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Preferido de Gilvan, Jorginho viveu altos e baixos na carreira até emplacar no comando do Vasco

Números de treinador vascaíno em 2015 e 2016 empolgam presidente do Cruzeiro

postado em 26/04/2016 07:00 / atualizado em 26/04/2016 16:03

Paulo Fernandes/Vasco.com.br

À procura do substituto de Deivid, demitido no domingo após a eliminação para o América no Campeonato Mineiro, o Cruzeiro admite esperar o fim dos Estaduais para definir seu novo técnico visando às disputas de Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. A posição anunciada pela diretoria de futebol reforça a preferência do presidente Gilvan de Pinho Tavares por Jorginho, finalista do Carioca no comando do Vasco. Nenhum integrante da cúpula celeste confirma o interesse de maneira pública, mas o bom trabalho do ex-lateral-direito da Seleção Brasileira na equipe cruz-maltina tanto no fim do ano passado quanto neste início de 2016 enche os olhos de Gilvan.

Contratado pelo Vasco em agosto de 2015, quando o clube ocupava a lanterna do Brasileiro com apenas 13 pontos (sete a menos que o então 16º colocado Avaí), Jorginho esteve muito perto de conseguir o inimaginável. No returno da Série A, o time reagiu, fez boas apresentações e somou 28 pontos, mas terminou a competição em 18º, com 41 (o Figueirense, 16º, somou 43). Se o treinador não livrou o Vasco da Segunda Divisão, ao menos caiu de pé e foi merecedor de elogios. Em 19 partidas, foram sete vitórias, sete empates e cinco derrotas, com 49,12% de aproveitamento. Na Copa do Brasil do ano passado, ele comandou o time em quatro jogos, com uma vitória, dois empates e uma derrota, sendo eliminado pelo São Paulo nas quartas de final.

Em 2016, o bom trabalho de Jorginho teve continuidade. No Campeonato Carioca, o Vasco chegou à final de maneira invicta: até aqui são 12 vitórias e quatro empates em 16 jogos. Já na Copa do Brasil, o Gigante da Colina superou o Remo no confronto de ida da primeira fase: 1 a 0. O armador Nenê e os atacantes Thalles e Riascos – este emprestado pelo próprio Cruzeiro – dividem o protagonismo com o treinador. Juntos, eles são responsáveis por 22 dos 29 gols vascaínos na temporada.

Somados os anos de 2015 e 2016, Jorginho supera 63,33% de aproveitamento no Vasco. Curiosamente, o número é inferior aos 68,6% de Deivid no Cruzeiro (10 vitórias, cinco empates e duas derrotas). Há de se ressaltar, no entanto, que as duas derrotas do ex-treinador da Raposa determinaram a eliminação da equipe na Primeira Liga e no Estadual e foram preponderantes para sua saída.

Hoje nos planos de Gilvan de Pinho Tavares, Jorginho começou a carreira de técnico no América-RJ, em 2005. No ano seguinte, foi convidado por Dunga para ser assistente na Seleção Brasileira que conquistou a Copa América de 2007, a medalha de bronze na Olimpíada de 2008, a Copa das Confederações de 2009 e alcançou as quartas de final da Copa do Mundo de 2010.

Após deixar a Seleção juntamente com Dunga, o ex-lateral retomou a carreira de técnico e viveu altos e baixos. Em 2010, não conseguiu livrar o Goiás do rebaixamento à Série B. No ano seguinte, a sorte sorriu para Jorginho, que conduziu o Figueirense ao sétimo lugar no Campeonato Brasileiro, com 58 pontos. Em 2012, foi trabalhar no Kashima Antlers e ganhou as Copas Suruga Bank e da Liga Japonesa. No ano de 2013, Jorginho teve passagem apagada pelo Flamengo no primeiro semestre e foi rebaixado à Série B no comando da Ponte Preta. A Macaca, contudo, chegou à decisão da Copa Sul-Americana (perdeu para o Lanús, da Argentina), feito até então inédito em sua história.

Antes de emplacar bom trabalho no Vasco, Jorginho trabalhou no Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos. Em dezembro de 2014, ele concluiu a Licença A no curso de treinadores da Confederação Brasileira de Futebol.

Nessa segunda-feira, em entrevista ao canal Esporte Interativo, o técnico não confirmou o interesse do Cruzeiro em seu trabalho, mas mostrou satisfação por ter o nome lembrado. “É pura especulação. Eu tenho compromisso com o Vasco, sou funcionário, tenho carteira assinada, não tenho um contrato, vamos dizer assim, por tempo com o Vasco. Fico feliz por pensarem no meu nome, mas estou completamente compenetrado agora exclusivamente no Remo, depois vou pensar no Botafogo”.

Na quarta-feira, às 21h45, o Vasco recebe o Remo em São Januário pelo jogo de volta da primeira fase da Copa do Brasil. Nos dois domingos seguintes, dias 1º e 8 de maio, será a vez de enfrentar o Botafogo na decisão do Campeonato Carioca. Já o Cruzeiro, fora da final do Mineiro, avalia outras opções de mercado. Nomes como os de Abel Braga, Marcelo Oliveira e Ricardo Gomes já foram comentados nos bastidores do clube. Enquanto isso, o assistente técnico fixo Geraldo Delamore orientará a equipe nos treinos na Toca da Raposa II.

Jorginho no comando do Vasco:

Jogos: 40
Vitórias: 21
Empates: 13
Derrotas: 6
Aproveitamento: 63,33%


Em 2016

17 jogos: 13 vitórias e 4 empates
Conquistou 84,31% dos pontos

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