prestígio de ter um camisa 10 dessa altura”.

ELE EM CAMPO


42
jogos

10
gols


A melhor atuação
30/6 – Vitória por 5 a 3 sobre o Botafogo, pelo Brasileiro
Marcou dois gols e deu assistência, numa noite em que saiu ovacionado pela torcida

A pior atuação
20/11 – Empate com o Santa Cruz por 3 a 3, pelo Brasileiro
Muito distante dos companheiros, não se encontrou. Para piorar, foi expulso depois de dar um soco no adversário, sendo suspenso por quatro jogos


ENQUANTO ISSO...

Em baixa

Se Cazares está prestigiado, outro equatoriano entrou na berlinda. O zagueiro Erazo se envolveu em briga com o argentino Kannemann na final e foi expulso após a partida pelo árbitro Luiz Flávio de Oliveira. Julgamento no Superior Tribunal de Justiça Esportiva (STJD) pode suspendê-lo por quatro a 12 jogos. Na briga, ele deu uma gravata no adversário, gerando confusão generalizada.

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